Dos cinco presos, três tinham ocupação na construção civil e apenas um possuía passagens pela polícia
Por Fernando Braga
Na quarta-feira (13/01), Toledo foi palco da maior apreensão de drogas da história do BPFron – Batalhão de Polícia de Fronteira –, quando cinco homens foram surpreendidos com 12,7 toneladas de maconha armazenadas em uma propriedade na zona rural.
No final da tarde, policiais militares da força especializada no combate a crimes transfronteiriços, criada em 2012, receberam informações de que uma carreta suspeita estava nas proximidades de uma propriedade no distrito de Novo Sarandi. Ao checarem as informações, os Operadores de Fronteira, que atuam na Operação Hórus, localizaram o veículo descarregado.
Cães farejadores foram acionados e levaram os policiais até um galpão próximo, que fica na propriedade onde antigamente funcionava uma olaria. O local armazenava as quase 13 toneladas de entorpecentes, que provavelmente chegaram do Paraguai através do Lago de Itaipu para serem encaminhadas a outros pontos do País.
A antiga olaria foi desativa há muito tempo e os herdeiros da propriedade a alugaram, sem saber que o imóvel seria utilizado para fins ilícitos.
A movimentação de uma grande carga como essa não é habitual em Toledo e envolve criminosos que geralmente vêm de outras partes. Porém, o que surpreende desta vez, além da exorbitante quantidade de maconha apreendida, avaliada em R$ 13 milhões, é que os responsáveis pela droga são daqui.
Trata-se de quatro moradores de Toledo, com idades de 23, 35, 47 e 49 anos, e um de Marechal Cândido Rondon, que possui 45. Apenas um deles tem passagem pela polícia. Ele já respondeu pelo crime de receptação e é conhecido no meio policial por envolvimento com drogas. Os demais são réus primários.
Como quatro deles não tinham ficha criminal, presumimos que eles possuíam alguma ocupação lícita e checamos o que relataram aos policiais. Fomos atrás de seus depoimentos e descobrimos que ao serem ouvidos, dois declararam que não estavam ocupados em nenhuma profissão, e os outros três se apresentaram como profissionais da construção civil: um é carpinteiro, outro é pedreiro e o terceiro, construtor.
Quatro irão responder por tráfico de drogas e um responderá também por porte ilegal de arma de fogo, já que assumiu ser responsável por dois carregadores de fuzil que estavam junto com a droga, e por corrupção ativa, por ter tentado subornar os policiais no momento da prisão.
Além da droga e dos acessórios para arma, também foram apreendidos R$ 3.500 em dinheiro. Um helicóptero da Casa Militar, que está em operação na região Oeste do Paraná, foi empregado na ação dos policiais.
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