Por Marcos Antonio Santos
Tudo começou no dia 24 de julho de 1987, e nesta segunda-feira, a Irmandade Alcoólicos Anônimos (A.A.) de Toledo completa 36 anos salvando vidas e famílias. Um membro do A.A., que tem que manter o anonimato, entrevistado pela Gazeta de Toledo, conta que um familiar de um alcoólatra, assistia uma palestra no Colégio La Salle, quando o palestrante, de Curitiba, disse que o alcoolismo tinha solução.
“Essa pessoa presente no encontro já tinha feito de tudo para salvar o familiar do álcool e procurou saber qual era essa solução. E ficou sabendo que em Curitiba eram realizadas reuniões, ela foi até lá para saber como eram as reuniões. Essa pessoa com problemas com o álcool começou a participar do A.A. em Curitiba, e quando estava bom, a sugestão foi de abrir o A.A. em Toledo, e com o seu apadrinhamento. Começou em 1987 e está funcionando até hoje, e com quatro Grupos. Posso dizer que o A.A. funciona”.
AL -ANON – Em Toledo, o trabalho dos grupos Alcoólicos Anônimos apoia e orienta aos familiares e amigos do alcoólico. O membro do A.A. lembra que para os familiares são realizadas reuniões aos domingos as 19h, no Al-Anon, uma associação de parentes e amigos de alcoólicos que compartilham sua experiência, força e esperança. “Os familiares participam da reunião e ficam sabendo quais os procedimentos para quem tem um alcoólatra na família. Em muitos casos quem foi a uma reunião primeiro foi a família. É sempre bom deixar para falar com o alcoólatra no outro dia e não quando ele chega em casa bêbado, porque se ele tiver o sintoma do apagamento, não irá se lembrar de nada. E ele pode estar agressivo. É bom deixar para conversar no outro dia”. O Al-Anon fica no Grupo Ascese, Rua Madrid, 75.
DESAFIOS – “No começo é o maior desafio, porque vem a abstinência. No quinto ao décimo dia que a pessoa está em uma situação tão grave que as vezes vê até bichos, e tem muita tremedeira. Quando a pessoa está muito avançada no alcoolismo, precisa da ajuda de um profissional; médico, assistente social, um medicamento para amenizar. Tem aquele que participa das reuniões, mas não está tão grave. Eu fiquei quatro meses internado em uma clínica e me desintoxiquei. Às vezes, a pessoa fica em uma clínica e quando sai, a família acredita que a pessoa está curada. Por isso é bom evitar os velhos companheiros, lugares e hábitos. O alcoolismo não tem cura, tem que evitar tomar o primeiro gole. Participando das reuniões, tudo fica mais fácil”.
JUVENTUDE – “No meu tempo não tinha bebidas sendo vendidas nas proximidades de escolas e faculdades. O jovem, invés de estudar, vai beber. O A.A. não tem nada contra isso, mas é o que presenciamos no dia a dia. O que será desse jovem, amanhã ou depois? Hoje, muitas mulheres estão bebendo muito, antes era raro. É uma preocupação, porque pessoas com 22, 25 anos de idade estão bebendo acima da conta. Somente podemos ajudar se a pessoa quiser, ou se alguém levá-la até uma reunião do A.A. Estamos de portas abertas para ajudar”.
DEPOIMENTOS – “Sou membro dos Alcoólicos Anônimos há pouco tempo, e quero parabenizar o A.A. O programa funciona, e eu digo só por hoje, evitando o primeiro gole, estarei na sobriedade. Parabéns a todos”, afirma um membro dos A.A.
“Sou membro dessa Irmandade há seis anos e estou vivendo sóbrio só por hoje, um dia de cada vez, evitando o primeiro gole. Sou grato a todos os companheiros e companheiras que fazem parte dos A.A.”, relata outro membro.
“Estou no programa há quase um ano e hoje tenho outra visão do mundo. Me direcionei para uma nova vida. Sou agradecido ao programa e faço parte do Grupo do Panorama e quero parabenizar aos Alcoólicos Anônimos por essa irmandade”, diz mais um membro dos A.A.
REUNIÕES – Os grupos de Alcoólicos Anônimos em Toledo são: Grupo Ascese, com reuniões nas terças-feiras e sextas-feiras às 20h, na Rua Madri, 75. Grupo Jardim, com reuniões nas quintas-feiras, às 20h, Avenida J.J. Muraro, 1860. O Grupo Novo Caminho, com encontros todas as segundas-feiras, às 20h, na Rua Nayoro, 56, Jardim Coopagro. E o Grupo Panorama, com encontros todas as quartas-feiras, às 19h30, na Rua Ministro Petrônio Portela, 90. As reuniões também são abertas para profissionais que trabalham com alcoólatras para conhecerem a realidade da pessoa, para advogados que atuam em divórcios por conta do alcoolismo, religiosos que auxiliam pessoas que tenham o vício, entre outros profissionais. Sem cobrança de taxas ou mensalidades, para participar das reuniões é preciso apenas ter o desejo de parar de beber. Mais informações sobre o Programa e as reuniões pelo telefone (45) 99925 0037.
