Dilceu Sperafico. Foto: José Fernando Ogura/AEN

 Por Dilceu Sperafico*

Os Estados Unidos, a exemplo de diversos outros países, reconheceram que o Brasil fez “anúncios positivos e significativos” na

Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-26), realizada entre os dias 1º e 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia. Todos elogiaram a postura da representação brasileira, destacando a flora e a fauna preservadas no País. 

Os norte-americanos, liderados pelo presidente Joe Biden, chegaram a pedir ajuda ao Brasil em momento decisivo para o acordo sobre regras de controle do mercado de carbono.

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            Nesse contexto, que envolveu delegações de dezenas de países, incluindo do Brasil, liderada pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Douglas Koneff, elogiou o desempenho do governo brasileiro no evento, destinado a debater e definir soluções possíveis para os problemas ambientais enfrentados pelo planeta.

            Em conversa com jornalistas que acompanharam a COP-26, no dia cinco de novembro, Koneff afirmou que o Brasil fez anúncios significativos e positivos durante os debates. “Estamos satisfeitos com os anúncios do Brasil. O papel do País na COP-26 foi muito bom. Esperamos que com ajuda do Brasil possamos chegar a consensos sobre medidas propostas,”, disse o chefe da embaixada norte-americana em Brasília.

            Dentre os principais compromissos anunciados pelo governo brasileiro desde a primeira semana do COP-26, estiveram a meta de redução de 50% das emissões de gases associados ao efeito estufa até 2030; diminuição de 30% na emissão de metano até o fim desta década; e apoio à declaração internacional de líderes mundiais para preservação das florestas e redução do desmatamento e da degradação de solos, também até 2030.

            Questionado sobre a possibilidade de um primeiro contato bilateral entre governantes brasileiros e norte-americanos após a COP-26, seja por telefone ou reunião presencial, o encarregado de negócios Koneff, destacou que “já existe comunicação constante entre vários níveis de governo dos dois países, na busca de objetivos comuns, incluindo a preservação dos recursos naturais”.

            Conforme Koneff, a relação entre os Estados Unidos e o Brasil é ampla em várias áreas e se dá também por meio de outras esferas de governo e com a sociedade civil. Ele ressaltou também que os primeiros anúncios de medidas ambientalistas para a COP-26 foram feitos pelo governo brasileiro ainda em abril, durante encontro de líderes convocado por Joe Biden e que os planos de ações práticas foram detalhados pela delegação brasileira em Glasgow, atendendo aos apelos por mais informações de outros países.

O governo norte-americano, segundo Koneff aguarda agora a implementação das propostas brasileiras, para a avaliação de seus resultados práticos. “Estamos satisfeitos com os anúncios do Brasil”, disse Koneff, incluindo a adesão do País aos acordos globais para proteção de florestas e para redução do gás metano em 30%, até 2030. Ele disse que os diplomatas conversaram entre si e apresentaram suas propostas e compromissos, pedindo o apoio de outros países.

Na prática, diplomatas norte-americanos reiteraram postura otimista em relação às regras para estabelecer o mercado global de carbono. O Brasil antecipou a meta de neutralidade nas emissões para 2050, prometeu zerar o desmatamento ilegal em 2028 e reduzir as emissões de gases em 50% até 2030, no final da COP-26.

*Dilceu Sperafico é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br