Por Marcos Antonio Santos
A 2ª Caminhada do Meio-Dia contra o feminicídio em Toledo, realizada nessa segunda-feira, 22, foi um evento significativo que reuniu a comunidade local para manifestar repúdio contra a violência de gênero. A caminhada ocorreu nas ruas centrais da cidade, reunindo pessoas de diferentes idades e setores da sociedade, todas unidas pelo objetivo comum de aumentar a conscientização sobre o feminicídio e a violência contra as mulheres. A concentração foi na Praça da Casa da Cultura.
Organizado por diversas entidades locais, o evento contou com discursos emocionantes e apresentações que ressaltaram a importância do respeito e da igualdade de gênero. Faixas, cartazes e camisetas com mensagens de apoio à causa foram amplamente vistos, criando uma atmosfera de solidariedade e comprometimento.
Além de sensibilizar a população, a caminhada visou pressionar as autoridades para a implementação de políticas públicas mais eficazes no combate ao feminicídio e à proteção das vítimas de violência. A participação expressiva da comunidade de Toledo demonstra a força e a união da cidade na luta contra essa grave problemática social.
De acordo com a secretária municipal de Políticas para Infância, Juventude, Mulher, Família e Desenvolvimento Humano (SMDH), Rosiany Favareto, Toledo está realizando pelo 4º ano o Seminário Mulheres em Foco, que traz diversas temáticas relacionadas às políticas e direitos de atendimento à mulher. O seminário iniciou no dia 18 de junho e segue com encontros mensais até o mês de novembro. Ela lembra que neste dia 22 de julho é o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio. “Nesta segunda-feira foi o segundo módulo do nosso seminário, que trata da violência e dos dados estatísticos sobre a violência contra a mulher. E com isso, Toledo entra na agenda do estado com a Caminhada do Meio-Dia. O dia homenageia as mulheres vítimas de feminicídios e também traz à tona essa discussão sobre como podemos enfrentar a violência contra a mulher”, afirma.
A diretora de Cidadania e Desenvolvimento Humano da SMDH, Daliana Uemura, disse que em 2023 foram 1.443 casos de feminicídio em todo o Brasil. Na comarca de Toledo, não foi registrado nenhum caso de feminicídio no ano passado, porém houve três tentativas. “Neste ano de 2024, até agora, já ocorreram dois feminicídios na comarca de Toledo, e 49 no Paraná. Até março deste ano, no Brasil, já foram 584 feminicídios”, afirma Daliana Uemura. A comarca de Toledo abrange o judiciário/Ministério Público de Toledo, São Pedro do Iguaçu e Ouro Verde do Oeste. Na comarca, neste ano, são 33 casos sendo investigados.
FEMINICÍDIOS – Um dos feminicídios foi o de Gabrielle de Lima Rodrigues. No dia 18 de março, o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender uma ocorrência de ferimento por arma branca no Jardim Coopagro. Ao chegar no local, os bombeiros encontraram duas pessoas mortas e uma gravemente ferida. De acordo com as informações, Gilvan Francisco Rech, 36 anos de idade, matou a professora Gabrielle, 34 anos, e o sogro, Vicente José Rodrigues, 61 anos, com uma faca, e em seguida tentou cometer suicídio.
O outro feminicídio foi de Juliana Patrícia dos Santos, 27 anos, e aconteceu no dia 26 de abril, ela morava em Ouro Verde do Oeste.
PARANÁ – No ano de 2023, foram registrados 81 casos de feminicídio no Paraná, em 56 municípios. A região que concentrou o maior número de crimes foi a Área Integrada de Segurança Pública (AISP) de Foz do Iguaçu. O município com maior número de crimes foi Foz do Iguaçu, com sete casos, equivalendo a uma taxa de 2,64 por 100 mil habitantes. No Brasil, no ano passado, foram 1.443 feminicídios.
A média no Paraná foi de sete ocorrências por mês. O mês de maio concentrou um número atípico de casos (13). O total de mortes no 1º semestre foi de 41.
Já no 1º semestre de 2024, foram registrados 49 feminicídios em 39 municípios, um aumento de 19,51% em relação ao mesmo período de 2023. A região que concentrou o maior número de casos foi a AISP de São José dos Pinhais (9 casos), que abrange diversos municípios da Região Metropolitana de Curitiba. O município com maior número de crimes foi Curitiba (4 casos), equivalendo a uma taxa de 0,20 por 100 mil habitantes.
A média de casos mensais está em 8,7 ocorrências, com maior concentração no mês de janeiro (12 mortes).
Dos 34 municípios que registraram feminicídios no 1º semestre de 2023, apenas três se repetem no 1º semestre de 2024. Ou seja, 36 municípios que registraram feminicídios no 1º semestre de 2024 não tiveram casos no mesmo período do ano passado; e 31 municípios que registraram feminicídios no 1º semestre do ano passado não tiveram casos neste ano. Os três municípios que se repetiram são Curitiba, Araucária e Bandeirantes.
