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Doar leite humano é doar vida: Ato de amor ganha destaque no Dia Mundial da Doação de Leite

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Foto: Gazeta de Toledo

Por Marcos Antonio Santos

O estoque do BLH do Hospital Bom Jesus, em Toledo, é suficiente e consegue suprir tanto as necessidades do hospital quanto as demandas externas

O Dia Mundial da Doação de Leite Humano, celebrado nesta segunda-feira, 19 de maio, reconhece a importância das mães doadoras e dos bancos de leite humano que salvam vidas todos os dias. O leite materno é o alimento mais completo para o bebê e, quando a mãe biológica não pode amamentar, o leite doado se torna essencial, especialmente para recém-nascidos prematuros ou de baixo peso.

O Banco de Leite Humano (BLH) Dr. Jorge Niiside, da Hoesp/Hospital Bom Jesus, em Toledo, promoveu nesta segunda-feira, na Unipar, uma palestra acompanhada de sessão de massagens e café com as mães doadoras, que foram convidadas a participar desse encontro, em que o objetivo foi ressaltar a importância da doação de leite materno no hospital, principalmente para os bebês internados na UTI Neonatal.

Quem ministrou a palestra foi a enfermeira responsável pelo BLH, Isabelle Laís Mandoti, que destacou tratar-se de uma data especial, pois o leite que as mães doam não traz apenas nutrição — ele leva saúde, esperança e futuro para essas crianças, especialmente para os bebês internados na UTI Neonatal. Na palestra, ela falou sobre a importância da doação de leite, e o momento foi marcado pelo reconhecimento às doadoras, com a apresentação de vídeos das mães beneficiadas.

DOADORAS – Conforme Isabelle, o estoque do BLH é suficiente e consegue suprir as necessidades do hospital e também demandas externas. “Temos um total de 101 doadoras, sendo 45 em Toledo e 56 em outros municípios. Essa demanda, que vem tanto de fora quanto de Toledo, consegue suprir nossas necessidades e ainda sobra. Mas a prioridade são os bebês que estão na UTI Neonatal. Damos preferência também às mães de gêmeos, bebês de baixo peso e mães com pouca produção no início da amamentação”, explica.

Isabelle disse que o estoque do BLH é suficiente e consegue suprir as necessidades do hospital e também demandas externas. Foto: Gazeta de Toledo

Algumas mães que têm filhos internados no hospital são abordadas por uma equipe do BLH nos quartos, onde recebem orientações sobre amamentação. Em seguida, são esclarecidas dúvidas sobre a doação de leite. “Algumas mães já têm conhecimento e até nos procuram sabendo do trabalho que o Banco de Leite realiza. Fornecemos os vidros limpos e esterilizados e também realizamos a coleta do leite nas casas dessas mães”, relata.

MÃES – O BLH conta com uma média mensal de leite humano ordenhado cru (LHOC) de 251.959 ml. Em números, em 2025, o banco registrou a doação de 227.550 ml em janeiro, 226.816 ml em fevereiro, 265.580 ml em março e 287.890 ml em abril. “Está dentro da normalidade e, cada vez mais, queremos aumentar esse número. Por isso mostramos às mães esses dados, para que fiquem mais animadas a doar com frequência”, comenta Isabelle.

E muitos desses mililitros são doados por Letícia Lira, mãe do pequeno Arthur Classen, de 55 dias de vida. Presente no evento, acompanhada do esposo Gabriel, Letícia contou que esse gesto é extremamente gratificante. “A gente vê o desenvolvimento do meu filho, e o leite o sustenta muito bem. Saber que meu leite pode ajudar outras crianças é incrível. Conhecemos casos de mães que não conseguem amamentar ou não produzem leite. Eu posso doar porque tenho de sobra, graças a Deus. É muito bom tirar e guardar. Depois, as meninas buscam em casa ou levamos ao hospital. Saber que estamos ajudando vidas é maravilhoso”.

Ela menciona que costuma doar uma vez por semana e que o leite é armazenado congelado na geladeira. “Por dia, geralmente consigo guardar 200 a 300 ml. As meninas do BLH dão toda a orientação, fornecem os vidros e até têm um grupo no WhatsApp. Se precisarmos de ajuda, elas nos auxiliam. Eu congelo o leite e, uma vez por semana, elas passam para coletar. Quando tive o bebê, o pessoal falou que estavam precisando de doadoras. Aceitei prontamente. Entrei em contato e, na primeira semana, como eu já tinha leite sobrando, comecei a doar”, relata Letícia.

Mariana Caroline Marcante Pereira é mãe de Felipe, de 44 dias, e de Samuel, de três anos e meio. Ela conta que esta é a primeira vez que doa leite, pois, na gestação do primeiro filho, sofreu bastante durante a amamentação. Com a nova experiência e o apoio recebido, conseguiu doar. Mariana disse que o pequeno Felipe mama em livre demanda. “Toda vez que ele sente fome ou necessidade, eu o amamento. Às vezes, o ato de amamentar não é só para matar a fome, é também para transmitir carinho e afeto, especialmente para um recém-nascido”.

Mariana e os filhos Felipe e Samuel. Foto: Gazeta de Toledo

Para Mariana, esse afeto que transmite ao filho também é passado ao bebê que recebe o leite doado. “A mãe que doa leite, doa também empatia. Quando o leite chega a esses bebezinhos, ele carrega o amor, o carinho e a dedicação dessa mãe. Eu não faço ideia de quem recebe o meu leite, mas sei que, toda vez que coloco um pouco no potinho, estou ajudando algum bebê. Quando ele mama, dorme tranquilo, graças a Deus”, enfatiza.

Shirley Galvão é uma das mães que, por dificuldades nos primeiros dias de amamentação do filho Joaquim, de 28 dias, foi socorrida com leite doado. “Me preparei para ter leite, mas, surpreendentemente, eu não tive. Recebi leite materno doado para meu filho durante os 15 primeiros dias, até a consulta com o obstetra, que então indicou fórmula. Para mim, foi uma bênção. Eu sei o quanto o leite materno é importante — ele fortalece a imunidade e prepara o organismo do bebê. Não faço ideia de quem doou, mas ajudou muito. Esta semana mesmo estava pensando nisso: sou doadora de sangue há anos, não sei quem usou meu sangue, mas sei que ajudou a salvar vidas. Com o leite é igual — ele salvou meu filho nos primeiros dias.” Shirley disse ainda que, se tiver produção suficiente, pretende amamentar o pequeno Joaquim até ele completar um ano e meio.

PRODUÇÃO DE LEITE – Isabelle Mandoti explica por que algumas mães enfrentam dificuldades na produção de leite para amamentar o recém-nascido. “Às vezes, o estresse e a preocupação atrapalham. Se o bebê nasce com baixo peso, a mãe já fica preocupada e, com isso, o leite pode diminuir. O estímulo para a produção é o bebê sugar. É isso que ajuda a aumentar o leite. Mas há corpos em que a produção naturalmente é mais baixa e não supre a necessidade do bebê. Esse leite é fundamental — além de nutrir, ele ajuda a prevenir doenças e fornece a imunidade que o bebê precisa nesse início. Por isso falamos tanto da importância do leite materno nas primeiras semanas de vida, principalmente para os prematuros”, afirma a enfermeira.

Isabelle disse que o estoque do BLH é suficiente e consegue suprir as necessidades do hospital e também demandas externas. Foto: Gazeta de Toledo
Encontro aconteceu em uma sala da Unipar. Foto: Gazeta de Toledo

MÃES ATENDIDAS – A técnica em medicina e enfermagem do Banco de Leite, Ana Maria Julhich, informa que, em média, de 300 a 400 mães são atendidas mensalmente pelo BLH. “Atendemos mães externas, que tiveram bebês em outras instituições ou hospitais particulares, inclusive de outros municípios. Como o Banco de Leite é do SUS (Sistema Único de Saúde), ele atende toda a 20ª Regional de Saúde. Para liberar leite materno às mães externas, primeiro atendemos toda a demanda interna do hospital — os bebês da UTI Neonatal — e também mães que estão com os filhos internados no Bom Jesus e precisam de complemento. Nesses casos, fornecemos o leite materno”, explica.

Ana Maria informa que o BLH dispõe de um número de WhatsApp para esclarecer dúvidas: (45) 2103-2013. As mães também podem procurar o Banco de Leite pessoalmente, com atendimento presencial ou por agendamento.

BLH – O Banco de Leite Humano (BLH) Dr. Jorge Nisiide da Hoesp/Hospital Bom Jesus foi fundado em março de 2007. Idealizado e mantido hospital, o banco tem como objetivo fornecer leite materno pasteurizado para bebês internados na UTI Neonatal da instituição, além de atender a demanda externa da região.

O nome do banco homenageia o Dr. Jorge Nisiide, profissional que contribuiu significativamente para a saúde infantil na região. Desde sua fundação, o BLH tem desempenhado um papel crucial na promoção da saúde neonatal, oferecendo suporte às mães e garantindo que bebês prematuros e de baixo peso recebam o melhor alimento possível: o leite materno.

Fotos: Gazeta de Toledo

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