Pessoas em situação de rua de Toledo receberão atendimentos semanalmente. Foto: Carlos Rodrigues

Por Marcos Antonio Santos

Após conhecer as experiências colocadas em prática pelo Município de Chapecó (SC), representantes de várias secretarias municipais de Toledo elaboraram o Plano de Ação Intersetorial para Atendimento a Pessoas em Situação de Rua (PSR). O documento foi apresentado ao prefeito Beto Lunitti em encontro realizado na Sala de Reuniões do Gabinete do Prefeito.

Após fazer um diagnóstico em torno da questão e mencionar as ações que já são realizadas para este público, o plano detalha as ações que serão executadas pelo governo municipal, por intermédio do Gabinete do Prefeito, da Procuradoria-Geral do Município, e das secretarias de Segurança e Mobilidade Urbana, de Assistência Social, de Saúde, da Administração, da Infraestrutura Rural e Urbana e de Serviços Públicos, e de Políticas para Infância, Juventude, Mulher, Família e Desenvolvimento Humano.

A secretária de Assistência Social, Solange Fidélis, disse que ações que eram realizadas serão mais intensificadas. Uma delas é o dia “D”, que era realizado três vezes ao ano e agora será uma vez por semana. O primeiro encontro acontecerá nesta quarta-feira, 10, na Associação dos Pioneiros de Toledo (Apito), próximo ao Parque das Águas.

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“A gente levava todas as pessoas em situação de rua e fazíamos um dia da cidadania, com todos os atendimentos unificados. Vamos ter essa ação semanalmente. Iremos desenvolver o atendimento semanal com palestras, vamos fazer esse transporte das pessoas para lá, vão tomar banho, vão tomar um café. A primeira palestra vai ser sobre a empregabilidade. Vai ter palestra com a polícia, vamos ter palestra sobre a questão de saúde. Enfim, vamos ter várias temáticas para serem trabalhadas com as pessoas em situação de rua. E vamos ter o almoço e, no período da tarde, os atendimentos. A Agência do Trabalhador irá fazer atendimentos individualizados, também de assistência, de saúde, com Caps-AD, as questões policiais para regularização de documentos pessoais. Um hall de serviços e de atendimento. Para encerrar, será oferecido jantar e depois a gente transporta eles para os locais onde permanecem. O objetivo principal será intensificar essas ações”, afirma Solange.

Fidélis, disse que ações que eram realizadas serão mais intensificadas. Foto: Fabio Ulsenheimer

DROGAS – Um dos grandes problemas atuais dos moradores de rua, e não são todos, é a drogadição. Solange disse que é necessário fortalecer o vínculo, que é muito importante, porque, a partir do momento que eles conseguem fortalecer esse vínculo com a Rede de Saúde, se consegue ter maior adesão também para o atendimento, principalmente de saúde. “Porque praticamente 100% deles têm quadros de dependência. Alguns dá para gerenciar de forma melhor, mas muitos têm quadro grave, que precisa realmente de tratamento. A maioria precisa. Temos que ter uma estrutura para receber essas pessoas para o tratamento de drogadição. Temos hoje o SIM Paraná, que interna por 14 dias, mas ele é regional, então não são vagas exclusivas para Toledo. E tem que ter de fato a internação, um tratamento psiquiátrico. E isso entra pela Central de Leitos do Estado. Às vezes a pessoa espera 30 dias para uma operação. O diferencial de Chapecó é que, além de terem uma maior estrutura, que é municipal com 14 vagas, eles têm também hospitais credenciados para contratação imediata de vagas, e isso vamos fazer em Toledo também. A Secretaria de Saúde está finalizando um termo de referência”, menciona Solange.

PASSAGENS – Segundo ela, outra novidade que Toledo adotará será a compra de passagens interestaduais para todo o território nacional para aqueles moradores de rua que queiram voltar para a cidade de origem em outros estados. “Está em processo de licitação a contratação de uma agência que irá contratar a empresa de transporte coletivo interestadual. Hoje apenas conseguimos atender dentro do estado do Paraná. Essa também é uma questão que vamos conseguir avançar, porque muitas pessoas que hoje estão em Toledo e estão em situação de rua são da região norte do Brasil, da região sudoeste, de regiões do Rio Grande do Sul, enfim, de outros estados. Vamos fazer todo um protocolo de contato com a família e com a Rede para o encaminhamento da pessoa para o seu município de origem”, revela Solange Fidélis.