Foto: assessoria

Pesquisadores da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em um avanço significativo para a inclusão social e a autonomia de pessoas com deficiência visual, desenvolvem um projeto de óculos de realidade virtual que gera descrições de áudio e cenas para deficientes visuais. A inovação chamou a atenção no evento Summit Iguassu Valley, realizado em Foz do Iguaçu, nos dias 13 e 14 de junho.

Sob coordenação dos professores da Unioeste, Fabiana Frata Furlan Peres e Claudio Roberto Marquetto Mauricio, e da UFPE, João Marcelo Teixeira, o projeto ajuda os usuários a entenderem melhor as pessoas em contextos sociais, o que pode ser ativado conforme o interesse do indivíduo.

A tecnologia, que inclui um sistema de descrição facial e de características físicas, permite que pessoas cegas reconheçam e compreendam melhor as pessoas ao seu redor. “Nossa pesquisa representa um avanço importante na promoção da interação social. Ao fornecer informações detalhadas e em tempo real sobre o ambiente ao redor, ele permite que indivíduos com deficiência visual participem mais plenamente de conversas e atividades sociais. Esta tecnologia não só aumenta a independência, mas também reduz a sensação de isolamento, promovendo maior inclusão em diversos contextos sociais e acadêmicos. Além disso, ao facilitar o acesso a informações visuais de forma auditiva, nosso dispositivo abre novas oportunidades para estudantes com deficiência visual no ensino superior, permitindo que eles naveguem pelo campus, participem de aulas e interajam com colegas de forma mais natural, promovendo assim a inclusão e contribuindo para melhor desempenho acadêmico”, comenta o pesquisador Claudio Mauricio.

Outro componente essencial da tecnologia é o auxílio à locomoção. O sistema fornece descrições detalhadas do ambiente, informando se o caminho à frente está livre e seguro para caminhar, melhorando a segurança e a confiança dos usuários, especialmente em ambientes movimentados e barulhentos. Ao mesmo tempo, as pessoas podem pegar qualquer livro de uma biblioteca ou livraria e lê-lo de forma independente, aumentando a autonomia pessoal e o acesso à informação de deficientes visuais.

[bsa_pro_ad_space id=17] [bsa_pro_ad_space id=15]

Para o pesquisador da UFPE, João Marcelo Teixeira, o projeto representa um primeiro passo num oceano de possibilidades. “A cooperação estabelecida entre UFPE e Unioeste permitiu que pudéssemos validar a ideia de utilizar um dispositivo de realidade virtual/aumentada (óculos) com outro fim bem diferente do original. Os próximos passos irão no sentido de baratear cada vez mais a tecnologia, tornando-a muito mais acessível a toda a comunidade. Nosso objetivo é que a tecnologia seja tão acessível que qualquer brasileiro com baixa ou perda total da visão possa fazer uso da solução proposta e tornar-se mais independente”, diz.

O feedback dos usuários é fundamental para o aprimoramento da tecnologia. O Assessor de Igualdade e Promoção Social da Unioeste, Ivã José de Pádua, que teve glaucoma na infância, testou a nova tecnologia durante o evento. “O dispositivo é muito bom, é um dos melhores produtos que já experimentei em relação a audiodescrição”, diz.

Ele também sugeriu melhorias, como tornar o dispositivo mais compacto e integrar o software diretamente nele, eliminando a necessidade de um computador auxiliar.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social/Unioeste