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Protocolo de doações de órgãos no Bom Jesus é de 9,5. Ou seja, de cada 10, nove aceitam doar

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Por Marcos Antonio Santos

O Hospital Bom Jesus (HOESP), do município de Toledo, há muitos anos é um exemplo nesta nobre missão de salvar vidas, por meio da doação de órgãos. O coordenador da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do Bom Jesus, Itamar Weiwanko conta que do protocolo de doação para cada dez pacientes, 9,5 das famílias aceitam a doação.

Itamar confirma que no Bom Jesus, nos últimos dez anos, de cada 10 protocolos concluídos, que se abre a possibilidade de fazer a pergunta a família se quer doar os órgãos, 9,5 concordam.  “Se os familiares entenderem o processo e tem a confiança no atendimento do hospital, é confirmada a doação, se a família concordar”.

De acordo com o Sistema de Transplante do Paraná, neste ano, o Bom Jesus realizou sete doações de órgãos. Foram nove notificações, oito doadores elegíveis. Das oito famílias entrevistas, sete autorizaram (88%). Em 2022, das 21 famílias entrevistadas, 20 concordaram com a doação (95%). “A captação de órgãos é muito difícil, a nossa média é de 25 pacientes por ano que fazem as doações de órgãos. E temos o registro no Bom Jesus, de 55 mortes a cada mês”, diz Itamar. 

 “Aqui existe um trabalho e conscientização graças a imprensa, a população generosa e preocupada com o próximo. No Bom Jesus, com o trabalho do Cihdott, existem profissionais engajados com a causa para contribuir com o processo.  No Brasil, cerca de 50% das pessoas que podem doar órgãos e tem a morte encefálica não tem o seu diagnóstico finalizado. Desses 50%, perto de 30% não conseguem concluir o protocolo por algum motivo de falha no sistema. O Bom Jesus, por meio de profissionais capacitados, consegue concluir todos os protocolos”, afirma Itamar. O Paraná tem cerca de 400 hospitais, mas apenas 27 tem uma Cihdott.

 Itamar atua há 17 anos nesse serviço e tem três pós-graduação, uma delas no Hospital Albert Einstein (SP). Foto: arquivo pessoal  

A Espanha tem uma legislação diferente, sendo o país número 1 do mundo em doações e transplantes de órgãos. “De cada 10 pessoas, oito doam na Espanha. No Paraná, de cada 10 protocolos, sete doam; no Brasil, de cada 10, apenas 4,5 doam; no Bom Jesus, de cada dez, 9,5 acolhem a doação”, confirma Weiwanko.

Neste ano, no Hospital Geral da Unimed, de Toledo, foi realizada uma entrevista familiar, e uma autorização (100%). No ano passado também 100%, entrevista familiar; uma, que autorizou a doação.

PROTOCOLO – Itamar Weiwanko explica que o protocolo é uma diretriz brasileira que o hospital precisa respeitar. “Temos a obrigatoriedade de diagnosticar a doença que o paciente tem, seja um câncer, HIV, tuberculose, enfarte.  E também de diagnosticar o paciente com morte cerebral. Estou há 17 anos nesse serviço e tenho três pós-graduação, e a meu ver, é algo de mais complexo que existe dentro da instituição e para se fazer um diagnóstico, requer muito conhecimento. Não é qualquer pessoa que pode doar órgão, somente quem tem o diagnóstico concluído de morte encefálica, que é quando o cérebro morre, mas o coração, por exemplo, ainda bate e os outros órgãos continuam funcionando por um tempo”.

Doação se define como um milagre, eficiência e um processo de responsabilidade. Foto: arquivo pessoal

Teve diagnóstico de morte cerebral; acabou, e o médico preenche a declaração de óbito e chama a família. “É aí que entra a Cihdott, para convencer os familiares a fazer a doação dos órgãos.   Isso somente pode ser realizado posteriormente do preenchimento do protocolo e a conclusão de morte encefálica. O protocolo é desligar a sedação, tentar tirar o paciente do coma, tirar da máquina para ver se ele respira e precisa ser feito exames clínicos por dois médicos. Feito tudo isso, se conclui o protocolo, que é realizado em todo o mundo. Se a família concordar em realizar a doação, o paciente é cadastrado no sistema estadual, sendo validado os órgãos disponíveis”.

DOAÇÃO – A doação de órgãos ou de tecidos é um ato pelo qual o indivíduo manifesta a vontade de doar uma ou mais partes do corpo para ajudar no tratamento de outras pessoas. A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) ou de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). A doação de órgãos como o rim, parte do fígado e da medula óssea pode ser feita em vida.

ÓRGÃOS E TECIDOS – Tecidos são as córneas, ossos, coração, que pode ser transplantado de forma total para bater, ou pode ser usado os tecidos, que são as valvas cardíacas. “Se o paciente tem um problema na mitral e está tendo refluxo, é feito um diagnóstico, e a pessoa precisa fazer esse reparo, passa por uma cirurgia cardíaca e transplante valvar, fazendo a troca da mitra, ou a pulmonar. Ossos sendo um tecido pode ajudar até 40 pessoas com o transplante ósseo, os ossos mais longos são os transplantados. Se a pessoa teve uma fratura e perdeu parte fêmur em um acidente, o médico fará um enxerto ósseo. As células ósseas se encontram e faz a fusão do osso. O osso é vivo e tem circulação, mas quando morre, ele necrosa e não tem mais vitalidade, enfim, isso é tecido. Órgãos são fígado, rim, o próprio coração”.

 No Cihdott existem profissionais engajados com a causa para contribuir com o processo de doação. Foto: arquivo pessoal

FILA DE ESPERA – Ao todo, hoje, são 3.377 pessoas no Paraná aguardando por uma doação de órgão, e vem aumentando. O transplante renal é o que tem a maior fila, “No Brasil, neste ano, teve uma queda de 20% do transplante e de doação de órgãos no geral. O Paraná teve também uma leve queda, mas continua sendo o primeiro no país com mais doações e transplante. O rim é o órgão maior fila, porque o paciente passa por um processo de terapia dialítica, faz hemodiálise três vezes por semana e ficam aguardado o transplante do rim”.  O Paraná manteve a liderança nacional em doações efetivas de órgãos no primeiro boletim do ano da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). O Estado se posicionou em primeiro lugar com 124 procedimentos no primeiro trimestre deste ano.

O rim tem um total de 1844 pacientes na fila de espera; córneas, 1252; fígado, 206; rim pâncreas, 23; pulmão, 19; coração, 33 pacientes (total – 3.377). “O coração tem um tempo de 4 horas para ser transplantado e começar a bater no peito de uma outra pessoa, em qualquer lugar do Brasil; o fígado são 12 horas de espera; os rins são 18 horas; as córneas podem ficar em conservação por até 15 dias; os ossos podem ser congelados por até cinco anos”.

Segundo Itamar, a doação pode se definir como um milagre, eficiência e um processo de responsabilidade “Para realizar esse trabalho é uma gratidão muito grande e um reconhecimento profissional e pessoal. Eu abdico de muita coisa pelo processo. Muitas vidas dependendo do meu conhecimento”, finaliza Weiwanko.

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