Por Marcos Antonio Santos
O Centro de Inovação Global das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas realizou o 9º Workshop de Inovação Sistêmica na última segunda-feira, 16, no B Hotel Brasília. O evento teve como foco discutir soluções inovadoras e colaborativas para enfrentar os desafios das mudanças climáticas globais, reunindo especialistas, líderes de diversas indústrias, governos e ONGs. Esse tipo de encontro é essencial para o desenvolvimento de novas abordagens, políticas e tecnologias que podem acelerar a transição para uma economia mais sustentável e resiliente.
Um dos diretores do Programa Green Fuels Paraná, Neudi Mosconi, participou do evento na capital Federal e destacou que houve uma grande participação de empresas ligadas ao setor de descarbonização e transição energética do Brasil, incluindo a Confederação Nacional da Indústria, a Confederação Nacional dos Transportes, membros de ministérios, lideranças empresariais e pessoas ligadas à agenda mundial do clima. “O objetivo do encontro foi apresentar sugestões e projetos no Brasil, no setor de descarbonização, que estejam alinhados ao programa de redução de emissões de carbono”.
De acordo com Mosconi, o único projeto apresentado em grande escala no Brasil, já bem estruturado, foi o Programa Green Fuels, do Paraná, em cooperação com a Alemanha, o Ministério da Economia da Alemanha e em parceria com a GIZ e o Governo do Estado do Paraná. “Foi muito importante poder apresentar o projeto e ver tanto engajamento das entidades. Após o evento, tivemos um jantar na embaixada, onde as lideranças e cooperativas da região, membros das quatro cooperativas, foram recepcionadas em um coquetel junto com a governadora de Mecklemburgo e os empresários presentes no evento. No dia seguinte, nos reunimos com o pessoal do MMA (Ministério do Meio Ambiente), no departamento responsável pela secretaria que cuida das metas de redução de carbono no Brasil. O Brasil, atualmente, ocupa o 4º lugar no ranking de emissões de carbono, com mais de 2 bilhões de toneladas emitidas por ano. Esse programa pode contribuir com uma redução de quase meio por cento nas emissões, de acordo com a agenda e o programa estabelecidos. O Paraná emite 72 milhões de toneladas de carbono por ano, e o programa dentro do estado pode reduzir essas emissões em 2,7%”. Ele também mencionou que o programa pode reduzir entre 50% e 60% das emissões de metano na atividade de suinocultura no Paraná.
Mosconi comentou ainda que a primeira fase do Programa Green Fuels conta com um total de 19 centrais. “Esse arranjo motivou muito as entidades, os apoios e os empresários, facilitando os arranjos de negócios, que agora começam a acontecer. Foi definida uma estruturação, junto com a equipe da UNFCC, para apoiar a segunda fase do programa, que envolve todo o planejamento e o desenvolvimento executivo, licenciamento e aprovação do programa. Isso abrange todas as centrais de Toledo, Nova Santa Rosa, Quatro Pontes e Marechal Rondon. A primeira fase do programa tem um total de 19 centrais e está planejada para captar recursos até o fim de 2024, com um aporte financeiro de recursos não reembolsáveis, para realizar todo o planejamento executivo, topografia, sondagem e aprovação do projeto para o nosso território. Na sequência, também começaremos a estruturar linhas de financiamento para a infraestrutura dessas unidades, e logo daremos início à construção do projeto da Unidade do Rocio”.
CURITIBA – Nesta quinta-feira, 19, às 11h, Neudi Mosconi participará de um evento no Palácio Iguaçu, em Curitiba. Ele disse que a comitiva que estava em Brasília estará presente no evento com o Governo do Estado do Paraná, representado por Ratinho Junior. “No ano passado, em Rostock (Alemanha), celebramos um acordo de cooperação nas áreas de energias renováveis entre o Estado de Mecklemburgo e o Governo do Paraná. Nesta quinta, a governadora Manuela Schwesig, que está pela primeira vez no Brasil, também estará presente, assim como o presidente da Câmara Alta, equivalente ao Senado Federal no Brasil. Ela é presidente desse Conselho Federal da Alemanha. E veio ao Brasil justamente para fortalecer apoios e parcerias com o Governo Brasileiro, com ênfase no projeto do Paraná, do Grupo Mele, em conjunto com as cooperativas, para iniciar o processo. Esse projeto é uma referência na Alemanha em termos de política externa na Agenda Mundial do Clima. E acredito que, após este evento, conseguiremos o apoio da ONU para esse programa inovador”.
PEDRA FUNDAMENTAL – Segundo Mosconi, a partir desta quinta-feira terá início a colocação da pedra fundamental, com a limpeza da área, demarcação do terreno e início da terraplanagem. Ele informou que o financiamento será finalizado nos próximos meses e que as obras devem começar em breve, com previsão de conclusão até o fim de 2025. “A comitiva estará em Curitiba às 11h, e as cooperativas se reunirão na área da AmbiCoop, no Rocio, Toledo, para dar início às atividades e concluir a primeira fase do programa. Em seguida, vamos estruturar a segunda fase do programa, incluindo a infraestrutura do macroprograma. A Unidade será um modelo para testar tecnologias e processos de implementação, ao mesmo tempo em que faremos os estudos do microterritório. A primeira unidade será construída e operada, as tecnologias serão testadas, e, a partir de 2026, começaremos a implementação das demais unidades, com menor risco,” projeta Neudi Mosconi.
