Ambulâncias já voltaram ao transporte de pacientes depois que o atendimento foi suspenso por questões de segurança. Foto: Fernando Braga

O atendimento foi paralisado depois que a vítima de uma explosão deu entrada no hospital carregando uma bomba no bolso

Por Fernando Braga

O atendimento a ocorrência que mobilizou as forças policiais de Toledo e Curitiba segue madrugada a dentro no início deste domingo (21). Por volta de 01h da manhã as equipes da Polícia Civil de Toledo, do 19º Batalhão de Polícia Militar e do Esquadrão Antibombas, que veio da capital paranaense para retirada e detonação de explosivos, ainda se encontram na residência do homem que produziu artefatos explosivos e morreu depois de ser atingido por um. Seu falecimento ocorreu no Hospital Bom Jesus, para onde ele foi levado com um explosivo no bolso sem que os socorristas percebessem.

Depois de fabricar as bombas caseiras, que, segundo fontes extraoficiais, ele pretendia utilizar para atacar um imóvel da vizinhança, o homem foi atingido, por volta das 17h50 de sábado (20), por um dos artefatos que explodiu quando tentava arremessá-lo. A motivação ainda não foi esclarecida, mas aparentemente trata-se de um desentendimento entre moradores. Também não se sabe há quanto tempo o homem vinha produzindo os artefatos, pois de acordo com o que foi apurado por nossa reportagem, os policiais encontraram uma grande quantidade de bombas em sua residência.

O delegado operacional da 20ª SDP, dr. Fábio Freire, está conduzindo as investigações e durante essa madrugada encontra-se com o Esquadrão Antibombas e os militares do 19º BPM na residência localizada no Jardim Europa. Na casa, ainda restam muitos explosivos e os policiais fazem uma varredura para que os investigadores da Polícia Civil e os peritos da Polícia Científica possam realizar a perícia no imóvel, que está situado na Rua Presidente Vargas, nº 580.

O trabalho de perícia deve ocorrer ainda hoje, depois que o dia amanhecer. Enquanto os policiais cuidam para que outros materiais não venham a explodir, o atendimento no Hospital Bom Jesus está sendo normalizado depois que foi suspenso temporariamente por questões de segurança, uma vez que dentro da unidade hospitalar foi descoberto que o homem carregava consigo uma bomba. Ele ficou isolado e a regulação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi orientada a não deslocar outros pacientes à instituição.

Identificado como Marcos de Souza Bedego, de 40 anos, o homem não resistiu aos ferimentos provocados pela explosão, que dilacerou partes de seu corpo, e faleceu instantes depois de dar entrada na unidade hospitalar.

A paralisação dos atendimentos no Bom Jesus ocorreu no início da noite e por horas impossibilitou a entrada e remoções de pacientes ao hospital.

Os socorristas que prestaram os primeiros atendimentos não perceberam que ao remover a vítima do local da explosão, ela continha mais artefatos em um dos bolsos. Assim que a bomba foi percebida, a ala em que o homem se encontrava na casa de saúde foi isolada, até a chegada do Esquadrão Antibombas, que ocorreu rápido, já que os militares da divisão especializada em explosivos fizeram uso de transporte aéreo para chegar a Toledo. No hospital, eles recolheram a bomba e garantiram a segurança para a retomada dos trabalhos. Após a atuação do Esquadrão, o corpo de Marcos de Souza Bedego foi removido para o IML.

Enquanto nossa reportagem estava no hospital, por volta de 00h20, acompanhando o trabalho dos policiais, fomos informados que o atendimento estava aos poucos sendo normalizado, e as ambulâncias já estavam trazendo novos pacientes, como vemos na foto no início da matéria. Transferências internas de pacientes entre as alas também estavam sendo realizadas, bem como os demais procedimentos, que voltavam ao curso normal. Contudo, o trabalho policial ainda não havia se encerrado e, portanto, as atividades hospitalares estavam retornando gradativamente.

A varredura na casa onde houve a explosão deve ser concluída nas próximas horas e a perícia deve ser realizada ainda hoje. À Gazeta de Toledo, a Polícia Civil informou que o delegado deve se pronunciar sobre o caso amanhã, segunda-feira (22).