Por Marcos Antonio Santos
A prefeitura de Toledo apresentou nessa quarta-feira, 28, no auditório Acary de Oliveira ações e a campanha ‘Esmola não dá dignidade! ’, que visa evitar aumento da população de rua no município. Durante o evento, que teve a participação de entidades da sociedade organizada, representantes de forças de segurança e lideranças políticas e religiosas, e a secretária Municipal de Assistência Social, Solange Silva dos Santos Fidelis, apresentou dados da assistência social em Toledo.
Em 2023, 1.112 pessoas passaram pelo Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), o que resultou em 4.225 atendimentos, sendo oferecidos 235 kits de higiene, 4.203 vales refeição para acesso aos restaurantes populares, 236 entregas de cobertores, 437 passagens rodoviárias, 3 auxílios funeral, 100 regularizações de documentação civil, 27 acessos ao Toledo é + Mobilidade e 342 encaminhamentos para a Casa de Passagem.
Segundo Solange, o tema moradores de rua é muito complexo. “A vivência de rua cria um outro estilo de olhar o mundo e não é simples de mudar e voltar a vivência anterior. Cada um tem uma história; aqueles que passaram por desilusões, desafetos, violência dentro da família, muitos adoecidos, depressão e outros aspectos de transtornos mentais. Caso à caso temos que identificar a realidade de cada um. Penso que um dos principais desafios é o aspecto do emocional e da dependência, são dois fatores determinantes no processo da saída das ruas. Já temos resultados positivos do nosso trabalho, tanto da equipe de abordagem, tanto da equipe da Casa de Passagem juntamente com a equipe da saúde e da segurança. Estamos tendo resultados de pessoas que estavam há cerca de 15 anos em situação de rua que hoje não estão mais. Isso demonstra que o trabalho vem dando resultado, mas é caso à caso e cada um tem a sua história”, ressalta a secretária.
CASA DE PASSAGEM – O Serviço de Acolhimento Institucional Casa de Passagem tem como objetivo desenvolver as condições para a independência, promovendo o acesso à rede de qualificação e requalificação profissional com vistas à inclusão produtiva. Além disso, contribui para a prevenção do agravamento de situações violência, com o restabelecimento de vínculos familiares e sociais, possibilita a convivência comunitária e o acesso à rede de serviços e benefícios das políticas públicas setoriais.
ESMOLA NÃO DÁ DIGNIDADE! – “A campanha é focada na população em situação rua e também terá impacto nos semáforos, que são locais que alguns utilizam como ponto para arrecadar recursos. Se desestimularmos essa ajuda nos semáforos também irá impactar no trabalho infantil, temos crianças e adolescentes vendendo produtos nesses locais. O nosso objetivo é refletir com a sociedade e de mostrar o que desenvolvemos enquanto poder público e trazer essa reflexão a sociedade e impactar os pontos mais delicados. E que cada um construa a sua perspectiva de como ajudar”, afirma Solange Fidelis.
COLABORAÇÃO – Em Toledo muitas pessoas, a igreja católica e grupos a exemplo dos Anjos da Noite participam de ações solidárias e colaboram para amenizar a fome e sede das pessoas em situação e rua. Solange disse que toda contribuição é bem-vinda. “Não desaprovamos nenhuma ação organizada pela sociedade em relação ao atendimento, seja aos moradores de rua, ou outros públicos, o que a gente precisa enfrentar é esse individual da ajuda, principalmente do dinheiro, que acaba estimulando outras práticas. Inclusive vamos trabalhar no sentido de identificar todas as ações organizadas da sociedade para criamos essa cadeia, esse olhar do todo das contribuições que vem sendo realizadas voltada a esse atendimento, e que demonstra empatia e humanidade. É importante que os moradores de rua se sintam acolhidos e que consigamos plantar a semente da superação e da perspectiva de dignidade e cidadania”, enfatiza Solange Fidelis.
Durante o lançamento da campanha ‘Esmola não dá dignidade! ’, foi aberta uma votação onde os presentes, todos representantes de entidades, se comprometeram a aderir e orientar sobre a campanha para não doação de dinheiro ou outras ajudas. Participaram igrejas e entidades religiosas, família rotária, Clube Lions, lojas maçônicas, Associação Comercial e Empresarial de Toledo (ACIT), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/Toledo), Promotoria de Justiça, Câmara de Vereadores, Conselho Municipal de Saúde e demais agremiações.
