Nem mesmo os grandes esforços do município para tentar amenizar o problema chamado PSR em Toledo foram suficientes para dispersar ou, ao menos, criar barreiras que dificultassem a proliferação desse grave cenário em nossa cidade.
Hoje, não se trata mais de um local isolado. Os PSRs já se fixaram de forma predominante em bosques, praças e imóveis públicos, marcando território de maneira evidente e pelos já, lamentáveis fatos de violências, estupros e mortes.
Nesta semana, estive por apenas cinco minutos no terminal rodoviário, tempo suficiente para testemunhar uma cena real. Um cidadão doou R$ 10,00 a um PSR que estava sentado na entrada de uma passarela de ferro que dá acesso ao piso superior. Logo em seguida, um segundo indivíduo, que parecia estar à espera da doação, aproximou-se, deixou cair uma pedra no chão (uma área previamente marcada) e recolheu o valor recém-entregue ao PSR. Toda a ação aconteceu em menos de dois minutos.
Dois dias depois, retornei ao terminal para observar o modus operandi desse esquema. Com tranquilidade, presenciei a movimentação dos mesmos fornecedores, mochilas nas costas, e motoboys levando e trazendo os chamados “vendedores” – pessoas em situação de rua que atuam na distribuição de drogas, geralmente para pagar suas dívidas. Uma dessas cenas envolveu uma jovem já com capacete na cabeça, sentada em uma moto-boy. Ela foi retirada por um dos fornecedores que tomou seu lugar da moto e ambos desceram a Avenida Barão, seguindo pela Avenida Maripá até a Vila Sapo.
Em poucos minutos, testemunhei a venda livre de drogas em plena luz do dia, em um ponto movimentado da cidade. A pergunta que fica é: quantos quilos de drogas, especialmente pedras de crack, são comercializados diariamente em Toledo?
E mais: onde estão as forças de segurança da nossa cidade?
Essa questão não é apenas responsabilidade da Guarda Municipal, mas também da Polícia Militar, Polícia Civil e Ministério Público. É necessário unir esforços com o Conselho de Segurança de Toledo (CONSEG) para combater um problema que já é amplamente conhecido: Toledo tem sua própria “Cracolândia”.
É urgente uma ação coordenada, integrada e eficiente para enfrentar essa grave ameaça à segurança pública e ao bem-estar da população.
Presidente do Sistema Fiep em Toledo para inaugurar oficina do Senai
Nesta quinta-feira (21), às 14h, será inaugurada a nova oficina do Senai de Toledo, dedicada à formação de profissionais para o setor automotivo. A cerimônia contará com a presença do presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos, além de importantes lideranças do setor industrial. O espaço recebeu um investimento de R$ 100 mil, utilizado para reformas e aquisição de novos equipamentos, com o objetivo de atender às demandas de formação em mecânica básica leve.
Capacitação ampliada para o setor automotivo
Com uma média de 210 alunos formados anualmente, a nova oficina está preparada para aumentar essa capacidade, oferecendo cursos com infraestrutura moderna e maior qualidade. A revitalização do espaço foi resultado de uma parceria com o Sindicato das Empresas de Reparação de Veículos e Acessórios de Toledo (Sindirepa Toledo), que representa o setor na cidade e região.
Conselho Municipal de Saúde discutirá temas importantes em reunião ordinária
O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Jairo Zschonark, convoca todos os membros para a próxima reunião ordinária, que será realizada no dia 26 de novembro, às 18h15, no Auditório do Conselho Municipal de Saúde, localizado na Rua Santo Campagnolo, 1216.
Na pauta da reunião, serão discutidos e deliberados os seguintes temas:
- Programa de Residência Médica na Secretaria Municipal de Saúde;
- Plano de Contingência para Enfrentamento das Arboviroses 2024-2025;
- Deliberação das atas nº 462, 464, 465, 05 e 06 de 2024;
- Palestra: Direitos e deveres dos conselheiros de saúde e princípios fundamentais do SUS.
A presença de todos os conselheiros é essencial para garantir discussões qualificadas e decisões relevantes para o sistema de saúde do município.
Entrevistas de sábado 23
Odir Zoia:
Com uma aprovação expressiva de quase 50% dos eleitores das localidades de Vila Nova, Dois Marcos e Vila Florida, vai falar sobre a conquista de 1.448 votos e compartilhar suas propostas e ações como vereador.
Neuroci Antonio Frizzo:
Após deixar a atual gestão com críticas sobre a falta de atenção e respeito às vozes que realmente importam, Neuroci Antonio Frizzo retorna a Prefeitura como vitorioso e com novos propósitos agora como assessor especial do prefeito Mario Costenaro.
4800 multas
Está no diário oficial de Toledo. Mais 4.800 – Quatro mil e oitocentas multas e notificações a queles que são de Toldo, ou, apenas passam por aqui.
Toledo e sua “Cracolândia”: o silêncio das autoridades diante do caos
Era uma tarde ensolarada quando, mais uma vez, o terminal rodoviário de Toledo mostrou uma face sombria que muitos preferem ignorar. Enquanto a cidade segue sua rotina, entre passos apressados e olhares desatentos, cenas de degradação social acontecem em plena luz do dia, tão comuns que se tornam invisíveis para quem não quer enxergar.
Os PSRs – pessoas em situação de rua – que antes eram vistos como casos sociais, agora protagonizam uma realidade que transita entre o drama e a tragédia. Bosques, praças, e até imóveis públicos se transformaram em territórios marcados pela violência, pelo tráfico e pela indiferença. E nessa dança macabra, os atores principais são cada vez mais jovens, cada vez mais perdidos.
No terminal, o palco das cenas que testemunhei, o roteiro parece ensaiado: doação feita, pedra deixada cair, dinheiro recolhido. Um ciclo que se repete com a precisão de quem conhece bem o terreno. A agilidade dos movimentos contrasta com a lentidão das respostas. O que acontece ali – e em tantos outros cantos da cidade – é tão óbvio que chega a ser gritante: um comércio livre, descarado, de destruição humana.
E onde estão as forças de segurança? Onde estão as ações coordenadas, os projetos de resgate social, as medidas concretas para devolver dignidade a essas pessoas e segurança à população?
Toledo, que ostenta títulos de liderança em tantas áreas, hoje carrega também o peso de ser palco de uma “Cracolândia” em formação. Uma ferida aberta, negligenciada, que cresce à medida que o silêncio das autoridades ecoa mais alto do que as sirenes da Guarda Municipal, da Polícia Militar ou de qualquer outro órgão que deveria estar presente.
O problema não se resolverá apenas com força policial. É preciso que todos os setores se unam – desde o CONSEG até o Ministério Público – para enfrentar essa crise de frente. A sociedade também precisa questionar: até que ponto nossa complacência alimenta esse ciclo?
A falta de ação não é apenas um reflexo da incapacidade; é um retrato de prioridades distorcidas. Toledo, com sua “Cracolândia” em formação, grita por atenção, por humanidade e por coragem. O tempo de agir já passou – estamos atrasados. Cada dia de inércia é um dia a mais de tragédia anunciada.
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