Dra. Evelyn Prete. Foto: Divulgação

Dra. Evelyn Prete, ginecologista e obstetra, fala sobre a importância das grávidas se vacinarem contra a gripe, especialmente no momento atual de pandemia, e tira dúvidas a respeito da vacinação contra a Covid-19

A vacinação contra a gripe (influenza) já começou aqui no Brasil, no dia 12 de abril, e as gestantes estão no grupo prioritário para receber a dose da vacina. É recomendável que as grávidas procurem, o quanto antes, um posto de saúde para se vacinar, já que, além da gripe ser uma doença potencialmente grave, com riscos de morte e quadros graves respiratórios, no momento atual de pandemia, todo sintoma gripal é levantado como suspeita do novo coronavírus, o que pode deixar a gestante ansiosa e lhe trazer outras complicações para a gravidez. Apesar de muitas pessoas saberem a importância da vacinação, existe uma dualidade que persiste nesse momento de pandemia: o medo de sair de casa para ir até os postos receber a dose da vacina da gripe e, com isso, acabar contraindo o vírus da Covid-19. 

“Esse é um problema que está acontecendo em todos os aspectos dentro da área da saúde. As pessoas não querem mais fazer exames preventivos, ficam postergando a ida ao pronto socorro e aos postos de emergência. Às vezes, ignoram sintomas potencialmente graves de outras doenças, como, por exemplo, uma apendicite, ou uma dor no peito, entre outros, por medo de se contaminarem com o coronavírus”, explica a Dra. Evelyn Prete, ginecologista e obstetra. “É importante que as pessoas tenham a consciência de que a ida ao pronto socorro e a serviços de saúde tem que ser evitada o máximo possível, mas não a ponto de prejudicar a sua saúde. Os exames preventivos devem continuar acontecendo, assim como a vacinação em grávidas durante a gestação ou mesmo nas crianças”, aconselha.

É indispensável que a gestante tome todos os cuidados quando for até o posto de saúde receber a vacina contra a influenza. Ela não deve levar muitas pessoas consigo, apenas um acompanhante, de preferência jovem, saudável e sem comorbidades, e sempre seguir os protocolos de segurança contra a Covid-19, fazendo o uso de máscaras protetoras e álcool em gel. “A grávida deve diminuir, ao máximo, o tempo que vai permanecer na unidade de saúde. Para isso, ela pode ligar na unidade, avisar o horário que irá até lá para se vacinar e procurar horários que são menos cheios – se é melhor ir no fim da tarde ou no começo do dia – , a fim de ter o menor contato possível com outras pessoas”, completa a ginecologista. 

A imunização contra a gripe em grávidas pode ser feita em qualquer fase da gestação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a segurança da vacina da gripe vem sendo observada há 60 anos e recomenda que grávidas tomem a vacina todo ano, para se manterem protegidas. “Ela é produzida a partir de partículas inativadas do vírus e é muito segura para a gestação, não havendo nenhum efeito colateral grave para a mãe e nem para o bebê. Ela deve ser tomada todos os anos, não só pelas gestantes, mas por todos os indivíduos. Vale ressaltar que em crianças, a imunização deve ser feita apenas após os seis meses de idade”, explica a médica. 

Em relação à vacinação contra a Covid-19, outro assunto que preocupa as gestantes, o Ministério da Saúde publicou uma orientação recomendando que as grávidas que tenham alguma comorbidade se dirijam até o posto de saúde para tomar a vacina. Já para as gestantes sem doenças preexistentes, deve ser feita uma avaliação de risco e benefícios e levar uma declaração médica autorizando a vacinação. “Vale ainda ressaltar que as grávidas podem ser vacinadas em qualquer fase da gestação, desde que pertençam a um dos grupos prioritários, e que as puérperas – mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias – e lactantes podem tomar a vacina. Além disso, as grávidas vacinadas devem manter os cuidados, mesmo após a aplicação das duas doses da vacina, de esperar o período necessário para o corpo criar a defesa contra o vírus”, finaliza Evelyn.

É recomendável também que as gestantes considerem não só as recomendações do Ministério da Saúde, mas também as da Secretaria de Saúde do estado onde residem, pois podem haver alterações em relação à vacinação em cada estado. 

Sobre Evelyn Prete

Evelyn é formada em Medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, com residência em Ginecologia e Obstetrícia pela Maternidade Jesus, José e Maria de Guarulhos, uma das maiores em volume de partos do estado de São Paulo. Passou por estágios nos hospitais Pérola Byngton e Unifesp. No momento está se especializando em Medicina Fetal pela Unidade de Medicina Fetal da Conceptus.

Fonte: Assessoria