Gerente da Agência do Trabalhador, Amir Kanitz, falou sobre empregabilidade. Foto: Jose Augusto Seide

Por Marcos Antonio Santos

Na quarta-feira, 10, teve início o primeiro encontro na Associação dos Pioneiros de Toledo (Apito), próximo ao Parque das Águas, para amenizar os problemas sociais enfrentados pelos moradores em situação de rua. O Plano de Ação Intersetorial para Atendimento a Pessoas em Situação de Rua (PSR) foi elaborado após a gestão pública de Toledo conhecer de perto as experiências implementadas pelo município de Chapecó (SC).

Foram oferecidos aos PSRs banho, café da manhã, almoço, jantar, transporte, entre outros serviços de cidadania. Também foram realizadas palestras para os cerca de 20 presentes na Apito. A Agência do Trabalhador realizou atendimentos individualizados, e a primeira palestra foi sobre empregabilidade.

EMPREGOS – O gerente da Agência do Trabalhador de Toledo e diretor do Departamento de Emprego e Renda da Secretaria de Agronegócio, Inovação, Turismo e Desenvolvimento Econômico (AgroDesenvolvimento), Amir Kanitz, faz uma avaliação do encontro. “Tivemos uma fala em relação às possibilidades de empregabilidade para esse pessoal, para conhecerem as oportunidades que existem, claro, porque às vezes é normal que essas pessoas estejam assim, tanto alienadas em relação às possibilidades, não veem acesso em relação a isso, mas mostramos oportunidades. Temos mais de 1.500 vagas disponíveis em Toledo, mas também a forma de acessá-las, principalmente para quem está numa situação tão complicada como a deles. A própria possibilidade de a gente ajudar a fazer o currículo aqui, encaminhamento especial, um tratamento para essas pessoas que têm na agência servidores treinados para atenderem de forma mais específica essas pessoas, mas, sobretudo, algumas dicas e fórmulas para elas acessarem melhor essas oportunidades. Entendemos, sim, que o trabalho, o acesso ao mercado de trabalho, a volta, o retorno ao mercado de trabalho para essas pessoas, ele é, na verdade, um certo coroamento de todo o resultado de outras ações que são concomitantes, que vão dar estabilidade, endereço, referência, ajudar na saúde, na regularização de documentos”.

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Cerca de 40 pessoas foram atendidas na Apito. Foto: Fabio Ulsenheimer

Amir comenta a possibilidade de as empresas aceitarem pessoas que hoje vivem nas ruas: “Mostramos as vagas disponíveis, e eles se interessaram. Tem pessoas lá com deficiência, então mostramos as vagas específicas oferecidas para pessoas com deficiência também. Há, sim, gente interessada, e há empresas em Toledo que dão oportunidade. A própria BRF é uma das que mais dão essa oportunidade. Numa ocasião vindoura, queremos levar também uma empresa para poder já fazer encaminhamentos, quem sabe, diretamente lá. É um esforço que nós fazemos da parte da agência, da parte do governo municipal, e é um esforço que também, lógico, tem que ser percebido do ponto de vista do morador de rua. A gente sabe, tem consciência muito clara de que não basta só oferecer oportunidades, tem que criar toda uma estrutura de estabilidade, de referência, para que essa pessoa possa voltar ao mercado de trabalho e se estabilizar. Então, já podemos perceber que estamos levando essa oportunidade para pessoas que nunca tiveram na Agência do Trabalhador e agora viram essas oportunidades. Eu firmei muito claramente o compromisso: vocês não podem dizer daqui para frente que não existe oportunidade, que as portas estão totalmente fechadas para vocês, porque não estão. Afinal de contas, levamos até lá essa visão, esses dados, esses números e toda essa orientação”.

De acordo com Amir Kanitz, é necessário avaliar, daqui para frente, os resultados desse plano de ação. “Já conseguimos perceber pelo menos alguma faísca de esperança para muitos. Vários deles nos procuraram com um interesse bem real. Essas ações dependem do acompanhamento para que tenham um resultado de fato verificável no fim, não só para eles, mas para toda a comunidade, que essas pessoas saiam dessa situação tão degradante e se insiram de forma produtiva e equilibrada na sociedade”, afirma.

Foto: Fabio Ulsenheimer