A reforma da previdência é considerada necessária para 59% da população: 31% concordam totalmente com a sua necessidade e 28% concordam em parte

A reforma da previdência é considerada necessária para 59% da população: 31% concordam totalmente com a sua necessidade e 28% concordam em parte. No sentido oposto, 23% discordam totalmente e 13% discordam em parte – discordância geral de 36%. Entre os homens, 63% acreditam que é preciso reformar a previdência, enquanto, entre as mulheres, esse percentual é de 54%. O grau de concordância também varia, consideravelmente, de acordo com o nível de renda e de escolaridade das pessoas. Entre aqueles que completaram até a 4ª série do ensino fundamental, 52% entendem ser necessária uma reforma da previdência. Já entre as pessoas com ensino superior completo, 68% concordam com a necessidade de uma reforma. No grupo de entrevistados com renda familiar de até um salário mínimo, 51% acreditam que a reforma da previdência é necessária. Esse percentual sobe para 73%, no grupo de entrevistados com renda familiar superior a cinco salários mínimos. Entre os entrevistados que já são aposentados, 65% concordam com a necessidade de reforma da previdência, enquanto 27% discordam. Já entre os não aposentados, o percentual de concordância com a reforma é de 58% e de discordância igual a 37%.

Cresce percepção do brasileiro quanto à necessidade de se estabelecer uma idade mínima

A maioria da população acredita que, com as pessoas vivendo até idades cada vez mais avançadas, é necessário estabelecer uma idade mínima para aposentadoria. Ressalta-se que o percentual da população que concorda com a afirmação cresceu na comparação com 2015. Naquele ano, 65% das pessoas concordavam com a afirmação e, em 2019, esse percentual aumentou para 72%. Contudo, quando interrogados se as pessoas deveriam se aposentar cada vez mais tarde, já que estão vivendo até idades cada vez mais avançadas, a maioria dos entrevistados se mostrou contrária. Em 2019, 73% 3 Um dos principais pontos defendidos pela atual proposta de reforma da previdência é justamente a adoção de uma idade mínima para aposentadoria, visto que apenas poucos países no mundo não a têm. Os resultados indicam que a população está criando cada vez mais consciência da necessidade de uma idade mínima de aposentadoria, posto que as pessoas estão vivendo por cada vez mais tempo.

Aumenta a percepção correta de que no Brasil se aposenta mais cedo que em outros países

Para 24% da população, no Brasil as pessoas se aposentam mais cedo que em países desenvolvidos (EUA, Alemanha, Inglaterra e França). Para 9%, não há diferença na idade de aposentadoria na comparação do Brasil e esses países. Para 42%, no Brasil se aposenta mais tarde. E 25% não sabem ou não responderam. Em 2015, 18% dos brasileiros acreditavam que, no Brasil, as pessoas se aposentavam mais cedo que nos países desenvolvidos. Ou seja, essa percepção, que é a correta, cresceu 6 pontos percentuais, entre 2015 e 2019, mostrando melhora do conhecimento da população quanto ao assunto. Vale destacar que, segundo os dados mais recentes, a idade média de aposentadoria no Brasil é de 58 anos, enquanto, nos países citados, a idade mínima de aposentadoria é superior à média observada no Brasil: EUA (66 anos), Alemanha (65), Inglaterra (65) e França (62).

    Na comparação com os países em desenvolvimento, BRICS (China, Rússia, Índia e África do Sul), 24% dos entrevistados acreditam que no Brasil se aposenta mais cedo, 9% com a mesma idade, 38% mais tarde e 30% não souberam responder ou não responderam. Na pesquisa de 2015, 18% responderam que, no Brasil, as pessoas se aposentam mais cedo que nos BRICS. Nota-se, portanto, que, entre 2015 e 2019, houve um crescimento dessa percepção na população. A idade mínima de aposentadoria na China e na Rússia é de 55 anos para mulheres e 60 anos para homens, na Índia é de 60 anos (pode chegar a 65 em casos específicos) e na África do Sul não há sistema público de previdência.

    Na comparação com países da América Latina (Peru, Argentina, Paraguai e Uruguai), 19% dos entrevistados afirmaram que no Brasil as pessoas se aposentam mais cedo, 12% com a mesma idade, 35% mais tarde e 34% não souberam responder ou não responderam. Em 2015, 15% responderam que, no Brasil, se aposenta mais cedo que nos países sul-americanos citados. A variação ocorrida entre as pesquisas de 2015 e 2019 fica dentro da margem de erro, que é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. A idade mínima de aposentadoria é de 65 anos no Peru. Na Argentina, é de 60 anos para mulheres e 65 para homens, no Paraguai é de 55 anos e no Uruguai, 60.

Fonte: CNI