Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quinta-feira (13.06) o 6º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, indicando que o Brasil pode alcançar um novo recorde de produção. A estimativa atualizada prevê 328,3 milhões de toneladas, um crescimento de 10,3% em relação ao ciclo anterior, com um acréscimo de 30,6 milhões de toneladas.

O desempenho positivo é impulsionado pelo aumento da área plantada, que deve atingir 81,6 milhões de hectares, e pela recuperação da produtividade média, projetada em 4.023 quilos por hectare.

A primeira safra de soja tem estimativa de 167,4 milhões de toneladas, um avanço de 13,3% sobre a safra passada. Apesar dos atrasos no plantio e do excesso de chuvas em janeiro, a redução das precipitações em fevereiro favoreceu a colheita, que já alcança 80% da área cultivada em algumas regiões (60,9% na média nacional, segundo a Conab), superando o índice registrado no mesmo período do ciclo anterior e dentro da média dos últimos cinco anos.

Os rendimentos obtidos até o momento estão acima das expectativas iniciais em estados produtores do Centro-Oeste e Sudeste. Em contrapartida, a irregularidade e a escassez de chuvas no Sul e em parte do Centro-Oeste impactaram o potencial produtivo da cultura.

O plantio do milho segunda safra já foi concluído em 83,1% da área prevista. Apesar do ritmo inferior ao registrado no mesmo período da última safra, o índice segue acima da média dos últimos cinco anos. A área cultivada deve crescer 1,9%, alcançando 16,75 milhões de hectares, com expectativa de recuperação na produtividade média, estimada em 5.703 quilos por hectare.

Com isso, a produção da segunda safra do grão deve atingir 95,5 milhões de toneladas, um aumento de 5,8% em relação ao ciclo anterior. No total, a produção de milho para 2024/25 está projetada em 122,8 milhões de toneladas, crescimento de 6,1%.

A área plantada de arroz registrou crescimento de 6,5%, chegando a 1,7 milhão de hectares. O bom regime de chuvas tem favorecido o desenvolvimento das lavouras, resultando em uma recuperação de 7,3% na produtividade média, estimada em 7.063 quilos por hectare. Com isso, a produção foi ajustada para 12,1 milhões de toneladas.

A colheita avança em ritmo superior ao da safra passada na maioria dos estados produtores, com exceção de algumas áreas do Norte, onde o percentual colhido está ligeiramente abaixo do registrado no ciclo anterior.

A entrada da nova safra no mercado tem pressionado os preços pagos ao produtor. No entanto, o aumento da produção deve garantir o abastecimento interno e contribuir para a recomposição dos estoques de passagem, mesmo com a expectativa de crescimento nas exportações, estimadas em 2 milhões de toneladas. A projeção indica que o estoque de passagem pode alcançar 1,4 milhão de toneladas ao final da safra 2024/25.

A produção total de feijão para a safra 2024/25 deve atingir 3,29 milhões de toneladas, um aumento de 1,5% em relação ao ciclo anterior. O resultado é atribuído à expectativa de melhora na produtividade média, já que a área plantada permanece praticamente estável.

A cultura do algodão segue em expansão, com aumento na área semeada para cerca de 2 milhões de hectares. A expectativa é de uma boa produtividade média, podendo resultar na terceira maior produção já registrada no país, atrás apenas das últimas duas safras. Caso o cenário se confirme, a colheita pode alcançar 3,82 milhões de toneladas de pluma, estabelecendo um novo recorde histórico.

Com a projeção de crescimento na produção de grãos, a agropecuária brasileira reafirma sua importância no cenário global, garantindo o abastecimento interno e fortalecendo as exportações. A expectativa do setor é de que as boas condições climáticas e o avanço das colheitas sustentem os resultados positivos ao longo do ciclo, consolidando mais um ano de safra robusta para o país.

Fonte: Pensar Agro