Dilceu Sperafico. Foto: José Fernando Ogura/AEN

Por Dilceu Sperafico*

A avicultura da Região Oeste, do Estado e do País não cresceu apenas na produção e oferta de carne de frango, derivados e ovos, consumo interno, número e plantéis de aviários, exportações e geração de empregos, renda e tributos na atividade, além de novas oportunidades de investimentos para produtores, agroindústrias, transportadores e comerciantes.

Na verdade, até o tamanho e/ou peso de frangos criados e consumidos na região e no mundo aumentou quatro vezes nos últimos 50 anos. Tudo começou na década de 1940, em concurso organizado pelo governo americano, mudando ou elevando para sempre o tamanho e peso das galinhas criadas e consumidas no mundo inteiro.

Está certo que determinados povos, como os asiáticos, ainda prefiram aves de menor porte, como acontecia com os descendentes de imigrantes italianos da Serra Gaúcha, que criaram o prato típico chamado “galeto”, que era meio frango, ainda jovem, assado no espeto, para consumo com macarronada e polenta, em festas domingueiras de famílias lideradas pela “nona” ou avó, como mandava a tradição cultural matriarcal da população.  

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Já os europeus há décadas só importam frangos com peso de três quilos ou mais, devidamente limpos, pois essa é a dimensão preferida para o preparo de seus pratos nas residências e restaurantes. Os dirigentes e funcionários de abatedouros de frangos de todo o Sul do País conhecem muito bem essas diferenças, nas exigências de importadores asiáticos e europeus. 

Voltando ao aumento do tamanho dos frangos criados para abate no mundo, a seleção genética desenvolvida com essa finalidade fez com que as aves consumidas atualmente crescessem 400%, em relação à dimensão e pesos anteriores, como revelou estudo da Universidade de Alberta, no Canadá.

Conforme especialistas, a intenção era criar frangos com coxas e peitos maiores e/ou enormes, com grandes camadas de carne, capazes de alimentar a família inteira por custo menor do que o da aquisição de ave inteira. Assim, em 1946, no final da Segunda Guerra Mundial, o governo dos Estados Unidos em acordo com empresa especializada promoveu concurso que transformaria a avicultura industrial a nível mundial para sempre.

A competição, denominada Chicken of Tomorrow Contest ou “Concurso do Frango do Amanhã”, em tradução literal, convocou   criadores, agroindústrias e institutos de pesquisas de todo o país a desenvolver, por meio da seleção genética, frango de corte capaz de crescer mais rápido e com melhor qualidade de carne possível.

A competição visava produzir aves que ganhassem massa muscular mais rapidamente para serem abatidas e comercializadas, inteiras ou em pedaços e /ou derivados. Os objetivos dos Estados Unidos eram atender a alta demanda de proteína animal em decorrência do aumento da população e da natalidade em todo o planeta, na época. Além disso, a guerra havia se refletido no racionamento de carne vermelha, destinada a alimentar os soldados na linha de frente das batalhas.

Na época, segundo os pesquisadores, a galinha era animal franzino, criado principalmente para produzir ovos e levava cerca de quatro meses para crescer e atingir a idade adulta. Em pouco mais de meio século, segundo estudo da Universidade de Alberta, no Canadá, publicado em 2014, o tamanho médio do frango de corte aumentou 400%, influenciando o desenvolvimento da ave produzida na atualidade no Oeste do Paraná e consumida em todo o mundo.

*Dilceu Sperafico é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado.

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br