Foto: Centro de Atenção Psicossocial “Lugar Possível” Dr Jorge Nisiide (CAPS-II), primeiro serviço especializado em saúde mental implantado no município. arquivo/Decom/Pref. de Toledo

Por Marcos Antonio Santos

O Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado em 10 de outubro, é uma data dedicada a aumentar a conscientização sobre a importância do bem-estar mental em todo o mundo. Neste dia, organizações, profissionais de saúde e comunidades se unem para promover a compreensão dos desafios enfrentados por aqueles que lidam com transtornos mentais e reforçar a necessidade de cuidados de saúde mental acessíveis a todos.

Em 2024, o tema continua a focar na importância de criar ambientes saudáveis, tanto no trabalho quanto na vida pessoal, que apoiem o equilíbrio emocional. A saúde mental é essencial para o bem-estar geral e precisa ser tratada com o mesmo cuidado e atenção que a saúde física.

REFLEXÃO – Nesse dia, a reflexão sobre a redução do estigma e o fortalecimento das redes de apoio é crucial. A prevenção, o apoio mútuo e o tratamento adequado são pilares fundamentais para garantir uma vida plena e equilibrada para todos.

Segundo a diretora de Saúde Mental da Secretaria de Saúde de Toledo, Leila Machado, essa data vem, a nível mundial, trazer essa reflexão em relação às demandas de saúde mental e às possibilidades de cuidado. “No município de Toledo, temos as demandas de pessoas com sofrimento mental ou mesmo com algum transtorno mental. Essa condição traz prejuízos para a vida da pessoa, dificultando a interação com os outros, com o trabalho, com a vida e com o mundo. Durante muito tempo, posso dizer, a sociedade viveu um grande tabu em relação às necessidades de saúde mental, pois elas não são visíveis, muitas vezes, através de um equipamento, de um raio X ou de um exame de imagem. Elas se manifestam no comportamento da pessoa, nas alterações de comportamento e nas emoções. Durante um tempo, esse tema foi um tabu e, por vezes, considerado uma frescura ou uma fraqueza. Vejo que, nos últimos tempos, a sociedade tem avançado em relação a superar essa visão e a realmente olhar para a saúde mental como um direito do cidadão, que também faz parte das políticas públicas de saúde. Através do Sistema Único de Saúde (SUS), a Secretaria de Saúde organizou na rede de atenção à saúde mental diversos pontos de atendimento, dependendo do tipo e grau de sofrimento que a pessoa apresenta. Essa rede está estruturada no que chamamos de escalonamento do cuidado, que varia conforme o tipo de demanda, os sintomas e a gravidade da situação, definindo o ponto no qual a pessoa será acompanhada e atendida”, afirma.

PORTA DE ENTRADA – Leila Machado relata qual é a porta de entrada da rede de atenção psicossocial. “É a Unidade Básica de Saúde. Se você apresenta ou conhece alguém que tem alguma necessidade em relação à saúde mental, algum sofrimento ou transtorno, procure a UBS mais próxima da sua casa. Através deste serviço, será feita a primeira avaliação e uma estratificação do risco em saúde mental, identificando sinais e sintomas e definindo o acompanhamento necessário. Aqueles que estão com baixo risco, que apresentam sintomas iniciais, podem receber manejos iniciais na própria unidade básica. Já quem apresenta risco moderado, com situações mais graves, pode ser encaminhado para o Ambulatório de Saúde Mental do município”.

CAPS – Ela esclarece que há também os casos mais graves, que são encaminhados para os serviços dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). “Temos um CAPS Infantil no município, um CAPS para transtornos mentais de adultos e um CAPS para adultos com problemas relacionados ao uso de álcool e drogas. Além disso, se você conhece alguém ou se está vivenciando alguma situação de crise, surto, abstinência ou intoxicação por uso de substâncias, ou ainda planejamento suicida ou uma tentativa de suicídio, é importante procurar serviços de urgência e emergência, como o PAM/Mini Hospital, que é o pronto atendimento do município, e a UPA, que são pontos de referência para você buscar ajuda. Toda essa rede se articula para organizar o melhor ponto para a continuidade do acompanhamento. Além disso, é sempre importante cuidar da saúde mental, da alimentação, do sono e das atividades que promovem seu bem-estar. Sempre que necessário, procure ajuda, pois existem serviços disponíveis para a população”, ressalta Leila Machado.