Padre Paulo Ricardo

Dizia Chesterton: quem deixa de acreditar no Deus verdadeiro passa a acreditar em qualquer coisa. A consequência de termos substituído a velha instrução no seio da família e da Igreja pela educação secularista do Anticristo foi que, agora, temos um punhado de ateus que acreditam piamente nas mais estapafúrdias mentiras que lhes contam. Assim:

  • numa sociedade que deixou de acreditar em Deus, Pai comum de todos os homens, não surpreende que ressurja com força o culto ridículo à própria “raça”: daí os supremacistas brancos e os movimentos negros radicais;
  • numa sociedade que deixou de cultuar o Cristo, Deus feito homem, e a Virgem Maria, mulher e mãe de Deus, não surpreende que as dificuldades entre os sexos sejam potencializadas e transformadas em uma verdadeira guerra, com feminismos e feminicídios;
  • numa sociedade que abandonou a fé na vida eterna, não surpreende que a meta tenha se tornado construir um paraíso aqui na terra: o comunismo, ou simplesmente um “mundo melhor”, uma “sociedade sem classes”, uma “terra sem males” etc;
  • numa sociedade que abandonou a sadia antropologia cristã, não surpreende que surjam aberrações como a ideologia de gênero, segundo a qual não passamos de pessoas aprisionadas num invólucro sexuado aleatório.

Em suma, ao lado do trabalho de desconstrução da verdade católica, caminha sempre a adesão às mentiras desse mundo. É uma filiação que tem preço, e nós infelizmente já o estamos pagando.

As hordas picham Vieira sem nunca o haver lido, ao mesmo tempo que ostentam, orgulhosas, faixas socialistas e camisetas do Che Guevara.

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Do Sagrado Coração de Jesus, dois mil anos atrás, jorrou um rio de sangue e água, que por muito tempo saciou a humanidade e transformou a terra num lugar muito melhor de se viver. Homens e mulheres de todas as tribos, línguas e nações, unidos num só batismo, no ato de trabalhar por sua salvação eterna construíram uma civilização de que os antigos povos pagãos jamais foram capazes.

Hoje, por obra de inúmeros anticristos que se levantam aqui e acolá, esse edifício está abalado e ameaça ruir. Mas, se as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja, como disse o Senhor; se Ele é fiel às suas promessas, como sabemos que é; e se “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus”, a única coisa que os católicos devemos temer é a nossa própria covardia.

Andemos, pois, sempre desconfiados de nós mesmos, voltemos a empunhar as armas espirituais que a Igreja desde sempre nos inculcou e mantenhamo-nos unidos a Cristo. Assim como Pedro foi instado a guardar sua espada na bainha, não caiamos na tentação de usar, na guerra em que estamos, as mesmas armas sujas de que se servem os inimigos: se eles trapaceiam, sejamos honestos; se eles mentem e difamam, sejamos verdadeiros; se eles odeiam, amemos. “O nosso dever não é vencer o mundo, ainda que seja por Cristo: o nosso dever é salvar a própria alma”, disse Henri de Lubac. “A nossa missão não é fazer a verdade triunfar, mas dar testemunho dela”.

Foi o que fizeram os santos, foi o que fizeram os mortos cuja memória temos a honra de venerar. E isso nos basta.

By Padre Paulo Ricardo.