Da Redação
A tentativa de deter o controle do Sindicato dos Servidores Municipais de Toledo (SerToledo) faz que com o prefeito Beto Lunitti e seus apoiadores, dentre os quais servidores que ocupam Cargos em Comissão, ingressem na disputa pela direção da entidade, na eleição marcada para os dias 8 e 9 de agosto.
A disputa entre chapas no pleito é legítima e democrática. No entanto, há de se observar a legalidade nas inscrições dos postulantes e a lisura no processo eleitoral. Ao que indicam as trocas mensagens feitas via WhatsApp e enviadas à Gazeta de Toledo, está em andamento a formação de uma “chapa branca”, o que seria no mínimo desleal para com o funcionalismo municipal.
A legitimidade do Sindicato dos Servidores Públicos para atuar em defesa dos interesses da categoria que ele representa está em não ser “oficialista e acrítico em relação ao governo” e nem permitir uma “associação entre os líderes sindicais e o chefe de governo”. Do contrário, a entidade sindical será inócua e não cumprirá sua função. Diante disso, é preocupante a constatação de que pessoas que compõem o atual Governo Municipal, juntamente com outras que cercam o prefeito, estão cooptando seus partidários para tentar manobrar o SerToledo.
Primeiramente, a denominada Chapa 2 tentou inscrever oito pessoas que possuem Cargos em Comissão, o que é vedado pelo regimento e foi prontamente negado pela Comissão Eleitoral. Outra coisa que chama a atenção é a revelação de que essa chapa vem sendo orquestrada por Marli Gonçalves Costa e sua companheira, Caroline Recalcatti.
Marli é uma aliada de primeira hora de Beto Lunitti e já ocupou oficialmente a Secretaria de Esporte e a Secretaria de Educação em sua gestão (extraoficialmente, ela comete ingerência em outras pastas).
Caroline Recalcatti protagonizou um dos mais graves incidentes já vistos em uma disputa sindical. Durante a campanha eleitoral para o SerToledo, em 2021, descontrolada, ela agrediu verbalmente seus concorrentes, enviou áudios em um aplicativo de mensagens, onde xingava e menosprezava servidores, praticando entre outros atos “gordofobia” e discriminação capacista. A chapa composta por ela perdeu a eleição. Além disso, os áudios vazaram e as pessoas ofendidas, entre as quais dirigentes do SerToledo, moveram uma ação judicial. Neste mês de julho de 2024, Caroline Recalcatti foi condenada ao pagamento de valor pecuniário destinado a uma entidade indicada pela Justiça de Toledo, além de outras restrições legais.
Como não poderiam estar à frente de uma chapa para concorrer à eleição do SerToledo, Marli e Caroline estariam articulando a formação da denominada Chapa 2, que seria formada por “laranjas”, ou seja, por pessoas que, uma vez eleitas, iriam seguir as determinações do prefeito Beto Lunitti.
Outras pessoas que estariam por trás dessa chapa seriam Charles Alberi Schneider, advogado da Marli, Paulo Roberto Pagnussatti, irmão e advogado do prefeito Beto Lunitti, e o também advogado Diego Monteiro Rocha. O SerToledo é alvo de ações judiciais movidas por Charles, o que indica o interesse do grupo a que está ligado em ter o controle da entidade. Entre outras coisas, a chapa de “laranjas”, se eleita, poderá suspender ações que o sindicato move contra a prefeitura e reverter decisões judiciais em que a prefeitura foi condenada.
Se esse concluio entre o prefeito e seus asseclas lograr êxito, o SerToledo poderá passar para as mãos de pessoas que prejudicarão o funcionalismo municipal. Além disso, o sindicato perderá sua autonomia e será utilizado para manobras políticas e judiciais que favoreçam a gestão do prefeito Beto Lunitti.