Por Fernando Braga
Na madrugada desta quinta-feira (25), por volta da 1h, uma equipe do 19º Batalhão da Polícia Militar surpreendeu um indivíduo pichando um muro em parque situado nas imediações da Rua Carlos Barbosa, região da Vila Industrial, em Toledo. No local encontra-se um passeio público por onde passa a Sanga Panambi, um espaço arborizado que conta com ciclovia e é destinado ao lazer de famílias da cidade.
De acordo com a PM, o homem foi flagrado no momento em que pichava a frase “Cultura movida à compulsão tropeça em próprios impulsos” no muro. Ao ser abordado, ele admitiu ser o autor da pichação e foi encaminhado ao 19º BPM para o registro da ocorrência. Com ele, os policiais apreenderam uma lata de tinta de produção artesanal utilizada no ato de vandalismo.
O caso reforça uma situação que tem gerado indignação entre moradores: a prática de pichações em espaços públicos de Toledo. O local onde se situa a 3ª Etapa do Parque Linear Sanga Panambi, em especial, já foi alvo de diversos episódios semelhantes, o que compromete a segurança, a beleza e o uso adequado de um espaço projetado para convivência comunitária.
Além do ato criminoso, frases como “Cultura movida à compulsão tropeça em próprios impulsos” ou “Mais cultura, menos polícia”, registradas nos muros da Sanga Panambi, soam contraditórias quando analisadas no contexto em que foram deixadas: um ato de vandalismo em espaço público. Afinal, que tipo de cultura é essa que se manifesta por meio da destruição do patrimônio coletivo? Cultura pressupõe construção, diálogo e respeito, não degradação. Nesse sentido, os pichadores, além de causar prejuízos estéticos e patrimoniais, não promovem cultura, mas sim uma prática que afasta famílias e frequentadores que poderiam aproveitar a estrutura do espaço público, gerando insegurança e ferindo a coletividade.
Do ponto de vista legal, a prática de pichar edificações ou monumentos urbanos é considerada crime ambiental, previsto no artigo 65 da Lei de Crimes Ambientais. A pena prevista é de detenção de três meses a um ano, além de multa.
O episódio registrado nesta quinta-feira evidencia a necessidade de conscientização e fiscalização para preservar áreas públicas destinadas ao lazer e à convivência, garantindo que esses espaços continuem sendo ambientes de segurança, harmonia e qualidade de vida para toda a população.