Por Marcos Antonio Santos
Para produtora, é essencial a implementação de políticas públicas específicas para esse setor, que é de grande importância
O valor de produção da Pecuária Municipal (PPM) de 2023 chegou à marca de R$ 122,4 bilhões, uma alta de 5,4% em relação ao ano anterior. Os produtos de origem animal atingiram R$ 112,3 bilhões, um aumento de 4,5% em relação a 2022, enquanto os itens da aquicultura foram responsáveis por R$ 10,2 bilhões, com um crescimento de 16,6%.
O efetivo bovino atingiu 238,6 milhões de cabeças em 2023, o maior da série histórica iniciada em 1974. Apesar de representar um crescimento do rebanho, o acréscimo de 1,6% em relação ao ano anterior foi o menor aumento percentual observado nos últimos três anos, o que indica uma tendência de desaceleração no setor e uma inversão no ciclo pecuário.
De acordo com o IBGE, as cidades campeãs nacionais situadas no Paraná são: Toledo (suínos, 899.154 cabeças), Marechal Cândido Rondon (suínos), Castro (leite), Carambeí (leite), Nova Aurora (peixes), Palotina (peixes), Assis Chateaubriand (peixes), Arapoti (mel), Ortigueira (mel) e Cianorte (galináceos).
O técnico do IBGE de Toledo e responsável pelo PPM no município, Marcelo Scandelai, afirmou que a pesquisa confirmou que Toledo tem o maior efetivo e o maior plantel de suínos do Brasil. “Basicamente, isso significa que, em 31 de dezembro de 2023, que é nossa data de referência, Toledo tinha aproximadamente 900 mil suínos alojados. Esse dado é obtido pela PPM, que é um compilado de informações que realizamos em conjunto com prefeituras, cooperativas, produtores, empresas integradoras e frigoríficos. Principalmente, obtemos esse dado em parceria com o Deral (Departamento de Economia Rural), um órgão estadual que calcula o Valor Bruto da Produção Agropecuária Municipal. Realizamos reuniões com eles, com a prefeitura e com os produtores, discutimos as informações e chegamos a esse número de efetivos municipais de rebanho”, explicou.
Na produção suína, o Paraná é o segundo estado com maior valor de produção, com 16,1% de participação. Outra cidade do Oeste, Marechal Cândido Rondon, aparece em terceiro lugar no ranking nacional, com 590 mil cabeças abatidas no ano passado. Em segundo lugar está Uberlândia (MG) e, em quarto, Concórdia (SC). O Brasil é o quarto maior produtor mundial de carne suína.
Marcelo Scandelai comenta que, em 2020, o plantel de suínos de Toledo era de 1.173.500. “O plantel de suínos de Toledo diminuiu nos últimos anos. Tivemos uma crise na suinocultura na nossa região, mas, mesmo assim, o município continua sendo o maior produtor nacional há alguns anos. Também observamos que Marechal Cândido Rondon ocupa o terceiro lugar na produção nacional, com uma produção bastante expressiva. Nossa região como um todo é muito forte na produção de suínos e aves, ovos e outras culturas pecuárias”, avaliou.

PRODUTORES – Do total de 899.154 cabeças, 1.700 estão na propriedade de Geni Bamberg, na Linha Lajeado Grande, Distrito de São Miguel. Ela disse que está encaminhando um financiamento para reforma e passará a ter cerca de 2.500 cabeças na fase final de engorda.
Para Geni, os produtores de Toledo desempenham seu trabalho de forma fantástica, pois também atuam na conversão alimentar. “Estamos no topo, e o manejo em toda a criação de suínos está sendo muito bem feito, por isso estamos nas primeiras colocações. É importante ressaltar que cerca de 1.500 famílias na região Oeste sobrevivem exclusivamente dessa atividade, por meio da integração com empresas integradoras. Antigamente, os produtores eram independentes e comercializavam seus suínos diretamente. Hoje, chamamos esses produtores de independentes, pois possuem o ciclo produtivo completo, desde a maternidade até a fase final de engorda”.
Segundo a produtora, o sistema independente ficou para trás devido à modernização e aos altos custos de produção. O sistema mais viável atualmente é o de parceria com empresas integradoras, incluindo cooperativas que atuam nesse setor. “Isso significa que a atividade é muito promissora, apesar dos altos custos, mesmo no sistema de integração. A remuneração precisaria ser melhor para que tivéssemos lucro. Muitas vezes, os custos não são cobertos, especialmente considerando os investimentos em reformas, tecnologia, modernização e automação. Esses custos são elevados, e precisamos aumentar o plantel para manter um nível de renda satisfatório. No entanto, é fundamental que recebamos mais pelo suíno produzido. A suinocultura é uma atividade promissora, que gera impacto na economia local, injetando milhões, principalmente no município de Toledo. Esperamos que mais políticas públicas sejam voltadas para esse setor tão importante”, concluiu Geni Bamberg.