Não quero desmerecer a grande e importante obra de duplicação da Egydio Munaretto, em Toledo, que é crucial para nossa produção em geral. Contudo, do meu ponto de vista, este momento pareceu ser mais uma ação política para dentro da CASA (só haviam servidores municipais, estaduais e vereadores), dado que as obras já estão em andamento, ao contrário da inauguração de outra via, a que liga Bragantina, distrito do Município de Assis Chateaubriand, ao Biopark.
Harmonia?
Durante os discursos feitos na cerimônia de colocação da pedra fundamental da duplicação da Egydio Munaretto, tive que ouvir uma frase do prefeito de Toledo que me soou muito irônica: “Em Toledo, estamos em estado de harmonia”. Sinceramente, além de irônico, parece mentiroso.
Que tipo de harmonia é essa em que o prefeito não menciona quem realmente deu os primeiros passos, como José Carlos Schiavinato?
Que harmonia é essa que não cita os ex-prefeitos que realizaram as partes mais difíceis de qualquer obra pública, como documentação, arruamentos, asfalto, iluminação, esgoto, calçadas e toda a infraestrutura necessária para o parque industrial citado pelo governador?
Que harmonia é essa em que o prefeito menciona que vai construir a rotatória da 1º de Maio com a Egydio Munaretto com dinheiro do Município, mas não menciona os empresários que pagaram pelos projetos dessa importante obra? Estes, só foram lembrados pelo govenador e pelo secretário de Infraestrutura.
Quando há verdadeira harmonia, todo prefeito que tem um mínimo de vergonha na cara lembra de citar os deputados que ajudaram diretamente na conquista e nas soluções da obra, como, por exemplo, o Líder do Governo na Alep, Hussein Bakri, não permitindo que forasteiros venham fazer palanque sem que tenham sequer mexido uma palha.
Se houvesse verdadeira harmonia, por que os demais partidos que estavam presentes no palanque não falaram de forma igualmente ‘harmoniosa’, como foi permitido aos aliados do prefeito?
A farsa da harmonia: reflexões sobre política e reconhecimento
Num cenário onde a política muitas vezes se mistura com interesses e egos, a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da duplicação da Egydio Munaretto, em Toledo, revelou não apenas a grandiosidade da obra, mas também as sutis nuances de uma harmonia questionável.
A importância da duplicação não é contestada: é um marco crucial para a produção e desenvolvimento da região. No entanto, no calor dos discursos e das pedras fundamentais, emergem questionamentos legítimos sobre a verdadeira natureza da harmonia proclamada.
A harmonia, como destacada pelo prefeito, é algo mais do que uma mera palavra em um discurso político. Deveria ser um reflexo genuíno de reconhecimento e colaboração. No entanto, os detalhes omitidos e as figuras negligenciadas na narrativa revelam uma desconexão entre a retórica e a realidade.
A ausência de menção aos esforços pregressos, como os de José Carlos Schiavinatto (in memoriam), ou o reconhecimento dos ex-prefeitos que pavimentaram o caminho literal e burocrático para uma das obras paralela a duplicação, levanta dúvidas sobre a transparência e a honestidade da narrativa política.
A falta de igualdade na distribuição de créditos, como no caso dos empresários que financiaram projetos (Coniberto Niedermayer, Pedro Pereira de Oliveira e Guilherme Gozzi), contrasta com a ênfase dada a determinados atores políticos. A harmonia verdadeira não seletiva seria aquela que reconhece todas as mãos que contribuíram para o sucesso da empreitada.
Além disso, a discrepância na abordagem entre aliados e oposição durante o evento expõe as fragilidades da política local, moldada pelos atuais gestores. A verdadeira harmonia não deveria ser um privilégio exclusivo de alguns, mas sim uma prática inclusiva que valoriza todas as vozes, independentemente de afiliação partidária.
Assim, a cerimônia de inauguração da duplicação da Egydio Munaretto, embora celebrada como um marco de progresso, também destaca a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre a essência da harmonia na política local apregoada mentirosamente, pois, sempre afirmei em minha coluna que água e óleo, nunca se misturam. Pois, afinal, a verdadeira harmonia não se constrói sobre o palco das aparências, mas sim nas bases sólidas do reconhecimento mútuo e da colaboração genuína, o que não existiu em momento algum dos discursos.
Confirmado o 4º candidato que irá disputar a prefeitura de Toledo
O PDT de Toledo reuniu-se neste Dia do Trabalhador com sua Executiva e a grande maioria dos pré-candidatos a vereador que compõem a chapa. Segundo o presidente, o empresário Sérgio Gallina, a maioria dos membros do diretório local e os filiados do partido foram favoráveis à manutenção da candidatura própria para concorrer ao cargo de prefeito, conforme anunciado pela Gazeta de Toledo.
“Para nós, a maior segurança está na posição firme e convicta do Dr. Nilton Perlin, médico de família e um dos diretores do curso de medicina da UFPR, que é o maior entusiasta em querer ser prefeito de Toledo. Ele possui um grande histórico familiar de vínculos com a política e pretende dar continuidade a isso”, disse Sérgio Gallina, presidente do PDT. Ele acrescentou que o partido em Toledo tem um grande viés de ‘centro’, o que é bastante favorável para a disputa no dia 6 de outubro.
Dr. Nilton Perlin (PDT) afirmou que a política visa buscar o entendimento. Em sua entrevista concedida com exclusividade à Gazeta, no mês de março deste ano, ele foi categórico ao declarar que “na política, sempre haverá debates, mas estes devem permanecer no campo das ideias, no entendimento conforme descrito nos planos de governo devidamente registrados e direcionados ao munícipe de forma concreta”. Ele acrescentou: “É por essa razão que me coloco à disposição, para garantir que o que prometer no papel possa ser cumprido integralmente caso seja eleito”.
