Cadeia Pública de Toledo. Foto: Fernando Braga

Desde que foi criado, o ENEM voltado a pessoas privadas de liberdade é aplicado na Cadeia Pública de Toledo

Por Fernando Braga

Na próxima semana, milhares de detentos em todo o País farão o ENEM/PPL. O Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade é destinado a presos e a adolescentes que estejam sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade.

Desde que foi criado, o ENEM/PPL é aplicado em Toledo e desperta o interesse de algumas pessoas que se encontram na Cadeia Pública local. O exame tem o mesmo nível de dificuldade do ENEM regular, a única diferença está na aplicação, que ocorre dentro de unidades prisionais e socioeducativas.

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Enquanto estão presos, detentos podem aproveitar o cumprimento da pena para estudar no cárcere, algo que contribui no processo de ressocialização. Aqueles que aproveitam essa oportunidade encontram nela a chance de um recomeço, podendo até mesmo obter com a nota do exame, o ingresso em cursos de nível superior. No entanto, alguns presos precisam antes participar do ENCEJA (Exame Nacional de Competência Escolar para Jovens e Adultos), para concluir o ensino médio e ficarem aptos a participar do ENEM.

Na última edição, realizada em outubro de 2022, 31 presos da Cadeia Pública de Toledo participaram do ENCEJA. As provas, aplicadas nos dias 18 e 19 daquele mês, foram referentes ao ENCEJA 2020, pois a avaliação de competência escolar havia sido interrompida em virtude da pandemia de Covid-19.

De acordo com o policial penal Alexandre Augusto Olmedo, gestor da Cadeia Pública de Toledo, neste mês de janeiro, 15 presos da unidade prisional farão as provas do ENEM, nos dias 10 e 11. Inaugurada em dezembro de 2021, a APAC (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado) tem sob sua custódia 08 pessoas privadas de liberdade que também farão o ENEM. Portanto, em Toledo serão 23 apenados buscando um recomeço através da oportunidade que têm para estudar, além de 23 egressos assistidos pelo Patronato Pernitenciário, um número que supera o de participantes do ENEM/PPL 2022. No ano passado 13 presos fizeram o exame, além de três egressos do sistema prisional que participavam do programa de ressocialização oferecido pelo Patronato Penitenciário.