A vida cristã exige que façamos escolhas corretas para atingir a vida plena. As leituras deste domingo (04/08) nos questionam acerca da atitude que assumimos diante dos bens materiais; eles devem ser meios e não deuses que dirigem a nossa vida. Somos convidados a colocar Deus no centro de nossas vidas e orientar nossas atitudes a partir Dele que é o único que pode dar sentido à nossa existência e nos garantir a vida em plenitude.

Na parábola do “rico insensato”, São Lucas procura dar respostas ao apelo da primeira leitura: “tudo é vaidade. Que resta ao homem se tudo é sofrimento?”. O apego às riquezas e uma vida dedicada só a elas colocam em perigo a verdadeira vida cristã e o caminho em direção à vida eterna.

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No caminho de Jerusalém, Jesus é abordado por dois irmãos que disputam uma herança e pedem que ele intervenha. Jesus afirma que não faz parte de sua missão se envolver em questões de direito familiar e tomar posição por um irmão contra outro. O que estava em causa na questão era a cobiça, a luta pelos bens, o apego excessivo ao dinheiro. Quantos casos conhecemos de famílias destruídas por causa de herança e divisões de bens materiais! Jesus enfatiza que a busca desenfreada por bens materiais torna-se idolatria porque ocupa o lugar de Deus e nos distancia da vida plena.

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Em seguida, conta a história de um homem que coloca o sentido de sua vida em acumular bens materiais. Esse homem representa, aqui, todos aqueles que vivem somente para acumular sempre mais, esquecendo tudo o resto: Deus, a família e os outros. Representa todos aqueles que vivem uma relação de apego exclusivo aos bens materiais, fizeram deles o seu “deus” pessoal e se esqueceram que eles não podem dar sentido à existência.

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As riquezas, os bens materiais, não são um mal em si, mas se tornam empecilho para a vida quando se transformam no único motivo para viver. Por isso, a Palavra de Deus sempre condenou o acúmulo excessivo de riqueza, porque ela pode escravizar e nos tornar egoístas e alheios ao que acontece ao nosso redor. Todo o bem material deveria ser um meio para o bem viver e, principalmente, na transformação da realidade. O rico acumulador da parábola só pensa em si mesmo; em sua vida não há lugar para Deus e nem para os irmãos. Por isso ele é chamado de louco e insensato.

O Mestre ensina a repartir, com sensibilidade especial em relação aos mais necessitados. O discípulo verdadeiro jamais se mostra mesquinho ao ser interpelado pela necessidade dos outros. Deste modo, ele pode fazer a diferença num mundo tão injusto e cruel para muitos. Se não se mantém um distanciamento saudável em relação às riquezas, no final da vida, nos encontraremos com as mãos vazias diante de Deus. O evangelho quer nos ensinar que o verdadeiro tesouro se encontra no amor ao próximo e na solidariedade fraterna.

Dom João Carlos Seneme, css

Bispo de Toledo

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