Por Marcos Antonio Santos
“Reabrir o Mini-Hospital em 100 dias; ninguém acreditava, muitos ficaram surpresos. Diziam que nunca iríamos reinaugurar em tão pouco tempo. Eu conhecia de perto o Mini, participei em 1990 da inauguração, quando era vereador e o prefeito era Luiz Alberto de Araújo. Foram 24 anos funcionando direto”, afirma o ex-prefeito do município de Toledo, Lucio de Marchi, o grande responsável pela reabertura do Mini-Hospital, ou Pronto Atendimento Municipal (PAM) dr. Jorge Nunes, da Vila Pioneira, que completa sete anos nessa quarta-feira, 10.
Para a reabertura do Mini foram investidos cerca de R$ 1 milhão, em valores da época, em reforma do prédio, reurbanização e aquisição de equipamentos, o que foi integralmente aprovado pela população.
A reinauguração aconteceu em abril de 2017, devido ao compromisso da gestão com a população: principalmente da região da Vila Pioneiro onde habitam mais de 50 mil pessoas e com todo o município.
“O que me levou com segurança a fazer essa promessa foi uma equipe técnica liderada pelo Rodrigo Salles, que verificou o que era necessário para reformar o Mini. Ele me disse que a Emdur, se ganhássemos as eleições, faria as obras em 90 dias. Com os projetos prontos, trabalhamos antes de assumir a prefeitura. Logo no começo de 2017 conseguimos dispensar para a Emdur a fazer todos os reparos necessários. Foi uma força-tarefa que deu certo e viabilizou a reabertura do Mini em 100 dias”, conta Lucio.
Para ele, um dos momentos mais complicados ao longo desses 34 anos do Mini foi a pandemia da Covid-19. “No tempo da pandemia, o Mini passou a ser exclusivo para atendimento da covid e muitas vidas foram salvas. Quando teve início, o coronavírus trouxe muita preocupação as gestões públicas de todo o mundo. Foram implantados regras e protocolos da Organização Mundial da Saúde (OMS), e o Mini foi muito importante para salvar vidas”.
MARCO – A volta do atendimento do Mini representou verdadeiro marco na evolução e estruturação do serviço de saúde pública de Toledo. A unidade havia sido fechada em 2014. “Diziam que o Mini deveria ser demolido devido as bactérias existentes, mas era uma grande mentira, e a prova está aí. Falavam em todo o município que o Mini-Hospital tinha que ser interditado por conta das bactérias. Quando fechou o Mini não foi somente um dano para a saúde pública, foi um grande prejuízo para o comércio da Grande Pioneiro, que teve uma queda, porque as pessoas deixaram de circular na região. Foi um grande marco na minha administração”, ressalta.

O ex-prefeito enaltece que além da reabertura do Mini, a região ganhou novas estruturas de saúde pública. “Foi instalado um heliporto, onde os helicópteros quando necessário faz o transporte de pacientes que necessitam de tratamento especializado em outras cidades; conseguimos construir a Central de Especialidade, que depois mudou de local; foi montada junto ao Mini um Centro Municipal de Fisioterapia e Reabilitação, com recursos financeiros do Ministério do Trabalho (Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), para atender a APLER (Associação dos Portadores de Lesão por Esforço Repetitivo); próximo a unidade, em 2009 conseguimos construir uma piscina pública, que faz parte dessa recuperação com pessoas com problemas de LER (Lesão por esforço repetitivo). Além da reabertura do Mini conseguimos ainda esses equipamentos complementares, e também abrimos uma farmácia comunitária que leva o nome da Neusa Barbosa”, recorda Lucio de Marchi.
NÚMEROS DE ATENDIMENTOS – Levantamento dos serviços prestados 24 horas por dia nos primeiros seis meses do Mini-Hospital apontaram 21.826 atendimentos, dos quais 28 emergências, 511 casos considerados muito urgentes, 3.055 urgentes, 15.356 pouco urgentes e 2.876 normais.
Um ano após a reabertura já haviam sido mais de 41 mil atendimentos entre adultos/crianças, pois somente a Vila Pioneiro e bairros próximos possuíam mais de 50 mil habitantes. Para prestar esse atendimento eram 100 profissionais, entre médicos, técnicos, enfermeiros, entre outras funções, dividindo espaço dos mais de 25 leitos e consultórios.
ESTRUTURA – O Mini-Hospital presta atendimentos de Urgência e Emergência para pacientes com idade a partir de 13 anos. Dependendo do tipo e gravidade de cada caso, o paciente pode ser encaminhado para um hospital. A unidade compõe de equipes de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, radiologia e administrativos disponíveis 24 horas por dia para atendimento. Possui também médico Ortopedista e Assistente Social.
A estrutura física conta com consultórios médicos, sala de emergência com leitos e equipamento para atendimento de urgência e emergência, mais de 20 leitos para pacientes ficarem em observação por 24 ou até 48 horas, serviço de Radiologia, serviço de pequenos procedimentos cirúrgicos, Farmácia Hospitalar 24h, Sala de injetáveis, Sala de nebulização.