Por Marcos Antonio Santos
O Aedes aegypti utiliza todo o tipo de recipiente capaz de acumular água para depositar seus ovos. Alguns são conhecidos: garrafas, embalagens descartáveis, latas, vasos de plantas, lixo descartável, pneus e plásticos, ralos, piscinas, cisternas. Mas há lugares que, muitas vezes, o mosquito utiliza para se reproduzir e que são desconhecidos das pessoas. É aí que entra o trabalho dos agentes de combate a endemias (ACE), que fazem parte do Setor de Endemias do município de Toledo. Todos os dias eles saem pelas ruas vistoriando casas, comércio, terrenos baldios.
Cada agente visita em média até 30 residências por dia, sem contar as que estão fechadas, nesse caso os agentes deixam um comunicado para o proprietário da casa agendar a visita.
O ACE Fabio Henrique Alves disse que geralmente eles encontram em Toledo muitas residências fechadas, aproximadamente metade das casas que eles visitam não tem ninguém para recebê-los. “Quando encontramos uma casa fechada deixamos um bilhete para ligar para o Setor de Endemias. O agendamento se estende além do horário das 18h durante a semana, e também no sábado”.
IDENTIFICAÇÃO – Todos os agentes trabalham de uniforme na cor verde e um crachá com o nome de identificação, sendo fácil para a população saber que eles estão a serviço do Setor de Endemias. “Nos apresentamos e solicitamos para adentrar no imóvel, o crachá e o uniforme ajudam na identificação e autorização do morador”, afirma Fabio.
A coordenadora do Setor de Controle e Combate às Endemias, Lilian König, comenta que em Toledo nunca houve problemas na hora de se identificar um ACE. “A gente sempre orienta os agentes para levarem um documento com foto, então a população pode exigir essa documentação. Eles sempre estarão de verde, com o brasão do município estampado no uniforme e o crachá. Nunca tivemos problemas, e a população pode ligar para nós, porque sabemos onde está cada agente. Neste período os agentes têm um supervisor que está junto com eles. Se a pessoa ficar desconfiada, o supervisor conversa com o morador e resolve o problema”.

Segundo Fabio, a situação da dengue em Toledo é bastante preocupante. “Somente pessoas que tiveram dengue em Toledo são mais de 1.000, o setor de saúde está supercarregado, quase todos os quarteirões que visitamos têm foco de dengue, tem mosquito voando. Parece que com toda a informação disponibilizada por vários canais, a população ainda não está tomando todos os cuidados”.
Em todo o ano epidemiológico (agosto a julho) de 2022/2023, o município de Toledo registrou 1.046 casos de dengue, até a sexta-feira, 1, já foram confirmados 1.009 casos da doença no ano epidemiológico 2023/2024. O número que pode crescer significativamente, pois há 831 pessoas com sintomas da doença aguardando resultado do exame.
48 HORAS – Quando um agente encontra larvas do mosquito da dengue em uma residência é feita a coleta para ser analisada em laboratório para saber se é do Aedes aegypti ou de outro tipo de mosquito. “Encontrando a larva na casa, orientamos que seja regularizado no prazo máximo de 48 horas, entregamos a notificação e informamos ainda que no caso da primeira notificação não é gerado multa, mas se tiver recorrência será aplicada a multa”, relata Fabio Alves.
Nessa quarta-feira, 6, os cerca de 100 agentes, em trabalho de mutirão, visitaram os imóveis localizados no Jardim Gisela, que é dividido em duas partes, somente no Gisela 1 são 36 quarteirões.
Lilian König disse que neste período epidemiológico, eles trabalham com 15 pessoas em cada equipe e quatro Vans, e cada equipe com um supervisor. “Se divide as localidades, sendo necessário fazer 100% dos imóveis, logo após, eles passam em horários intercalados para recuperarem as casas fechadas. Neste período tão difícil que observamos que o problema está nas residências fechadas, estamos fazendo também as recuperações no sábado. Os bairros que recebem mais notificações, os agentes, com a bomba costal, de Ultrabaixo Volume, retornam para eliminar os focos do mosquito”, menciona Lilian König.