Quando o então distrito de Toledo, chamado “Ouro Verde”, começou a se movimentar em direção à emancipação, em 1988, este colunista já estava presente, colaborando por meio de seus trabalhos como repórter na então Rádio União de Toledo, liderada pelo ex-vereador e ex-presidente da Câmara, Tarcísio Jaci Herkert (in memoriam), e como representante da sucursal do jornal o Estado do Paraná.
Influenciamos positivamente a emancipação, pois era financeiramente benéfica para a cidade de Toledo. Naquela época, o distrito representava altos custos para a cidade-mãe, e a melhor solução foi a aprovação, que contou com consulta pública, para que o distrito pudesse caminhar com suas próprias pernas. Após o plebiscito, o então distrito Ouro Verde passou a se chamar “Ouro Verde do Oeste”.
As duas maiores bandeiras da época eram os retornos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), gerados pelas empresas lá instaladas, que cobririam os custos e ainda fariam sobrar recursos para investimentos.
Por que estou mencionando Ouro Verde do Oeste? Explicarei melhor, ou pelo menos tentarei explicar. Esse ex-distrito de Toledo realiza anualmente sua exposição comercial, tendo como principal atração o rodeio e seus shows musicais, deixando a cidade-mãe, Toledo, e seus líderes, fora do camarote.
Que situação é essa? Seria incompetência ou talvez uma disputa entre o atual secretário do AgroDesenvolvimento e o presidente da SRT?
Refiro-me àquela situação do “celular” que gravou imagens inoportunas devido a uma pane elétrica e um galho nas redes.
Não venham com a desculpa de que trago à tona o tema “EXPO TOLEDO” devido ao ano eleitoral. Já cobrei do prefeito, do secretário Diego Bonaldo e de todos os demais envolvidos o pouco, ou quase nenhum, investimento na Expo Toledo, que sempre foi a principal vitrine do município que detém o maior VBP do Paraná por 10 anos consecutivos.
Essa “obsessão” por inovações cega os esforços e o grande envolvimento da sociedade organizada de Toledo, representada pelas ONGs nas barracas de bebidas, nos pastéis, nos restaurantes locais e no comércio que mantém inúmeros empregos e que deixavam aquele pavilhão de 12 mil metros quadrados com cheiro de boas vendas. Essa “obsessão” também separa os líderes do povo, do cheiro do povo, das emoções e vibrações do povo, esteja ele na arena ou nas “rodas gigantes”. Mais ainda, separa todos daquela exposição de Toledo, onde se vendia de tudo, comprava de tudo, e, para piorar, essa “obsessão” ignora e desrespeita quem produz não somente no agronegócio, e sim no comércio, nas indústrias e nos serviços que movimentam a vida econômica de nossa cidade.
E a Expo Toledo?
Em fevereiro de 2021, o evento foi objeto de declarações categóricas do secretário de Desenvolvimento Econômico, Diego Bonaldo, que afirmou a este jornalista que o evento não receberia grandes investimentos. Ele deixou claro que a administração não retomaria a direção do evento no atual modelo, propondo a realização de novos estudos, principalmente devido à alocação de recursos para o InovaMeat, merecidamente elogiado.
E a expo Toledo? I
Para mim, “meias-palavras” são suficientes para compreender o interesse ou a falta dele. Confesso que quando o secretário mencionou que a Expo Toledo sempre foi responsabilidade da SRT, demonstrou um total desconhecimento da história das exposições, aplicando um violento “drible da vaca” nos produtores que elevaram Toledo à condição de “Capital Paranaense do Agronegócio”.
E a expo Toledo? II
O secretário também argumentou que realizar uma exposição apenas de pequenos animais não atrairia público, justificando com questões sanitárias. Ignorou as ferramentas tecnológicas amplamente utilizadas no InovaMeat, onde os palestrantes, devidamente paramentados dentro das granjas, podem transmitir ao vivo para grandes plateias durante o evento. Se os animais podem vir, podemos usar essas ferramentas tecnológicas. Simples assim. Basta querer.
E a expo Toledo? III
A Expo Toledo não é exclusiva para o setor agropecuário. E quanto ao comércio de Toledo? Onde está aquela união que existia entre as entidades agropecuárias, comerciais, sociais, religiosas, educacionais, universitárias e clubes de serviços, onde todos eram responsáveis por setores específicos, resultando sempre em sucesso?
E a expo Toledo? IV
O mundo do agronegócio em Toledo, na região, no Paraná e até em outros estados, aguarda ansiosamente mais uma edição da Expo Toledo. Resta saber se nossos líderes, começando pelos vereadores e demais entidades mantenedoras, vão superar esse marasmo, seguindo o exemplo dos pequenos municípios e ex-distritos que demonstram competência e ação.
A Expo Toledo e o silêncio que ecoa
O tempo, implacável, tece as histórias de cidades que um dia foram apenas distritos, como Ouro Verde que um dia chamou Toledo de mãe. Hoje, no entanto, é Ouro Verde do Oeste quem dita seus próprios passos, e a emancipação é celebrada anualmente com pompa e circunstância. Uma cidade que, de certo modo, parece ter superado a antiga progenitora em muitos aspectos.
Remontando ao ano de 1988, sou transportado para o passado, quando eu, então repórter na Rádio União de Toledo, testemunhei a movimentação do distrito em direção à independência. Uma jornada que contou com minha participação, junto à liderança de figuras como Tarcísio Jaci Herkert (in memoriam), ex-vereador e ex-presidente da Câmara. Naquela época, o nome “Ouro Verde” sussurrava promessas de autonomia financeira para a cidade de Toledo.
O plebiscito foi a resposta, e o distrito ganhou vida própria, renascendo como “Ouro Verde do Oeste”. As maiores bandeiras desfraldadas eram os retornos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), alimentados pelas empresas que ali se instalavam. Uma independência que prometia cobrir custos e ainda gerar investimentos.
Por que, então, menciono Ouro Verde do Oeste? A resposta, caro leitor, emerge das sombras da indiferença. Anualmente, a cidade realiza sua exposição comercial, um evento que rivaliza com a Expo Toledo em tamanho e grandiosidade, eclipsando a cidade-mãe em seu próprio espetáculo. Uma disputa silenciosa, um embate entre o atual secretário do AgroDesenvolvimento e o presidente da SRT, personificado naquela situação desafortunada do “celular” que capturou mais do que deveria.
Não é mera coincidência que a sombra da Expo Toledo ganha destaque nesse cenário. Questiono, sem receio, se a negligência demonstrada pelos líderes atuais é resultado de incompetência ou rivalidade política. Em uma cidade apontada como a “Capital Paranaense do Agronegócio”, a falta de investimento na Expo Toledo é um murro no estômago dos produtores que, décadas atrás, ergueram Toledo a esse patamar.
A Expo Toledo, em fevereiro de 2021, recebeu palavras categóricas do secretário de Desenvolvimento Econômico, Diego Bonaldo, que declarou abertamente a ausência de grandes investimentos. A despeito dos apelos pela preservação de uma tradição, ele insistiu na necessidade de novos estudos, direcionando recursos para outros projetos, como o InovaMeat.
Ao escutar as justificativas do secretário, percebo um desconhecimento profundo da importância histórica da Expo Toledo. Uma exposição que não é exclusivamente agropecuária, mas sim um caldeirão cultural, econômico e social. Onde está a união entre as entidades comerciais, agropecuárias, sociais, religiosas, educacionais e tantas outras que outrora mantinham viva a chama do sucesso?
O mundo do agronegócio espera ansiosamente por mais uma Expo Toledo, aguardando para ver se seus líderes encontrarão em si mesmos a vontade de superar o marasmo e reviver o esplendor de um evento que, um dia, foi o orgulho da região. Enquanto isso, Ouro Verde do Oeste, uma vez distrito, agora cidade independente, silenciosamente ecoa o sucesso que Toledo parece ter perdido em algum lugar ao longo do caminho.
Em tempo:
Espero que, àquela reunião sobre “o que pode e não pode” nas eleições, realizada em um ambiente público, sirva para pôr um pouco de discernimento nas cabeças “mandantes”.
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