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Pintura mural ‘O Mundo é Aqui’, é inaugurada na Embaixada Solidária, em Toledo

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Por Marcos Antonio Santos

A arte cubana e de outros países que fazem parte da Embaixada Solidária, está presente na fachada da entidade, na pintura mural ‘O Mundo é Aqui’, que retrata as culturas e histórias de povos, que por falta de oportunidades, saíram de seus países de maneira forçada, e encontraram em Toledo, a alegria e vontade de viverem e se inspirarem a cada dia. A inauguração do mural, que foi toda feita com tinta de parede, aconteceu na noite dessa sexta-feira, 23, e faz parte da Semana do Migrante, comemorada com intensa programação na cidade.

A artista visual, Isabel Cristina Gutierrez, nascida em Cuba, e há oito meses morando em Toledo decidiu deixar a sua arte marcada nas paredes da Embaixada Solidária, e durante dois meses, ela e outros migrantes apresentaram seus talentos com a pintura fauvismo, que foi uma tendência artística associada à pintura. Iniciado em 1901, tinha como característica principal o uso de cores puras, sem misturas e intensas nas telas.

Isabel, que estudou arte por nove anos em Cuba, disse que a pintura é uma representação da migração forçada e a representação de personagens. “É uma representação de como a realidade e fantasia se fundem. A obra demorou dois meses, porque eu podia pintar somente nos fins de semana, durante a semana, eu trabalho. Estudei durante nove anos artes plásticas em Havana, Cuba. Trabalhei com técnicas e pinturas, entre outras artes. Foram quatro anos de estudo na Academia de Artes e mais cinco anos na faculdade”, diz.

Isabel estudou arte por nove anos em Cuba. Foto: arquivo pessoal

“Quando a Edna Nunes me falou para fazer a pintura eu pensei: tenho que ter a inspiração para fazer algo bem alegre, porque a Embaixada é um local onde muitos imigrantes chegam precisando de alegria, boas energias e acolhimento.  As cores que eu escolhi para pintar são muito contrastantes e fauvistas, que se caracteriza por cores bem escandalosas e fortes. Eu tive a ajuda de muitas mãos; meninos do Haiti, Venezuela, Brasil, cubanos. Eu acredito que essa pintura serviu para criar um convívio saudável, de conhecer muitas pessoas e se aproximar mais da Embaixada e da Edna”, conta Isabel Gutierrez. Edna Nunes, é a idealizadora da Embaixada Solidária.  

Isabel teve a ajuda de muitas mãos. Foto: arquivo pessoal

Isabel trabalha com marketing no Colégio La Salle e mora com os pais, que já conheciam Toledo. “Meus pais já conheciama cidade, estiveram visitando amigos da missão Mais Médicos, fizeram amizades, que convidaram eles para morar aqui. Com pouco tempo morando na cidade, começamos a ouvir e conhecer o papel da Embaixada Solidária, e quando visitamos a entidade foi como uma família e pouco a pouco começarmos a fazer parte das atividades. E a Edna me convidou para fazer a pintura mural. Meu pai trabalha como marceneiro, minha mãe não está trabalhando, para ela é muito difícil trabalhar, ela é advogada, e a Embaixada lhe faz muito bem, porque ela participa de várias atividades. E gosta muito de cozinhar”, relata Isabel Gutierrez.

ESPERA DE OITO ANOS: A jornalista Edna Nunes, idealizadora da Embaixada Solidária, comenta que esperou por oito anos para que a fachada da entidade tivesse uma obra tão marcante. “É um sonho, antes tínhamos uma arte maravilhosa do Isaac de Jesus, artista de Toledo. A Embaixada é conhecida como a casa de todos os povos, mas ela ainda não era de todos os povos, porque tínhamos as paredes em amarelo e a vontade de transformar, não víamos o mundo nas paredes, e quando a Isabel chegou de Cuba e nos primeiros meses nos visitou com a família, fiquei sabendo que ela era pintora, pedi para a Isabel que pintasse o mundo na parede. Pronto; ela entendeu o conceito e fiz questão de ver a arte dela nascer. E desde então, a Embaixada virou um ponto turístico e as pessoas que chegam, e hoje atendemos 32 países, elas correm os olhos nas paredes para buscar alguma referência de seu país. E ao encontrar, a gente vê o brilho nos olhos”, revela Edna.

Edna e Isabel. Foto: Gazeta de Toledo

“A nossa maior felicidade é ver a Isabel, que chegou com essa vontade de trabalhar a arte, e é muito simbólico, porque ela é imigrante, e em alguns sábados tínhamos algumas etnias pintando; haitianos, venezuelanos, e foi muito lindo ver esse trabalho sendo construído de forma conjunta.  Para nós, é um momento de extrema felicidade durante a Semana do Migrante, é o ponto alto da nossa programação e temos muito orgulho de ter a Isabel com a gente e criar esse ambiente para que a arte também faça parte da Embaixada”, afirma Edna.

Para a jornalista, a arte faz parte do ambiente da Embaixada Solidária. “Nesta semana tivemos recital de poesia, serenata com uma cantora haitiana, cantores venezuelanos, apresentação da comunidade japonese com o haikai, a Academia de Letras. A entidade virou um refúgio cultural também. Tornamos a Embaixada em uma incubadora de toda essa arte. Temos a oportunidade de conviver com pessoas do mundo inteiro, conhecer essas culturas e agregar para nós, sem sair de casa”, diz Edna Nunes.      

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