Na roça, o desmame dos bezerros é sempre marcado por muita gritaria. Quando as crias são separadas das tetas das vacas, nos primeiros dias o choro é baixo, quase contido. Mas, à medida que o tempo passa e eles percebem que aquele precioso líquido que saciava não só a fome, mas também o conforto da alma, não virá mais, os berros se tornam incessantes. No desespero pela falta da “teta”, começam a buscar desculpas esfarrapadas para justificar a magreza e a escassez que agora enfrentam.

O “desmame da bezerrada” – Parte I

Curiosamente, essa lida rural tem semelhanças impressionantes com o comportamento de maus políticos. E não, isso não é mera coincidência, mas a mais pura realidade. Em Toledo, por exemplo, para se ter uma “IDEAS”, os “terneiros” que antes mamavam até secar a vaca – sugando até os últimos resquícios de fartura e, pior, estragando o pasto dos outros – agora tentam, de forma vil, colocar cercas no curral. Tudo isso para evitar que os novos donos da vaca introduzam raças melhores, com pedigree e sem chifres, capazes de produzir resultados para todos, e não apenas para a bolha de privilégios que antes chamavam de “seu curral”.

O desmame de alguns chifrudos

Os “chifrudos” mais notórios, aqueles que não foram “mochados” quando jovens e agora se acham grandes “touros”, começaram a atacar até mesmo quem os criou. É o reflexo da dor pela perda das tetas, que deixaram secar por pura negligência, arrogância, petulância e incompetência. A mastite do descaso endureceu o que antes parecia inesgotável.

O desmame de alguns chifrudos – Parte I

E vejam só o tamanho do desespero: aqueles que viviam da fartura dessas tetas – batizadas de “condomínios”, “transportes”, “pedras lascão”, “livros”, “treinamentos” e muitas “diárias” – agora sentem na pele o peso do jejum. A secura do leite está causando um profundo mal-estar. Eles procuram, no pasto eleitoral, algum ninho de “cupim” para abater. Na recuperação das secretarias excluídas que serão resgatadas, buscam desculpas para alegar que o novo dono da vaca já está aumentando o custo da fazenda. Alguns já mandaram serrar os chifres em um ato de desespero; outros tentam agarrar qualquer fardo de capim para justificar a perda da vaca – aquela que, no fundo, nunca lhes pertenceu de verdade.

Conclusão

Assim como no pasto, na política o desmame é inevitável para quem se acostumou a mamar sem limites. O verdadeiro problema não é a falta de teta, mas a falta de competência para viver sem ela. Afinal, a vaca magra pode até ser de todos, mas o pasto precisa ser de qualidade para prosperar. Que venham as raças produtivas, e que o choro dos “terneiros e dos chifrudos” fique apenas como um eco distante de um tempo que não deve voltar jamais.

Encerramento

Essa é uma homenagem deste jornalista àqueles que entenderem e compreenderem: ACABOU. CHEGA DE CHORADEIRA – ainda que ela seja livre. Vocês criaram um grande ‘EMBUSTE’. Agora, aprendam com isso e jamais fiquem na sombra da bolha chamada “embuste”.

RECADO DE GAUCHO

RECADO EM ALEMÃO

RECADO EM ITALIANO

RECADO EM ESPANHOL

RECADO EM INGLES

RECADO EM JAPONES

O desmame da bezerrada: Lições de um pasto que reflete a vida

Na simplicidade da roça, o desmame dos bezerros é um rito de passagem que transborda significados. A princípio, o choro contido dos animais separados das vacas parece quase tímido, mas logo ganha força, tornando-se um lamento que ecoa por dias. Não é apenas fome que os move, mas a ausência de um conforto visceral, da certeza de que a teta estará ali para sustentá-los sem esforço. É no momento da falta que se revela o verdadeiro caráter da resistência – ou da dependência.

Este ritual da vida animal é uma alegoria poderosa para os desmames que enfrentamos em outras esferas. Na política, por exemplo, aqueles que se acostumaram a usufruir de recursos alheios, muitas vezes sem pensar no impacto de suas ações, se tornam os “terneiros” de uma sociedade que busca renovação. Em Toledo, essa metáfora se materializa de forma quase literal, com antigos privilegiados resistindo à mudança que promete um pasto mais verde para todos.

Quando a fartura cessa, aqueles que bebiam o leite da abundância encontram-se em uma encruzilhada. Alguns gritam em desespero, buscando culpados externos para justificar a seca. Outros, ainda mais desesperados, tentam cercar o pasto, temendo que a nova gestão – representada por raças mais fortes e sem chifres – traga justiça ao campo. Há, contudo, quem prefira o caminho do ataque, ferindo quem lhes estendeu a teta no passado, como se o rancor pudesse reverter o inevitável.

Mas o desmame, tanto na roça quanto na vida pública, é mais do que uma privação; é uma oportunidade de aprendizado. Ele ensina que a fartura, quando mal utilizada, se transforma em escassez. E que, sem a teta fácil, é preciso aprender a pastar, a buscar o próprio sustento, a encontrar no trabalho o que antes vinha de mão beijada. É uma lição dura, mas necessária, que separa os verdadeiros líderes dos dependentes do sistema, que, na verdade nunca deveria servir de banco de políticos e sim, do povo, do contribuinte.

E assim, no eco dos gritos dos bezerros e dos “chifrudos” que lamentam a perda de suas regalias criadas e desviadas por eles, surge um chamado à reflexão: a verdadeira fartura não está na quantidade de leite disponível, mas na qualidade do pasto que sustenta a todos e não a um só curral. O desmame é um convite ao crescimento – para os bezerros, para os políticos e para cada um de nós.

Que os perdedores de hoje, possam aprender com o silêncio que se segue ao choro. Que a ausência da teta que não deveria ser teta, nos ensine o valor da independência e o respeito ao erário público. E que, no fim, possamos olhar não só para o exemplo que o campo nos dá, e, sermos honestos com a própria vida.