A cor laranja não remete somente ao câncer de pele em dezembro, mas também o mês de fevereiro, que tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a leucemia. Esse é um tipo de câncer que afeta as células sanguíneas, mais especificamente os glóbulos brancos (leucócitos), que são responsáveis pela defesa, pela imunidade do nosso organismo. A leucemia tem origem na medula óssea, parte interna do osso, popularmente conhecida como tutano. Dessa forma, as células sanguíneas saudáveis da medula óssea vão sendo substituídas por células anormais cancerosas.

Há dois meses, Marlene Mezzon Maller foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda, que afeta células mieloides. Nessa batalha contra a doença, Marlene conta com o apoio de seus familiares, e principalmente da filha Leticia Maller. “Minha mãe é pessoa mais forte, guerreira e confiante que eu já conheci na vida. Ela aceitou essa guerra e está lutando bravamente. Desde que descobrimos a doença, prometi para ela que não soltaria a mão dela por nenhum minuto, que iriamos enfrentar juntas do começo ao fim”.

A leucemia começou surgir na vida da Marlene através do cansaço, trombose e a fraqueza.  Após diversas transfusões de sangue e sessões de quimioterapia, ela ressalta a importância desse ato de amor ao próximo. “A doação de sangue tem o poder de salvar minha vida e de outras. As pessoas precisam se conscientizar e colocar em prática, com esse simples gesto é possível trazer esperança e oportunidade de viver”, ressalta Marlene.

Segundo a médica hematologista, Meide Daniele Urnau da Uopeccan, a leucemia ocasiona modificações das células produtoras dos leucócitos (glóbulos brancos) na medula óssea, fazendo com que a imunidade não funcione adequadamente. “Por conta dessas alterações na medula óssea, perde a capacidade de produzir as células vermelhas (hemácias) e também as plaquetas (células responsáveis pela coagulação)”, destaca.

Leucemia crônica e aguda

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Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo que os quatro primários são leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL). “Cada tipo de leucemia tem uma gravidade, além do tratamento ser muito diferente entre elas. As agudas são muito agressivas, exigindo tratamento imediato e tem boas taxas de cura, principalmente em crianças. Já os crônicos geralmente são mais indolentes, com tratamentos menos intensivos (muitos orais), porém buscamos controle da doença, não a cura definitiva”, ressalta hematologista, Meide.

Entre os principais sintomas o paciente pode apresentar anemia, risco aumentado de infecções, hemorragias, manchas roxas pelo corpo. Também é comum dores nos ossos, fraqueza, palidez da pele, febre e aumento das ínguas pelo corpo. A médica ainda explica que o tratamento para esse tipo de câncer pode ser feito através da quimioterapia e, em alguns casos, radioterapia. “A quimioterapia para leucemias do tipo agudas é muito intensa, necessitando de internações prolongadas. Os pacientes ficam com o sistema imunológico bem fragilizado, tendo alto risco de infecções. Alguns chegam precisar de 10 transfusões de sangue frequentes”, complementa.

Transplante de medula óssea

O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas e consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável. “Existem casos que a leucemia não é curada somente com a quimioterapia, nessa situação pode ocorrer a indicação do transplante de medula óssea. Através desse método é possível aumentar a chance de cura quando a quimioterapia teve bom resultado. Não tem grande potencial de cura quando ele é feito com a doença em atividade”, finaliza a médica. Fonte e crédito fotos: Assessoria Uopeccan