Vejam só o tamanho desses números. Estamos acostumados a ouvir falar em investimentos de milhões em Toledo, mas agora surge um projeto que rompe qualquer escala conhecida: mais de R$ 1 bilhão serão aplicados em uma única planta industrial. É um marco, uma virada de página, um novo capítulo no papel de Toledo no agronegócio brasileiro.
Não é apenas uma usina. É um complexo que irá gerar etanol, energia, farelo, óleo e oportunidades. É indústria de transformação chegando onde, por décadas, só se colhia e se embarcava produção.
E aí surge a pergunta inevitável: Cadê a visão da Coamo?
Com todo o respeito que sempre tive pela maior cooperativa do Brasil, principalmente quando assumiu parte da antiga Coopagro e deu estabilidade ao produtor de Toledo, é impossível ignorar um fato: a Coamo está em Toledo há anos, coleta milhões anualmente, mas nunca teve visão — ou interesse — de investir aqui na mesma proporção.
Toledo é uma das maiores potências agrícolas do Paraná. Mesmo assim, a Coamo se limitou a operações básicas de recebimento e armazenagem e comercialização de insumos.
Indústria? Transformação? Geração pesada de empregos?
Nada.
E, para completar, nem o ICMS fica na cidade.
As cobranças e as respostas
Sempre que encontrei o fundador da cooperativa, José Aroldo Gallassini, cobrei exatamente isso: visão estratégica para transformar nossa produção local. Ele respondia com frases de impacto, falava de outras prioridades, projetos em outras regiões e repetia que “um dia poderia ser estudado”.
Pois bem. O dia chegou — mas não pela Coamo.
O vácuo deixado pela Coamo agora será ocupado
A Hydrograph, empresa do Mato Grosso, que acaba de anunciar a implantação de uma megaestrutura para produção de etanol de milho em Toledo. Será um investimento estimado em R$ 1,18 bilhão, totalmente privado, sem incentivos municipais e finalmente dando um destino industrial à riqueza agrícola que produzimos.
Enquanto a Coamo olhava para fora, outra empresa percebeu o potencial que estava diante dos olhos de todos.
O que será construído
A planta ficará em uma área de aproximadamente 60 hectares, com tecnologia de ponta para:
- Produzir etanol anidro e hidratado; transformar milho em DDGS (farelo usado em ração); extrair óleo de milho e gerar energia elétrica a partir do processo industrial
É o que chamamos de cadeia produtiva integrada — exatamente o tipo de investimento que Toledo sempre esperou da cooperativa que domina nosso mercado agrícola.
Gerando impacto real – A obra deverá:
- Empregar 1.500 trabalhadores durante os 18 meses de construção
- Ter receita anual de R$ 1,184 bilhão quando estiver operando plenamente
- Gerar R$ 213 milhões em ICMS ao Estado do Paraná
- Mudar o mapa econômico de Toledo
É o início de um novo ciclo, o que sempre defendemos: transformar grão em valor, riqueza bruta em indústria, produtividade em empregos qualificados.
Comparativo direto: Coamo x Hydrograph
| Critério | Coamo (décadas em Toledo) | Hydrograph (agora chegando) |
| Tempo de atuação | +20 anos | Início das operações |
| Investimentos industriais em Toledo | Praticamente zero | R$ 1,18 bilhão |
| Retorno ao município | Baixo, eximio ICMS local, nem conta bancária | ICMS estadual + forte impacto econômico |
| Visão industrial local | Limitada ao recebimento | Complexo completo de biocombustíveis |
| Geração de empregos | Reduzida | 1.500 na obra + centenas na operação |
| Aproveitamento do milho local | Mínimo | Máximo: etanol, DDGS, óleo, energia |
Em outras palavras:
Enquanto uma está aqui por décadas operando no modo “extrair e levar”, outra chega investindo, transformando, gerando riqueza e ocupando o espaço que deveria ter sido do cooperativismo.





