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Longa trajetória de projetos de consultoria no Brasil e exterior; criação de programas de capacitação para plantas de processamento avícola, com ênfase em qualidade, rendimento, eficiência e inocuidade; desenvolvimento do primeiro sistema contínuo de insensibilização de frangos em atmosfera controlada em nível internacional; e adoção do primeiro estimulador elétrico de frangos no Brasil.

Essas são somente algumas das realizações de maior destaque do especialista que é referência mundial em processamento avícola, o engenheiro Fabio G. Nunes (e-mail: fabio.g.nunes@hotmail.com), ao longo de sua carreira como expert em manejo, bem-estar e abate de aves.

Além disso, já faz algum tempo que ele oferece serviços de consultoria a empresas renomadas de processamento avícola localizadas não somente no Brasil, mas também em toda a América Latina, Europa e Ásia, nos quais, por intermédio de sua visão de negócios em prol da inovação e modernização, auxiliou os diretores destas companhias a otimizar suas operações diárias, aumentar sua lucratividade e fortalecer suas marcas. Somado a isso, o especialista ministra cursos em âmbito acadêmico nos Estados Unidos, ocasião em que compartilha suas perspectivas em ciência avícola, possibilitando, consequentemente, com fundamentação em sua experiência técnica, assessorar futuros líderes do setor de processamento de carne de aves.

Recentemente, o eng. Fabio Nunes também ministrou um webinar em espanhol (http://carnet.ec/nunes) para a CarneTec, que contou com uma enorme participação virtual de pessoas de diversas regiões da América Latina, e no qual compartilhou seu diagnóstico sobre o impacto do pré-abate de aves na qualidade e rendimento cárneos. Nesse evento on-line, o eng. Fabio Nunes detalhou as etapas essenciais a serem seguidas pelas empresas, enfatizando a forma meticulosa com que se deve realizar cada operação a fim de garantir o melhor resultado técnico e econômico para o produto final e a empresa como um todo.

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De Curitiba (PR), onde mora, o eng. Nunes conversou com a CarneTec e falou sobre um tema recorrente, que é o presente e o futuro do processamento avícola em tempos de pandemia.

CarneTec: Estamos no meio de uma pandemia que vem impactando os mais diversos setores industriais. Qual é a maior dificuldade que as plantas de processamento da América Latina têm enfrentado diante do avanço da covid-19?

Fabio G. Nunes: Eu acho que as plantas de processamento de aves da América Latina têm enfrentado vários desafios, mas, dentre todos eles, destacam-se dois. O primeiro é o de manter a saúde dos funcionários da planta e, consequentemente, a de seus familiares mais próximos, evitando que estes trabalhadores se transformem em vetores de propagação do vírus. O segundo é o de assegurar a continuidade da produção em todos os elos da cadeia produtiva, para evitar o colapso no abastecimento do mercado.

De que forma as plantas de processamento estão conseguindo superar (ou tentando superar) esses desafios?

As empresas vêm mudando drasticamente a forma com que operam para proteger a saúde de seus operadores adotando, para isto, novas medidas, que incluem o escalonamento no fluxo de entrada e saída das plantas, impedindo a formação de aglomerações; o uso obrigatório de equipamentos de proteção individual (máscaras especiais, aventais, protetores faciais ou outros tipos de equipamentos, assim como a instalação de dispensers de álcool em gel nas instalações das plantas); restrição da quantidade de pessoas circulando nas áreas de uso comum, para manter o distanciamento (ônibus de transporte, vestiários, refeitórios ou outros locais); separação das estações de trabalho com cortinas ou divisórias; treinamento intensivo da força de trabalho para lhes fornecer informações sobre a importância dos novos protocolos de higiene; e orientação no caso de algum deles apresentar sintomas em decorrência de contaminação pelo vírus.

O que o senhor acha que os gestores dessas plantas aprenderam diante da pandemia global?

A pandemia está exigindo dos diretores uma capacidade e uma velocidade de planejamento extraordinárias, além de uma rápida resposta para enfrentar a pandemia, ou pelo menos minimizar os efeitos desta ameaça, para que ela não repercuta nos negócios. Na avicultura, o desafio tem sido de uma magnitude especial em relação a outros setores da economia, não apenas devido à extensão da cadeia produtiva e suas multifacetadas ramificações, pelo fato de o produto avícola exigir um cuidadoso e complexo manejo – visto que é um alimento voltado para consumo humano –, como também pela quantidade de pessoas que constituem uma empresa desta natureza. Graças a essa descomunal capacidade de resposta dos gestores é que tem sido possível continuar produzindo durante a pandemia, embora, algumas empresas tenham experimentado limitações temporárias em sua capacidade produtiva. Essa habilidade de reação e superação bem demonstram o vigor da avicultura na América Latina.

O senhor acha que eles estão alterando ou atualizando suas operações de processamento a partir das lições aprendidas na pandemia? Se sim ou não, em que sentido?

Assim que esta tempestade passar, acredito que as empresas precisarão reestruturar suas operações para aprender a lidar melhor e de forma mais rápida com as futuras potenciais ameaças à saúde laboral. Essas alterações devem englobar o fluxo e a administração dos funcionários da planta, que são o cerne das operações. Não adianta nada dispor da matéria-prima pronta para uso e ligar as máquinas se não houver pessoas para operá-las e produzir. Além disso, creio que a cooperação, o espírito de equipe, a solidariedade, o companheirismo e o reconhecimento mútuo são sentimentos que serão incorporados, com bastante força, às relações profissionais dentro das empresas, trazendo mais humanidade e cordialidade ao ambiente de trabalho, com uma esperada e consequente melhoria dos resultados operacionais.

O senhor prevê que, como consequência desse cenário, as empresas mudaram alguma coisa em relação à oferta, diversificação ou apresentação da carne de frango fresca, ou também realizaram alguma alteração no valor agregado, ou nem tanto assim?

Ao longo da pandemia, o fechamento dos restaurantes estimulou, enormemente, o fornecimento de refeições por delivery, beneficiando as cadeias de fast food e os restaurantes que oferecem este tipo de serviço, cujo perfil é singular e diferente daquele dos restaurantes tradicionais. Em se mantendo aquecida a demanda por esse tipo de serviço, as empresas avícolas serão levadas a fazer uma revisão em seu portfólio de produtos, para atender a um novo perfil de consumo. Isso supõe, por exemplo, uma diferenciação na apresentação dos produtos cortados, desossados ou fracionados, bem como a ampliação de praticidade e valor naqueles produtos que são temperados, de culinária étnica ou empanados. Tudo dependerá de que tão igual ou diferente será o mercado dentro do tão propalado “novo normal” em comparação com os anos pré-covid-19.

O senhor viaja com frequência para os Estados Unidos, país no qual oferece seus serviços de consultoria; além disso, o senhor é instrutor de cursos especializados. Fale-me mais sobre as tendências que surgiram nesse país por causa da pandemia.

O que posso lhe dizer é que nos Estados Unidos, durante a pandemia, cresceu exponencialmente o preparo caseiro das refeições. Nesse contexto, posso citar, por exemplo, uma pesquisa recente do National Chicken Council que revelou que o frango tem sido a carne preferida dos lares estadunidenses para o preparo de suas refeições. Ainda que desconheça a existência de um estudo parecido voltado à América Latina, eu consigo estimar que a situação neste continente está bastante parecida, graças não apenas ao fato de a carne de frango ser uma proteína muito versátil, mas também por ela ser mais barata do que as carnes suína e bovina. Por isso, ela se apresenta como a melhor opção frente à limitação temporária do orçamento doméstico imposta pela pandemia, visto que muitos lares, especialmente os da América Latina, têm sofrido economicamente com o desemprego, a paralisação de atividades e a redução nos percentuais de vendas em diferentes setores da indústria.

Sem sombra de dúvida, diante do que conversamos anteriormente, a tecnologia desempenha um papel importante nisso. Cite um exemplo de alguma das inovações que estarão mais presentes nas plantas de processamento de aves futuramente e o porquê disto.

A automação das plantas vai crescer para diminuir a dependência da mão de obra. Esse crescimento será naturalmente homogêneo em função da capacidade de investimento das empresas latino-americanas e das características particulares de cada um dos mercados em que estão presentes. Pelo fato de área de cortes ser a que mais funcionários emprega dentro da planta, sendo, consequentemente a mais vulnerável do ponto de vista sanitário e operacional nestes tempos, estima-se que haverá um aumento na procura por equipamentos automáticos de corte e desossa a curto e médio prazos. É provável que a operação de embalagem dos produtos, hoje em dia geralmente bastante manual, também siga na mesma direção e reduza sua dependência de mão de obra.

O senhor certamente tem conhecimento de que um investimento grande por parte das plantas de processamento beneficia a inocuidade do produto. Vamos continuar vendo acontecer investimentos maciços em inocuidade (ou até mesmo em qualidade), e de que forma isto vai acontecer?

As empresas avícolas sempre tiveram a inocuidade de seus produtos como a prioridade número um em suas operações. A importância da segurança adquiriu traços ainda mais expressivos diante dos novos protocolos de higiene pessoal e operacional nas plantas impostos pela pandemia, colocando, assim, o cuidado com a inocuidade em patamares ainda mais elevados. Da mesma forma, a atenção com a inocuidade foi reforçada nas operações de produção e distribuição de alimentos prontos para consumo. Por tudo isso, os cuidados com a higiene e a inocuidade em toda a cadeia de produção avícola foram ampliados, intensificados e homogeneizados, atingindo um nível ainda mais elevado ao que havia antes da pandemia. Por tudo isso, eu creio que esse “novo normal” em relação aos cuidados com a higiene e a preocupação com a inocuidade dos alimentos, veio para ficar, beneficiando o mercado e os consumidores.

Para terminarmos, o que o senhor poderia nos dizer sobre os diferentes serviços de consultoria que oferece para as plantas de processamento de aves?

Com todo o prazer. Meus serviços de consultoria têm como enfoque o melhoramento global da operação e dos resultados da cadeia de processamento. Eles iniciam quando o frango já está pronto para ir à planta de abate, até a distribuição da carne ao mercado consumidor. Essa melhoria em todo o processo compreende o que está relacionado com a qualidade e o rendimento das operações e produtos, inocuidade alimentar, eficiência operacional, implementação de novas tecnologias e ferramentas, bem como treinamento presencial e on-line de gerentes, supervisores e operadores.

Qual é o fator de maior destaque dos serviços que o senhor presta?

Minha consultoria oferece soluções modernas e de fácil aplicabilidade, que melhoram seus resultados financeiros e técnicos por meio, principalmente, de mudanças e melhorias em métodos e processos, sem que seja necessário, num primeiro momento, realizar investimentos expressivos. Esse diferencial único do meu trabalho gera uma relação custo-benefício que é absolutamente vantajosa às empresas que me contratam. Convido todos os leitores da CarneTec a entrarem em contato comigo através do meu e-mail, fabio.g.nunes@hotmail.com, ou pelo meu WhatsApp, que é +55 (41) 99649-2175, para fazerem perguntas ou tirarem dúvidas, ou ainda para obter mais informações sobre os meus serviços. Espero conseguir fechar negócios bastante proveitosos com os estimados leitores e, desta forma, contribuir significativamente com a rentabilidade operacional e o sucesso financeiro dos seus negócios.

Fonte: CarneTec