Nesta semana está sendo realizado no Auditório da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) o II Seminário Sobre os Percursos da Libras e a Educação Bilíngue Para Surdos. São palestras e debates ministrados por professores da área de Libras de cidades como Guarapuava, Maringá, Marechal C. Rondon e Curitiba. As discussões são feitas entre surdos e ouvintes por intermédio de intérpretes, com participação da comunidade acadêmica, profissionais da área e interessados no assunto.

Durante a manhã desta quinta-feira (23) o principal assunto debatido foi sobre implementar o ensino regular com a Libras, de modo gradual até que se torne bilíngue. Neste sentido, a Secretaria Municipal de Educação (SMEL) apresentou a proposta do projeto da “escola de inclusão”, que visa dar todo o suporte para que alunos surdos e ouvintes possam estar integrados com mínima barreira de comunicação.

A Diretora do Departamento de Ensino da SMEL, e integrante da equipe de organização do evento, Elissiane Zen do Amaral, foi uma das que estiveram à frente dos debates. Ela explica que a Escola Municipal Antonio Scain é a que vai receber a implantação do projeto. “O município tem avançado sem medir esforços para concretizar essa proposta. Estamos planejando toda a reestruturação do Projeto Político Pedagógico da escola e a implantação da Libras como uma disciplina comum a todos os alunos. Também pretendemos incluir a Sala de Recurso Multifuncional – Surdez junto com o Núcleo de Atendimento Educacional Especializado”.

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Elissiane acrescenta que em breve será anunciado um novo edital de concurso com os cargos de professores bilíngues já regularizados. O objetivo é prover as escolas com estes e outros cargos que são de extrema necessidade para a rede municipal de educação.

As intérpretes de Libras da Unioeste, Denise Dumke e Joice Silveira, estiveram no seminário e mediaram os debates entre os participantes. Para elas, a criação da lei do intérprete de Libras, bem como as graduações de Letras-Libras, estimularam o interesse das pessoas sobre o assunto. “Encontros como este são importantes, pois interagir com pessoas de outras cidades, sobretudo os surdos, possibilita que aprendamos novas palavras e sinais. Por ser uma outra língua o estudo precisa ser constante”.

A professora de Linguística da Universidade Federal da Grande Dourados, Fernanda Martins de Brito, explica que a lei que reconhece a Libras como um idioma oficial do Brasil foi crucial para a comunidade surda. “Nós surdos temos cada vez mais nos preocupado em envolver os ouvintes nas discussões acerca da educação surda. É preciso fazer muitas discussões sobre isso, já caminhamos muito desde essa lei de 2002, mas ainda precisamos continuar lutando por mais acessibilidade e fazer valer nossos direitos”.

Para Elissiane a importância do tema vai além da legislação, trata-se de uma questão social. “É preciso que os surdos e ouvintes convivam juntos, neste sentido estamos planejando fomentar essa ideia com as famílias dos alunos. É nesse ritmo que nós da Secretaria de Educação vamos tentar conduzir os trabalhos”.

As atividades de encerramento do seminário serão no período da tarde da sexta-feira (24) com uma mesa-redonda sobre “Ensino da língua portuguesa e matemática para surdos”, com Tânia Martins (Unioeste/Toledo), Jorge Bidarra (Unioeste/Cascavel) e Luiz Renato Martins da Rocha (UTFPR/Cornélio Procópio). A partir das 16 horas terá uma apresentação cultural do Curso de Libras da Unioeste e exposição de materiais.

Fonte: PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE TOLEDO – PR