Cerca de R$ 1,5 milhão está sendo usado para adequação dos caminhões e da planta que fornecerá biometano para parte da frota. Foto: Divulgação

A central de bioenergia localizada em Ouro Verde do Oeste tem a solução para a cooperativa, que visa até 2033 ter emissão zero de carbono

A pecuária brasileira vive um momento próspero, mas com sinal vermelho em um aspecto: a busca por soluções ambientalmente sustentáveis é fundamental para a expansão da atividade. A Primato Cooperativa Agroindustrial, no Oeste do Paraná, que tem a suinocultura em seu portfólio, há anos percebe o significativo passivo ambiental gerado pelos dejetos dos animais, e encontrou bem perto uma resposta que já tem ajudado a minimizar os danos ao meio ambiente. Unindo-se à EnerDinBo, central de bioenergia localizada em Ouro Verde do Oeste, a cooperativa dá a destinação adequada aos excrementos, além de ajudar na geração de energia e combustível limpo, e biofertilizantes.

O primeiro passo foi o início da coleta de parte dos resíduos gerados na produção de suínos da cooperativa e o envio à central de bioenergia. Diariamente, 10 cargas de 16 mil litros chegam à EnerDinBo vindos da granja principal e de propriedades de cooperados da Primato. “A nossa capacidade diária de tratamento é de 700 m³ de excrementos. O biodigestor é abastecido com matéria orgânica, no nosso caso dejetos de suínos e restos da agroindústria. Ali dentro ocorre a digestão anaeróbia, sem a presença de oxigênio e aí surge o biogás e o biofertilizante ou digestato”, explica Thiago González, diretor técnico da usina.

A Primato compra energia limpa do mercado livre, ou seja, também recebe a energia gerada pelo biogás da EnerDinBo. “A Primato é uma das donas da Frimesa e vem aumentando a sua produção de suínos. O que nós temos nos questionado é como vamos ampliar a produção sendo mais sustentáveis, como fazer a logística reversa, produzindo mais suínos com mais eficiência e sustentabilidade. A EnerDinBo entra como uma solução, inclusive com um incentivo ao consumo racional da água, já que a qualidade do dejeto aumenta quando há menos líquido na produção dos animais”, expõe o presidente da Primato, Anderson Sabadin.

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A parceria se fortalece

Está em andamento uma nova etapa dessa parceria. A intenção é subir mais um nível, ajudando ainda mais o meio ambiente, com o uso de biometano para abastecer parte da frota de caminhões. “A produção poderá continuar, inclusive aumentar, gerando energia renovável e ainda biocombustível. O produtor vai ver na cooperativa a solução, e a cooperativa transforma isso em renda. A Primato tem um projeto de que até 2033 teremos emissão zero de carbono, e essa iniciativa é mais um passo nesse sentido, já que hoje levamos os dejetos para a EnerDinBo em caminhões movidos a diesel. Agora, desejamos completar esse ciclo”, explica Sabadin.

O combustível limpo também será produzido pela EnerDinBo. A central de bioenergia está em obras, com recursos do GEF Biogás Brasil, iniciativa liderada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. A proposta apresentada pela usina foi de uma central de bioenergia abastecida com dejetos de suínos por meio de veículos pesados movidos a biometano. “Apresentamos um projeto para a utilização do biogás produzido na própria planta, com um upgrade, para que os caminhões que fazem o transporte de dejetos possam ser parcialmente abastecidos por biometano. A novidade torna a usina ainda mais sustentável, já que o biometano é um combustível gerado de forma limpa e ajuda a reduzir as emissões de gases do efeito estufa e a poluição, melhorando a qualidade do ar”, conta González. Cerca de R$ 1,5 milhão está sendo usado para adequação dos caminhões e da planta de biogás e para a implantação da usina de biometano.

A produção de biogás está prevista para começar em outubro deste ano. Três caminhões da Primato serão adequados até o fim de 2022. Serão os mesmos veículos que hoje levam os dejetos à central de energia, assim, fazem o descarregamento e já serão abastecidos com biometano. O presidente da cooperativa, porém, não descarta a possibilidade de que, futuramente, toda a frota, de cerca de 80 caminhões, possa ser convertida para o uso do biocombustível.

A união de forças com a cooperativa possibilita que a central de energia avance em seu planejamento de colaborar com o meio ambiente. “A usina é o nosso presente para a humanidade. Queremos continuar impactando a vida dos produtores e da sociedade em geral e contar com parcerias para expandir a nossa  atuação”, encerra o diretor da EnerDinBo, Valdinei Silva.

Fonte: Assessoria de Comunicação