Gostaria de agradecer ao vice-prefeito de Toledo por estar sempre disponível para responder às críticas, mesmo que algumas delas possam parecer míopes e não reflitam a visão política e respeitosa que se espera de quem está no poder. Refiro-me às minhas notas da coluna de abril de 2020, reprisadas por ele, onde questionei não apenas os chamados “protetores de animais”, mas também o prefeito da época e o secretário, ambos denunciados pela atual secretária da educação, Marli, por um possível envenenamento de pombos à época.
Seria ideal que a verdade viesse diretamente de você, mas infelizmente isso parece utópico, dada a sua natureza “maléfica e doentia”. Seria mais justo se você tivesse publicado minha matéria por completa, em vez de apenas uma parte dela, pois nela eu mencionei e cobrei os então gestores, Lucio de Marchi (prefeito) e Neudi Mosconi (secretário de meio ambiente), da mesma forma como fiz nesta matéria atual ao Beto e à UTFPR. É minha obrigação informar, cobrar e dar respostas à sociedade.
A diferença é que os gestores da época (2020) responderam de forma correta, pois tinham uma SECOM que, responsavelmente, emitiu uma nota à imprensa, especialmente para aqueles jornalistas que fizeram seu trabalho de forma imparcial e verdadeira (SEM ENVELOPE), afirmando que todas as medidas necessárias foram tomadas, sem atacar o profissional, como você tem feito repetidamente. Inclusive, na nota constava um parecer técnico da UFPR que os pombos não estavam contaminados.
No caso específico em que fui informado de que a prefeitura e a UTFPR fecharam os abrigos para os pombos, fui ao local e constatei a verdade. Inclusive, durante a minha transmissão ao vivo, lembrei que o pombal foi construído para concentrar as aves longe de áreas comerciais e residenciais que estavam ocupando na época. Foi a solução mais inteligente e possível encontrada pelo então prefeito José Carlos Schiavinatto, que copiou o projeto da Itália.
Tudo o que vai, volta.
Com essa infeliz decisão, os pombos agora estão se abrigando na cobertura da Ilha do Conhecimento, nos bares, petiscarias e residências, ou seja, tudo voltou à estaca zero. E, com certeza, a consequência literal disso já está evidente: muitas “cagadas” das aves e dos gestores!
Recapitulando postagens de abril de 2020:
“Envenenamento* dos pombos”?
Está circulando nas redes sociais a informação de que o Prefeito Lúcio de Marchi autorizou o “extermínio de pombas” e em contato com o município, recebemos uma nota de que essa informação não procede, portanto, um, fake e que, o município irá acionar os responsáveis pela falsa notícia por crime.
“Envenenamento* dos pombos”? I
Olha nobres gestores do município de Toledo, eu, duvido que vocês venham fazer tal “investigação” para deletar ou punir tais “fakes”. Se comprovado for, seria um fim nos “mentecaptas” ou dos tais protetores dos animas que hoje estão mais desocupados para usar as redes sociais como “vaso-sanitário”. Por que se recusaram em ouvir os servidores da limpeza? Aí tem…
Nota de esclarecimento:
O LOCAL PASSOU POR LIMPEZA NA TARDE DE QUARTA-FEIRA (15). POR MEIO DO CONTRATO 1165/2018, A EMPRESA DE DESENVOLVIMENTO URBANO E RURAL DE TOLEDO (EMDUR) REALIZA A REFORMA DA USINA DO CONHECIMENTO. UM DOS SERVIÇOS PREVISTOS NO CONTRATO ESTÁ A LAVAGEM DO TELHADO, SERVIÇO REALIZADO NO MOMENTO UTILIZANDO O PRODUTO DETERGENTE PROFISSIONAL DESINCRUSTANTE ÁCIDO.
AINDA NESTA QUARTA-FEIRA (15) POPULARES ADENTRARAM AO LOCAL E ACUSARAM O MUNICÍPIO DE ESTAR PASSANDO VENENO PARA MATAR AS POMBAS. O FATO É QUE ENCONTRARAM ALGUNS ANIMAIS MORTOS NO LOCAL, PORÉM O LOCAL ESTÁ FECHADO HÁ VÁRIOS DIAS. É POSSÍVEL QUE ALGUMAS POMBAS ESTEJAM MORTAS POR FALTA DE ALIMENTO.
OS POPULARES FORAM ATENDIDOS POR SERVIDORAS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL E SANEAMENTO, PORÉM SE RECUSARAM A ESCUTAR AS EXPLICAÇÕES SOBRE A LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DO TELHADO E TRATARAM DE, SEM CONSULTAR DEVIDAMENTE AS AUTORIDADES COMPETENTES DIFUNDIR NOTÍCIAS FALSAS E CALUNIOSAS CONTRA O MUNICÍPIO E SEU GESTOR.
A TÍTULO DE INFORMAÇÃO, A SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL REALIZOU UM ESTUDO PILOTO SOBRE A SITUAÇÃO SANITÁRIA DOS ANIMAIS SILVESTRES DE TOLEDO NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS. O OBJETIVO, ALÉM DE VÁRIAS OUTROS, ERA INVESTIGAR DOENÇAS EM POMBOS-DOMÉSTICOS (CRYPTOCOCCUS SP) DE OCORRÊNCIA NO MUNICÍPIO DE TOLEDO E AVALIAR O POTENCIAL ZOONÓTICO SOBRE A POPULAÇÃO HUMANA.
PARA A ELABORAÇÃO DO PROJETO FOI FIRMADO O CONVÊNIO Nº 96/2016 ENTRE A UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) E A PREFEITURA MUNICIPAL DE TOLEDO. O ACOMPANHAMENTO DE PARÂMETROS DE SAÚDE DE ANIMAIS SILVESTRES É UMA IMPORTANTE FERRAMENTA PARA O PLANEJAMENTO DE POLÍTICAS DE MANEJO QUE VISEM À PRESERVAÇÃO DA SAÚDE DESTES ANIMAIS OU A MINIMIZAÇÃO DE RISCOS À SAÚDE HUMANA.
ENTRE OS VÁRIOS LEVANTAMENTOS DO ESTUDO, OBSERVOU-SE QUE 100% DOS POMBOS AVALIADOS APRESENTAVAM ECTOPARASITAS. “APESAR DAS ANÁLISES INICIAIS NÃO TEREM EVIDENCIADO A PRESENÇA DE CRYPTOCOCCUS NEOFORMANS, ANÁLISES ADICIONAIS ESTÃO EM ANDAMENTO PARA DETECÇÃO DO AGENTE EM AMOSTRAS DE TECIDO, QUE NÃO APRESENTAM MELHOR SENSIBILIDADE E MENOR RISCO DE CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL EM RELAÇÃO ÀS AMOSTRAS DE FEZES SECAS OBTIDAS DIRETAMENTE DO SOLO”, DIZ PARTE DO ESTUDO. PORTANTO, ATRELAR UM SERVIÇO DE LIMPEZA A UM “EXTERMÍNIO DE POMBOS” É UM DESSERVIÇO À COMUNIDADE E AOS PRÓPRIOS ANIMAIS QUE VIVEM NAQUELE ESPAÇO.
Os “pombos” e a desarmonia homem x natureza
Em uma tarde de sexta-feira fria, de inverno, em Toledo, o cenário urbano se desenrolava com a aparente normalidade até receber um espectador e leitor cuidadoso da minha coluna observou os pombos, figuras constantes e controversas da paisagem urbana, disputando migalhas e espaço nos telhados da Ilha do Conhecimento e demais espaços comercias adjacentes. Tinham fechado a casa dos pombos, ideia genial de solução de centralizar a abrigar aas aves em um só lugar.
Na coluna de abril de 2020, trouxe à tona uma questão delicada: o tratamento dispensado a esses pássaros que, para muitos, são apenas “pragas”, mas para outros, são seres vivos dignos de proteção. A polêmica foi acentuada pelas denúncias da então secretária da educação, Marli, sobre um possível envenenamento de pombos, envolvendo diretamente o prefeito da época e o secretário de meio ambiente.
Recordo-me bem de ter questionado não apenas os “protetores de animais”, mas também os gestores Lucio de Marchi e Neudi Mosconi, cobrando explicações e medidas eficazes. Na época, uma nota oficial foi prontamente emitida, esclarecendo as ações tomadas e tranquilizando a população. Foi uma resposta digna, sem ataques pessoais, mas focada na solução do problema.
Porém, nem todas as respostas vêm com a mesma diplomacia. Recentemente, ao abordar novamente o tema, a reação foi distinta. O vice-prefeito, em uma tentativa de defesa, optou por distorcer minha matéria, publicando apenas partes dela e ignorando o contexto completo. Tal atitude, além de desonesta, revela uma face preocupante da política: a incapacidade de lidar com críticas de forma construtiva e transparente.
Ao investigar a situação atual, constatei que a prefeitura e a UTFPR decidiram fechar os abrigos destinados aos pombos, locais esses construídos para afastar as aves das áreas comerciais e residenciais. Era uma solução prática, inspirada em um modelo italiano, implementada pelo então prefeito José Carlos Schiavinatto. Com o fechamento dos abrigos, as pombas, desabrigadas, encontraram refúgio na cobertura da Ilha do Conhecimento, nas residências, nos comércios criando um novo problema: sujeira e desordem.
Essa decisão infeliz é um reflexo da desarmonia entre o homem e a natureza. Os pombos, em sua busca por sobrevivência, acabam se tornando um incômodo, uma “cagada” literal, que retorna àqueles que negligenciam a convivência harmoniosa com o meio ambiente. A ironia é que, ao tentar afastar a natureza, acabamos por trazer de volta, de forma agravada, os problemas que poderíamos ter evitado com um pouco mais de empatia e planejamento.
Assim, fica a reflexão: em nossa corrida desenfreada para moldar o mundo à nossa imagem e conveniência, estamos realmente encontrando soluções ou apenas adiando e agravando os desafios que a coexistência nos impõe? Eu, jornalista Eliseu Langner de Lima, irei cobrar, denunciar e elogiar quem for diretamente responsável, inclusive o “papa” se for necessário, sem lambenção de “cuião” como é de praxe de alguns ocupantes de cargos PÚBLICOS .
Você precisa fazer login para comentar.