Encontro do vice-prefeito Ademar Drfschmidt com o secretário Norberto Ortigara. Foto: Divulgação

Da Redação

Um gargalo que inviabiliza o aumento da produção de pescados em Toledo e nas demais cidades produtoras de peixe na região Oeste do Paraná pode chegar ao fim, através de uma mobilização entre Poder Público e as agroindústrias do setor.

Na manhã desta quarta-feira (16/02), o vice-prefeito de Toledo, Ademar Dorfschmidt, que está em Curitiba, entregou à Seab (Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento) um ofício solicitando que uma alteração seja feita no SUSAF (Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte), permitindo a ampliação do volume de abate diário de peixes, que na região está limitado a 500 kg por dia.

A intenção é ampliar essa capacidade para 2.500 kg de peixe abatidos por dia, algo que a agroindústria local consegue alcançar, mas que infelizmente não pode realizar devido à limitação imposta pelo Sistema Unificado de Sanidade.

Um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Agronegócio e Desenvolvimento Econômico de Toledo demonstra que a produção local pode ser ampliada através da alteração na normativa e beneficiar toda a cadeia produtiva. De acordo com Ademar Dorfschmidt, se atendida, essa demanda, entregue em mãos ao secretário da Seab Norberto Ortigara, irá oportunizar aos pequenos frigoríficos a terem a sua produção aumentada, gerando um impacto positivo na geração de emprego e renda na região.

As tratativas para ampliar o abate diário de peixes irá beneficiar 17 agroindústrias de filetagem do Oeste paranaense. O ofício entregue à Seab destaca que hoje estas unidades são responsáveis por 500 empregos diretos mais os terceirizados envolvidos nas despescas, transporte e logística. Estas agroindustriais têm 400 pequenos produtores parceiros que fornecem a matéria. Além disso, existe toda uma cadeia envolvida de produtores de alevinos, fábricas de farinha de peixe, ração, equipamentos para as indústrias e piscicultores.

Também foi levado ao conhecimento do secretário da Seab e dos diretores da pasta um histórico da piscicultura na região, mostrando que a cultura da Tilápia (tilapiacultura) está se enraizando e se fortificando nas propriedades dos pequenos produtores rurais, onde a maioria da produção vem de agroindústrias desses pequenos produtores que na década de 90 (noventa), com muitas dificuldades na comercialização de seu pescado, adentravam no ramo da industrialização e, hoje, por estarem muito próximas uma da outra, acabam por gerar uma preocupação devido a competição em um pequeno espaço e aos avais de inspeções superiores.

Esta situação preocupa tanto os pequenos produtores como as agroindústrias, sendo necessário um olhar especial voltado ao futuro da atividade. Logo após as cooperativas Copacol e C.Vale iniciarem este ramo, houve certa preocupação dos pequenos piscicultores e das agroindústrias da região e de outros municípios e Estados que também estavam investindo nesta atividade.

Apesar da preocupação apresentada, vale ressaltar e enaltecer o sistema de parcerias implantado pelas cooperativas, que trouxe um avanço significativo e grandioso na cadeia do pescado, viabilizando os grandes produtores e, sendo assim importante e necessário, tendo em vista que a tilapiacultura é um dos agronegócios que mais cresce no Brasil e a nível mundial.

Diante dessa exposição levada pelo vice-prefeito de Toledo, e respaldada pelas empresas Frigokohler Frigorífico de Peixes, Sardella Pesque Pague, Industria de Pescados Entre Rios, Frigocosta e Mwutzke Distribuidora de Alimentos, os representantes do setor solicitam que o secretário Ortigara interceda pelas agroindústrias e o futuro de cada uma delas e de tantos pequenos piscicultores.

Eles pedem que, junto ao Governo Estadual, seja revista ampliação de abates, pensando-se no futuro da atividade, almejando até mesmo e, se possível, a participação das agroindústrias em consórcios, centralizando a produção de cada uma para processar o filé em empanados e outros produtos para o consumidor final e com isto aumentar o volume da produção e a competitividade no mercado.

Confira a seguir, o Ofício 16/2022 na íntegra: