A Secretaria de Políticas para Infância, Juventude, Mulher, Família e Desenvolvimento Humano (SMDH) promoveu, na tarde dessa terça-feira (19), o Seminário de Equidade Racial e Cidadania. O evento antecede o Dia da Consciência Negra, que será celebrado pela primeira vez nesta quarta-feira, 20 de novembro, após a sanção da Lei Federal 14.759/23, a qual torna feriado em todo o país.
O evento abre a programação da campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres” foi realizado no Auditório Dom Anuar Battisti (PUC – Toledo). Um dos objetivos é a capacitação e formação continuada de profissionais e servidores públicos municipais. O primeiro módulo da capacitação recebeu o tema de “Racismo contemporâneo”.
O módulo 2 terá “Equidade e Práticas Inclusivas – A cidade como espaço de acolhida e pertencimento” como tema e está marcada para o dia 26 de novembro, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h, no Anfiteatro Moacir Galante, no Colégio Estadual Presidente Castelo Branco (Premen). Já o módulo 3 (Letramento Racial e Administração Pública Racializada) ocorrerá no dia 3 de dezembro, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30, no Anfiteatro do Centro de Eventos Ismael Sperafico.
A secretária de Desenvolvimento Humano, Rosiany Favareto, disse que é a primeira vez que este seminário leva esse nome (Equidade Racial e Cidadania). “O importante é iniciar essa discussão, é uma temática que precisamos abordar, temos primeiro que mostrar para as pessoas que o preconceito e o racismo existe e está enraizado em nossa cultura. Trazer o tema para debate já é um grande passo e um desafio, principalmente quando a maioria dos participantes são pessoas não pretas”, avaliou.
O promotor de justiça, José Roberto, apresentou alguns números de processos criminais de racismo. No Paraná, haviam 63 processos em 2021; 120 em 2022; já em 2023 quase dobrou novamente, indo para 228; e até o início desta semana somavam 214 processos. Trazendo para a realidade de Toledo: 2021 (1), 2022 (2), 2023 (6) e 2024 (5). Se levar em consideração friamente, os números refletem menos de 0,01% dos processos criminais.
Racismo contemporâneo – o objetivo deste módulo é lembrar que o racismo é uma forma de discriminação e preconceito que se baseia em características étnicas, como tom de pele e traços físicos. É uma ideia que parte do pressuposto de que existem raças superiores e inferiores e que leva a desvantagens para determinado grupo racial.
O racismos pode se manifestar de diversas formas, como: preconceito, discriminação racial, piadas, expressões racistas, eufemismos para se referir a negros ou pretos, pela desconfiança da índole de alguém por sua cor de pele, entre tantos outros modos.
Para debater essas temáticas, participaram como convidados o artista grafiteiro e coordenador da Central Única das Favelas (Cufa) de Toledo, Isaac Souza de Jesus; o promotor de justiça José Roberto Moreira; e a psicóloga Thais Rodrigues dos Santos.
Entre as autoridades presentes, também estavam os representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Toledo, Valter Freitas e Maria Cecília Ferreira. “Muitos desses desafios são constantes e às vezes a gente normaliza isso. Não falar disso não fará o racismo desaparecer. Temos que ser sensíveis a essas questões e pensar em políticas públicas inclusivas”, declarou Valter durante a abertura do seminário.
Para a abertura das atividade do dia, bailarinos da Baillare Escola de Dança subiram ao palco para representar a violência contra a mulher dentro de um relacionamento a dois. Na coreografia, retrataram as três fases do ciclo da violência, aumento da tensão, ato de violência e arrependimento.
Fonte: Decom/Pref. de Toledo