Pesquisa sobre os valores da cesta básica realizada pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR), do campus de Toledo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), aponta alta de 5,51% nos preços praticados entre os meses de setembro e outubro. De acordo com a pesquisa, desde janeiro a cesta básica acumula alta de 10,27%.
A pesquisa divulgada mostra que o custo da cesta básica individual passou de R$579,26 em setembro para R$611,15 em outubro e a cesta básica familiar passou de R$1.737,77 em setembro para R$ 1.833,46 em outubro. Os pesquisadores afirmam que a cesta básica familiar ultrapassa o valor do salário-mínimo vigente (R$ 1.212,00) em 63,54%.
Os pesquisadores levantaram os valores dos 13 itens da cesta e constataram que quatro produtos apresentaram aumento no preço médio: o tomate (65,57%); a batata (38,72%); a banana (15,49%); e o café (5,32%). Outros nove produtos apresentaram redução no preço médio no período: o feijão (-7,24%); o óleo de soja (-5,64%); o leite (-4,69%); o açúcar (-3,03%); a margarina (-2,99%); o pão francês (-2,35%); o arroz (-1,81%); a farinha de trigo (-1,48%); e a carne (-1,45%).
“Importante ressaltar que, diante da variação total da cesta básica individual para o mês de outubro de 2022, os aumentos nos preços do tomate, da batata e da banana foram os que apresentaram o maior impacto sobre o aumento do índice”, avalia a coordenadora do NDR, Crislaine Colla.
A pesquisa também calcula o valor do salário-mínimo necessário para suprir as despesas domiciliares referentes a habitação, vestuário, transporte, alimentação e educação no município de Toledo. De acordo com os pesquisadores, a remuneração necessária seria de R$ 5.134,30, o que equivale a 4,67 vezes o mínimo nacional vigente.
Em mês de outubro, o custo da cesta básica de Toledo foi maior que o de Recife, Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos sendo, portanto, mais barata que as cestas das demais cidades listadas. Observou-se que o custo da cesta básica de Cascavel (R$632,24) foi 3,45% maior que o custo da cesta de Toledo (R$611,15). Das cidades analisadas, somente Recife e Belém apresentaram redução no custo da cesta básica. Toledo foi a cidade que apresentou o maior aumento no custo da cesta básica em outubro. Além disso, ao comparar o custo da cesta básica de Toledo com o de Porto Alegre, que apresentou a cesta básica com maior custo em outubro (R$768,82), verifica-se que a cesta de Porto Alegre tem um custo 25,80% maior que a de Toledo.
Os produtos que apresentaram maior aumento de preços nos últimos 12 meses foram: a banana, que acumulou aumento de 59,05%; o pão francês, com 34,64% de aumento; a farinha de trigo, que aumentou 30,97%; o leite, com incremento de 29,65%; e a batata, com aumento acumulado de 27,57%. Verifica-se que apenas 4 produtos apresentaram variação acumulada negativa, que seriam o tomate, com uma redução de -22,46%, o feijão, que reduziu -18,96%, o óleo de soja, que reduziu -12,57% e o açúcar, que diminuiu -1,90% nos últimos 12 meses.
Por sua vez, quando se observa a variação acumulada no ano corrente, ou seja, nos últimos 10 meses, também é identificada intensa volatilidade nos preços, pois nesse mesmo período a batata apresentou aumento de 44,42%, por exemplo. Em seguida vem o preço da banana, que acumula aumento de 39,79%. Apesar do preço do leite ter se reduzido entre julho e outubro, este produto acumula aumentos sucessivos e significativos, com aumento acumulado de 37,04%. Ademais, verifica-se que a farinha de trigo e o pão francês apresentam o quarto e quinto maior aumento acumulado em 2022, de 28,22% e 26,94%. Nesses 10 primeiros meses de 2022, o açúcar apresentou uma variação acumulada negativa de -18,40%, o feijão de -15,09%, o óleo de soja de -11,01%.
“É importante observar que, mesmo com as reduções verificadas no custo da cesta básica de Toledo em meses anteriores e as demais variações ocorridas ao longo do último ano, observa-se um aumento acumulado nos últimos 12 meses de 7,64% e, somente no ano de 2022, a cesta básica de Toledo já aumentou 10,27%. Estas variações retratam uma perda do poder de compra do consumidor, que também pode ser verificada com o índice de inflação no Brasil”, avalia a coordenadora.
O NDR e composto pelos programas de pós graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio, em Economia e pelo curso de graduação em Ciências Econômicas da Unioeste campus de Toledo.
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Fonte: Assessoria de Comunicação da Unioeste