Foto: Pedro Menck/IAT

O Paraná ganhou uma nova Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) licenciada pelo Instituto Água e Terra (IAT). Um dos maiores nomes do alpinismo no Brasil, o paranaense Waldemar Niclevicz, primeiro brasileiro a escalar o Monte Everest, inaugurou nesta quarta-feira (12), dia do seu aniversário, uma área de proteção ambiental de 34 hectares em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. A Reserva Natural do Alpinista integra uma propriedade particular de Niclevicz, com 116 hectares de área total.

A reserva foi constituída com base em três pilares: restauração florestal com a reintrodução da Araucária (Araucaria angustifólia), árvore-símbolo do Paraná, e outras espécies nativas; proteção e introdução dos polinizadores, principalmente as abelhas nativas, para manutenção da biodiversidade; e a proteção de rios, já que a RPPN está encravada na junção de dois rios, Açungui e Palmital, em um espaço com cerca de 30 nascentes.

“Estamos tentando sensibilizar a sociedade a tomar atitudes para reverter esse caos ambiental que se encontra o planeta. A Reserva Natural do Alpinista é um instrumento e uma ferramenta para atingirmos as pessoas”, ressaltou Niclevicz. “O foco é a educação ambiental, atuando como suporte para alunos de escolas públicas e particulares para promover conscientização”, acrescentou.

Já considerando a Reserva Natural do Alpinista, o Paraná conta atualmente com 334 RPPNs, configurando uma área de 55.541,92 hectares de vegetação nativa preservada. Elas estão divididas entre as categorias municipal (64), estadual (246) e federal (24).

A diferença entre as classificações é apenas o local onde a reserva foi inscrita. As estaduais são reconhecidas pelo IAT, as municipais pelas respectivas prefeituras e as federais pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

“São iniciativas que partem da sociedade civil, seja de pessoas jurídicas ou físicas, que colocam à disposição áreas particulares para proteção e conservação da biodiversidade”, explicou o diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto. “O Estado é apoiador e incentivador desses projetos ambientais de manutenção e conservação dessas áreas, ações com impacto direto para toda a população paranaense”.

CRITÉRIOS – O principal critério para transformar uma área em RPPN é a presença de paisagens com características naturais que precisem de proteção, recuperação ou restauração. São levados em consideração também valores culturais, paisagísticos, históricos ou científicos dos espaços, assim como a importância dos locais para a continuidade de espécies de fauna e flora nativas.

Além disso, é necessário que a propriedade esteja com todas as documentações válidas. É essencial, por exemplo, a regularidade da situação junto ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), sistema onde todas as propriedades rurais do Estado estão registradas. Outra avaliação envolve a elaboração de Planos de Manejo para gestão das áreas.

A partir disso, com a inscrição voluntária devidamente preenchida, o processo será submetido à vistoria presencial de técnicos do IAT para avaliar se a área atende aos objetivos e atributos desta modalidade de Unidade de Conservação. Após o parecer positivo do órgão, o local poderá ser reconhecido como RPPN.

O instituto também é responsável por fazer avaliações anuais das reservas já instaladas, para fins de verificação dos indicadores qualitativos do ICMS Ecológico por Biodiversidade. Todos os passos estão no site do IAT.

Foto: Pedro Menck/IAT

ICMS ECOLÓGICO – Os municípios que abrigam RPPNs também contam com benefícios fiscais. O local passa a ser qualificado para o recebimento do ICMS Ecológico por Biodiversidade, programa paranaense que faz o repasse de recursos financeiros para municípios que possuam Unidades de Conservação. O Estado, por meio do IAT, transferiu às cidades R$ 317,5 milhões nesta modalidade em 2024.

Já o proprietário da área preservada passa a ter participação em projetos de Pagamento por Serviços Ambientais, um incentivo econômico para proprietários de imóveis rurais ou urbanos que possuam territórios capazes de fornecer serviços de conservação ambiental. O terreno onde a reserva está inserida também pode receber a isenção do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, seguindo o Art. 8º do Decreto Federal 5.746/2006.

PERFIL – Waldemar Niclevicz, é natural de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, e tem 59 anos. Foi o primeiro brasileiro a escalar o Monte Everest, o K2 e os Sete Cumes, consideradas as montanhas mais difíceis do mundo. Já escalou 7 das 14 montanhas com mais de 8 mil metros, o Everest duas vezes, e mais de 300 das principais montanhas do mundo, entre elas todos os 82 “Quatro Mil dos Alpes”.

Fonte: Agência Estadual de Notícias