Máquinas realizam a colheita da soja em Toledo. Foto: assessoria SRT

Da redação

A primeira semana de 2024 começou com força total na agricultura de Toledo. São mais de 70 mil hectares cultivados com soja e diversas áreas estão agora na fase de colheita. O tempo firme auxilia na agilidade do recolhimento dos grãos e a expectativa é de boas produtividades.

É o que espera o produtor rural Nestor Heck que conduz uma das três colheitadeiras numa área localizada na Linha Tapuí. “Acho que vai dar uma média de 160 sacas por alqueire”, diz. Ele está contente com esta safra de soja que, segundo afirma, não deu muito trabalho como em anos anteriores. O plantio foi feito no dia 11 de setembro de 2023 e os tratos culturais foram realizados dentro do esperado. “Herbicida funcionou, não deu doenças e nem muito percevejo. Foi mais fácil conduzir”, acrescenta.

Entretanto, a expectativa agora está na comercialização tendo em vista que, na relação de troca, os insumos até custaram um pouco menos, porém o preço dos grãos caiu ainda mais. Isso pode interferir na rentabilidade da safra 2023/2024.

Embora esses fatores, que são possíveis de uma safra para a outra, Nestor Heck destaca a satisfação de ser agricultor. “Sempre fui e me sinto realizado sendo agricultor”, finaliza com um sorriso no rosto e um sinal de positivo a todos aqueles que fazem o agronegócio acontecer com pleno sucesso em Toledo e no Brasil.

De acordo com o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) do Núcleo da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), do município de Toledo, Paulo Oliva, a expectativa em Toledo é de uma colheita de 268.660 toneladas de soja, em 70.700 hectares plantados.

Produtor Rural Nestor Heck. Foto: assessoria SRT

Precocidade das lavouras chama a atenção de agricultor

A precocidade das lavouras de soja nesta safra 2023/2024 chama a atenção do agricultor Laércio Galante. Em uma manhã de janeiro, com temperatura acima de 39 graus, ele realizou colheita de uma área na região de Concórdia do Oeste e descreveu essa surpresa com o desenvolvimento da lavoura.

“Nessa lavoura, depois de 106 dias do plantio, já estamos efetuando a colheita. Temperaturas muito altas fizeram que as lavouras tivessem uma precocidade que eu, com 56 anos, não tinha presenciado”, afirma. A entrevista ocorreu enquanto conduzia a moderna colheitadeira que só parou por alguns instantes para carregar o caminhão de transporte da produção para o armazém e logo em seguida retornou à área para a continuidade dos trabalhos de recolhimento dos grãos.

Galante considera que as condições climáticas no período de desenvolvimento da soja interferiram no potencial produtivo. “Eu estimo, em média, uma quebra de 20% a 30%, considerando o potencial das lavouras e da cultivar. Claro que ainda está produzindo bem, se considerar o clima e o calor excessivo”, diz.

Mesmo com as atenções voltadas na colheita, o agricultor não para de fazer contas. A principal delas está relacionada ao custo de produção, produtividade alcançada nas áreas e o preço de comercialização. “Custo muito alto e mercado caindo”, resume. Para ele, embora essa condição seja estressante, “não tem outro jeito”. “Por exemplo, produzimos bem o milho safrinha do ano passado, mas não tivemos resultado e agora, com a soja, também não vai ser muito diferente. Pelo pouco de quebra, acrescido do custo alto das lavouras, isso vai impactar no que sobraria. Por isso, precisamos de um custo razoável e vender bem para ‘girar o ano’ porque tem o custo de depreciação do maquinário, o combustível que está elevado e também o próprio insumo. Temos que encarar e de repente a tempestade passa”, afirma confiante.

Galante avalia a expectativa de produtividade. Foto: assessoria SRT

O agro não para! Milho já começa a ser cultivado em Toledo

As primeiras sacas de soja já estão chegando aos armazéns em Toledo. A colheita da safra 2023/2024 ganhou forte ritmo neste começo de ano com os agricultores esperando boas produtividades. E a ordem é não perder tempo.

Em uma das áreas do produtor rural Décio Carraro, a colheitadeira recolhe os últimos grãos de soja e, logo em seguida, o trator já traz as primeiras sementes de milho. Embora entenda que o milho cultivado em fevereiro tem possibilidades de produzir mais, o agricultor aposta neste plantio mais cedo. “Cada ano é uma história diferente e estamos acreditando no plantio mais cedo. Se o tempo ‘trabalhar’ bem, vamos ter uma produção”, comenta.

Ao som do trator, Carraro diz que a colheita e plantio são momentos de felicidade. “A alegria é grande. Não vemos a hora da chegada da colheita e depois a chegada do plantio. Quando está próximo desses dois momentos, todo agricultor fica muito ansioso. Afinal, é um investimento alto que é feito em cada safra. Todo nosso sonho está aí e temos uma fé de produzir bem e ter uma remuneração por isso”, destaca o produtor rural que também é membro da diretoria do Sindicato Rural de Toledo.

Na propriedade rural de Carraro, o trabalho acontece com base nos princípios da sucessão familiar, que é muito incentivada pelo Sindicato Rural Patronal. Por isso mesmo, quem conduz o trator com as sementes de milho é o filho do agricultor. “Eu acredito que o agronegócio é um bom negócio se a pessoa tem espírito de trabalho e vontade de fazer. É um privilégio conseguir segurar o filho na agricultura”, comemora.

Produtor Rural Décio Carraro. Foto: assessoria SRT

ESTADO – De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, a plantação no estado chega a quase seis milhões de hectares. Apesar da área ser um pouco maior do que a cultivada em 2023, a produção pode ser menor. Segundo o Deral, foram colhidas 22,3 milhões de toneladas na safra passada, para 2024 a estimativa é de 21,7 milhões de toneladas.

Fonte: assessoria Sindicato Rural de Toledo/jornalista Paulo Weber