Foto: Giuliano Gomes/ PR Press

Da Redação

Professores, servidores e alunos da rede estadual do Paraná forçaram a entrada e invadiram a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em Curitiba, na tarde desta segunda-feira, 3, durante uma mobilização contrária ao projeto de lei que propõe a terceirização da gestão administrativa de 200 colégios públicos.

Em Toledo, os Colégios Ayrton Senna e Jardim Europa podem ser privatizados se o projeto for aprovado. Outras escolas que fazem parte do NRE estão localizadas em: Diamante D’ Oeste, Guaíra, Mercedes, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Pato Bragado, São Pedro do Iguaçu e Santa Helena.  O projeto está em tramitação na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), e foi apresentado para análise. Com a privatização, se bem-sucedida, o governo destinará R$ 800,00/mês por aluno matriculado.

No início da manhã, os servidores se concentraram na Praça Santos Andrade, no Centro, e depois caminharam até a Alep, onde o projeto seria avaliado em plenário pelos deputados estaduais. A tramitação ocorre em regime de urgência.

Depois da invasão, o presidente da Alep, deputado Ademar Traiano (PSD), suspendeu temporariamente a sessão, enquanto os manifestantes gritavam palavras de ordem e o chamavam de ladrão.

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) disse que as aulas estão em andamento em mais de 87% da rede estadual.

Um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Educação na manhã desta segunda-feira revela que 87% das mais de 2 mil escolas da rede estadual estão funcionando normalmente, sem adesão de professores à greve convocada pelo sindicato da categoria. Além disso, todas as escolas, 100% da rede, estão com alguma aula em andamento após um trabalho preventivo de uso de tecnologia e substituição de professores.

A greve por causa do programa Parceiro da Escola foi suspensa pelo Tribunal de Justiça durante o feriado de Corpus Christi e a decisão prevê multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

Foto: Giuliano Gomes/ PR Press

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) avalia que o projeto vai privatizar os colégios e interferir na gestão pedagógica, já que as empresas privadas trabalham por metas.

O Governo do Paraná nega, afirma que as mudanças só dizem respeito a parte administrativa e de infraestrutura, e diz que a gestão pedagógica será responsabilidade do diretor da rede estadual.

No sábado, 1, a Justiça julgou um pedido do Governo do Paraná e suspendeu a greve por entender que ela é ilegal. A multa em caso de descumprimento foi estipulada em R$ 10 mil.

A APP-Sindicato disse que não foi intimada e, mesmo com a decisão, afirmou que a greve está mantida.

Para o sindicato, a decisão é resultado de “uma prática antisindical do governo, que não respondeu nenhuma das nossas tentativas de diálogo”.