Por Marcos Antonio Santos
Nesta quinta-feira, 10, às 16h, acontecerá em Toledo um ato pela permanência do Sistema de Assistência à Saúde (SAS) no município. O evento será realizado em frente ao Núcleo Regional de Educação e a iniciativa é da APP Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública, que defende Toledo como sede por ter a melhor infraestrutura.
A professora e presidente do Núcleo Sindical de Toledo, Marilene Alves de Abreu, disse que o ato desta quinta-feira está sendo organizado em conjunto com outras entidades sindicais, e que cada uma convocou a sua base para participar. “Fizemos reunião com promotor de Justiça José Roberto Moreira, e nesta quinta teremos uma reunião com o chefe do Núcleo Regional de Educação de Toledo, professor José Carlos Guimarães. Acreditamos que nossa organização é capaz de reverter a situação, tendo em vista que o processo de licitação não foi concluído”, afirma. Dirigentes do Núcleo Sindical da APP em Toledo se reuniram na última sexta-feira, 04, na sala de reuniões da Câmara de Vereadores, com o promotor de Justiça, para denunciar o risco de fim dos atendimentos do SAS no município.
PROCESSO LICITATÓRIO – A informação é de que houve um processo licitatório (pregão), de nº 45, onde o Hospital Beneficente Moacir Micheletto, de Assis Chateaubriand, foi o que fez o menor preço e, assim sendo, o SAS que atende a mais de 15 municípios da região, abrangendo um público formado por mais de 11 mil servidores, sairia de Toledo para se instalar em Assis. O problema é que na cidade, o SAS não possuiria qualquer possibilidade estrutural de dar a assistência com qualidade aos servidores.

Segundo Marilene de Abreu, não há necessidade da transferência. “O município de Toledo comporta maior população, é referência em saúde, haverá o transtorno do deslocamento e Assis Chateaubriand não possui as especialidades. Questionamos também sobre a estrutura do hospital, se está adequado ao atendimento, se há possibilidades de exames laboratoriais e das complexidades em saúde. O Estado deve responder o porquê dessa transferência, não compreendemos e por isso o nosso ato e organização conjunta pela defesa e permanência do SAS em Toledo”. Ela disse ainda que a vereadora Olinda Fiorentin (PSD) tem feito a defesa da causa, “conseguimos também a adesão de outros vereadores que estavam na reunião com o promotor”.
MONITORAMENTO – O Núcleo Sindical da APP monitora há um mês a informação de que existe um processo licitatório para transferir o SAS de Toledo para Assis Chateaubriand.
“Nós soubemos dessa licitação pelas redes sociais, fomos verificar e de fato existe uma licitação do SAS em Toledo. Esse processo licitatório está no Portal da Transparência e nele consta que o hospital ganhador foi o Moacir Micheletto, de Assis Chateaubriand. Então há, sim, essa possibilidade de transferência do atendimento do SAS de Toledo do Hospital Bom Jesus para o Hospital Moacir Micheletto”, relata Marilene.
11 MIL SERVIDORES – De acordo com APP Sindicato, a mudança acarretaria prejuízos aos mais de 11 mil servidores(as) de Toledo e região, que seriam obrigados a percorrer cerca de 50 quilômetros para serem atendidos pelo SAS. Indiretamente, a medida prejudicaria também os(as) servidores(as) de Assis Chateaubriand, que seriam obrigados a dividir a estrutura com os(as) colegas de Toledo.

O Hospital Bom Jesus faz cerca de 4 mil consultas por mês pelo SAS no Pronto-Socorro, fora as demandas por especialidades médicas. São cerca de 5 mil exames laboratoriais e de 80 internamentos por mês. Segundo informações, a partir de 1º de outubro de 2023, os servidores teriam que se deslocar por 44 km, distância entre ambas as cidades, para internamentos, cirurgias, partos e outros procedimentos de maior complexidade.
A mobilização em Toledo é feita pela APP em conjunto com os demais sindicatos de servidores(as) estaduais, reunidos no Fórum das Entidades Sindicais (FES). “É importante essa reunião de vários sindicatos. Todos representam os servidores, então tem que ser uma luta conjunta, para que ela seja maior e a gente consiga ter um bom resultado com essas mobilizações e nossa organização na defesa da permanência do SAS em Toledo”, diz Marilene de Abreu.