Dilceu Sperafico. Foto: José Fernando Ogura/AEN

Por Dilceu Sperafico*

O desmatamento ilegal e as tragédias das queimadas de florestas, continuam sendo grandes preocupações de especialistas, cidadãos conscientes e produtores rurais, que dependem da estabilidade do clima para sobreviver e manter suas atividades produtivas, mas a preservação ambiental tem também outras grandes ameaças. É o caso da poluição química, que preocupa cientistas de diversos países, pois a contaminação ultrapassou limites aceitáveis em todo o planeta.

Conforme especialistas, a natureza está sendo ameaçada por este tipo de poluição, hoje uma ameaça concreta à estabilidade global. Não bastasse a enorme contaminação por plásticos, especialmente em rios, lagos e oceanos, segundo cientistas, existe agora o perigo de mais 350 mil produtos químicos sintéticos, incluindo compostos industriais e antibióticos, poluindo diferentes ecossistemas do planeta.

 Segundo pesquisas recentes, houve aumento de 50 vezes na produção de produtos químicos desde 1950 e esse volume pode triplicar até 2050. Estudo publicado na revista Environmental Science & Technology, detalha e dimensiona esses riscos, assegurando que “o espaço seguro do limite de novas estruturas químicas foi ultrapassado, com a produção e lançamentos aumentando em ritmo que supera a capacidade global de avaliação e monitoramento. Revisada a literatura científica relevante para quantificar o limite para novas substâncias, se destacou a poluição plástica como aspecto particular de alta preocupação”, destaca a publicação.

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Além da polêmica dos produtos químicos, também é oportuno lembrar que o planeta vive fenômeno único na história de 4,5 bilhões de anos, como é a superpopulação humana. Já são quase oito bilhões os seres humanos, o que é inédito e o planeta poderá atingir 10 bilhões habitantes no final do século. Para piorar a situação, os hábitos de consumo, especialmente das pessoas de maior renda, são considerados altamente incorretos e insustentáveis.

Outro detalhe da poluição do planeta que vale lembrar, além dos produtos químicos, foi fato ocorrido no outro lado do mundo, como o acidente da Usina Nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011, pois o vazamento de elementos químicos decorrentes da tragédia prossegue no Oceano Pacífico, causando problemas ainda distantes do final e da avaliação definitiva de seus efeitos na natureza.

Conforme especialistas, no entanto, a origem do excesso de elementos químicos na biosfera, parece estar na superpopulação do planeta, pois há muito tempo as pessoas sabem que a poluição química é algo perigoso, mas poucos têm pensado no assunto em nível global.

Com isso a poluição química, especialmente pelos plásticos, resume a história de como as pessoas estão mudando o planeta. A Terra permaneceu estável por mais de 10 mil anos após o início da civilização, até que se ultrapassasse limites na emissão de gases de efeito estufa, desmatamento e na camada de ozônio, para a preservação da biodiversidade e água doce limpa.

Entre os produtos químicos citados como poluentes estão defensivos ou pesticidas, mas os agricultores estão atentos ao risco, usando tecnologias modernas nos setores produtivos. Isso porque os produtores rurais são os maiores interessados na preservação dos recursos naturais, pois dependem de atividade econômica desenvolvida a céu aberto e exposta às adversidades climáticas, como secas, enchentes, vendavais, temporais de granizo e geadas, entre outras.

*Dilceu Sperafico é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br