Com o objetivo de promover a arte e a cultura e, ao mesmo tempo, discutir questões étnico-raciais, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) da UTFPR Campus Toledo realizou o seu 1º Sarau, com o tema “Nossas vozes, nossas culturas”. O evento, que superou as expectativas dos organizadores, foi um sucesso de público e de apresentações, em uma noite repleta de música, poesia, dança e exposições.
Realizado no “auditório aberto”, um espaço de integração entre a Biblioteca e o Restaurante Universitário, o Sarau reuniu dezenas de participantes. O evento, que estava previsto para durar duas horas, se estendeu por três, das 17h30 às 20h30, graças ao entusiasmo do público e à participação de artistas que se inscreveram de última hora para se apresentar. A comissão organizadora, formada por membros do NEABI, promoveu um ambiente descontraído e de acolhimento, com pipoca e espaços para que as pessoas pudessem conversar e interagir com as artes expostas.
Protagonismo estudantil e talentos locais
O protagonismo estudantil foi um dos destaques da noite. Os alunos Carlos Vinicius de Carvalho Matos e Sara Mineiro Florindo foram os responsáveis por conduzir o evento, mediando as apresentações e compartilhando um pouco de suas culturas do Norte do país. Em suas apresentações individuais, Sara declamou poemas e Carlos fez uma apresentação de carimbó, manifestação cultural do Pará.
O Sarau contou com a participação de diversos talentos locais, em uma demonstração da rica produção artística de Toledo . O Clube de Poesia de Toledo, representado por Maria Dilonê Ficagna Pizato, Lucrecia Welter Ribeiro, Isolti Marli Cossetin, Marlene Marques, Albano Bracht e Maria Eunice Silva de Lacerda, declamou poemas, enquanto a Academia de Letras de Toledo trouxe a arte da declamação de cordel. Entre as declamações solo, o professor do campus Gustavo Paetzold, Vinicius Moraes e Albano Bracht também se apresentaram.
A música ficou por conta da Banda Redução de Danos, formada por Evandro Castagna, Maycon, João Pedro Castagna e Otávio Cavalcante, da banda Los Coronezos, com Lucas Marcelo e Rui Hoberdã, e dos músicos solo Yuri Reis e Rodrigo Montebeller Cavassin.
A arte também foi explorada em outras formas. A artista Sandra Pereira realizou uma apresentação de dança de samba e axé e teve suas obras expostas junto com as da professora do campus Rosangela Botinha. A fotógrafa Gi Costa exibiu sua exposição de fotos de migrantes.
Arte como ferramenta de aprendizado e inclusão
Um dos momentos mais vibrantes do evento foi a Batalha de Rima, com o 045 Coletivo de Batalha de Rimas, que trouxe o ritmo e a poesia do hip-hop para o campus. O evento também contou com a exposição de livros da escritora local Eliana Massola, que participou da apresentação de forró ao lado de Carlos Vinicius, Clau Momesso, Julia Lumi, Bianca dos Reis Santana Caldeira, Sara Mineiro, Daiane da Silva Lourenço, Arthur da Silva Andrade, Alberto Oliveira, João Pedro Fagundes da Silva e Patrick Galvão Neris.
O Sarau do NEABI não foi apenas uma celebração da arte, mas também uma forma de educar e conscientizar. A proposta, que está em consonância com leis como a Lei 10.639/2003 e a Lei 11.645/2008, busca combater a discriminação e promover a igualdade racial através da valorização das culturas afro-brasileiras e indígenas.
Para a comissão organizadora, o evento foi um sucesso e sinaliza a necessidade de mais ações culturais no campus, como destacou a professora Daiane da Silva Lourenço: “Acredito que o objetivo de fazer um sarau para ser um momento educativo através da arte foi alcançado. Vimos vários estudantes e servidores visitando as exposições e passando para apreciar as músicas, poemas, danças. Estamos muito felizes porque o público foi maior do que o esperado. Isso significa que precisamos promover mais ações culturais no campus.”
O Sarau permitiu que estudantes e servidores descansassem das tarefas rotineiras, tivessem acesso à arte e, ao mesmo tempo, aprendessem mais sobre as culturas locais, afro-brasileiras e indígenas, como bem descreveu o professor Alberto: “Foi um momento de trocas de experiências e informações muito enriquecedor. O olhar de curiosidade das pessoas diante das diversas artes foi muito interessante.”
Fonte: UTFPR