Segundo ele, Brasil será o 9º país mais envelhecido do mundo em 2100
O economista Paulo Tafner, um dos maiores especialistas em Previdência do País, participou do Painel Entendendo a Previdência, organizado pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) junto com o gabinete do deputado estadual Homero Marchese. Ele disse que em 1950 o Brasil era o 26° país mais jovem do dentre os 100 mais populosos do mundo. Em 2100 seremos o 9° país mais envelhecido. “Não podemos mais esperar, precisamos da reforma”, comentou.
Além disso, afirmou que nem mesmo R$ 1 trilhão de economia será suficiente para criar um regime de capitalização clássico – no qual apenas o trabalhador poupa para a própria aposentadoria.
“Se a proposta de mudança nas regras de aposentadorias trouxer economia inferior a R$ 850 bilhões em dez anos, o Brasil terá de voltar a discutir uma nova reforma em prazo entre um e dois governos”, afirmou. “E uma que seja mais dura”.
Ainda segundo ele, a situação dos estados é dramática. Tanto que há atrasos em aposentadorias, pensões e salários no Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte. “Outros vão se juntar a eles ainda este ano, como Maranhão e Piauí”, disse.
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Para manter a economia a partir da reforma, Tafner disse que a fixação da idade mínima é crucial, assim como o período de transição, que é curto, e o combate frontal ao privilégio, basicamente concentrado no setor público. De acordo com ele, se isso for modificado, obviamente começamos a descaracterizar a reforma.
Para o presidente da Faciap, Marco Tadeu Barbosa, há muitos investimentos parados no Brasil por conta da espera dessa reforma. “A gente não pode brincar com isso, temos pouco tempo para corrigir a rota e fazer com que o país volte a crescer”, disse ele.
Sobre Paulo Tafner
O economista Paulo Tafner fez a elaboração técnica da ampla proposta de reforma da Previdência entregue no fim de 2018 ao governo recém-eleito. O projeto previa, entre outros pontos, a unificação de todo o sistema atual de aposentadoria (INSS, servidores públicos etc.) e a criação de uma idade mínima de 65 anos, tanto para homens quanto para mulheres. As mudanças resultariam em uma economia de 1,3 trilhão de reais em 10 anos.
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Doutor em ciência política e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Tafner é autor de estudos e livros sobre o tema.
Gabriela Brandalise
Assessoria de imprensa Faciap