Em 2021, estive presente na Unioeste de Cascavel para participar da última audiência pública sobre a tão esperada ‘Ferroeste’. Na ocasião, o então Secretário do Planejamento de Toledo, Neuroci Antonio Frizzo, e o então Presidente da Câmara de Toledo, Leoclides Roso Bisognin, estiveram presentes. Durante a entrevista ao vivo, discutimos temas como ‘licenças ambientais’ e ‘modais secos’.
No projeto apresentado, Toledo não estava contemplado com seu ‘porto seco’, mas ficou decidido que os municípios interessados nesse importante modal deveriam elaborar seus projetos e buscar parcerias empresariais para viabilizar a iniciativa.
Mesmo que nesse encontro do dia 30 tenha sido apresentada uma atualização do projeto e as perspectivas do Terminal de Toledo, previsto para ser construído, surpreende-me que apenas em 2024, três anos depois, Toledo tenha provocado essa reunião. Para minha maior decepção, não observei a presença das maiores empresas interessadas, como BRF, PRATI-DONADUZZI, BIOPARK, FRIMESA, LAR, COOPAGRIL, C.VALE e COPACOL.
Além disso, não vi a participação das entidades que representam nosso desenvolvimento econômico no Oeste, como o POD, ACAMOP, além de perceber a presença limitada de assessores de deputados do estado.
Para a Capital Paranaense do Agronegócio, a ausência dos principais atores nessa discussão levanta preocupações e faz-me questionar a credibilidade de nossos gestores e das entidades locais diretamente envolvidas.
Citações necessárias
Em Toledo, no Paraná, um membro do Ministério Público tem o hábito de citar frases de pensadores, e uma delas chamou minha atenção, especialmente agora, em um ano eleitoral.
“Quem quiser governar deve analisar estas duas regras de Platão: uma, ter em vista apenas o bem público, sem se preocupar com sua situação pessoal; outra, estender suas preocupações da mesma forma a todo o Estado, não negligenciando uma parte para atender à outra.
Pois quem governa a República é um tutor que deve zelar pelo bem de seu pupilo e não o seu; aquele que protege apenas uma parte dos cidadãos, sem se preocupar com os outros, introduz no Estado o mais maléfico dos flagelos, a desavença e a revolta.” – Cícero. Cícero!
“Está realmente surreal”
É como se o poste estivesse mijando no cachorro; a justiça sendo injusta; esquerdistas querendo ser de direita, direitistas querendo ser de esquerda. Há um verdadeiro embuste que cega e bloqueia a inteligência humana. E para fechar com chave de ouro, a última pérola que chegou até mim, via ‘urubus-cívicos’: estão designando técnicos em enfermagem para realizar cirurgias. Isso é praticamente pedir para ser enterrado politicamente. Uns verdadeiros energúmenos acreditam que servidores técnicos entenderão de política. Pelo amor de Deus!
Mulheres saindo da “toca”
É um verbo transitivo que poderia estar mais presente nas atividades femininas em Toledo, começando pelo maior envolvimento na política. Parece que nas próximas eleições teremos uma grande quantidade de pré-candidatas a vereadoras, desmistificando o silêncio e deixando os presidentes dos partidos mais tranquilos para cumprirem a obrigação dos 20% de vagas femininas. Hoje, citarei apenas algumas delas, e em breve teremos a lista completa.
Nelsi Welter – Pré-candidata a prefeita
Além dos cargos na vereança, neste ano teremos Nelsi Welter, do PT, como pré-candidata, conforme anunciado pelo presidente do partido, Edson Simionato, em setembro de 2023, no programa Gente & Poder. Nelci concederá uma entrevista ao vivo a este colunista no próximo sábado, dia 03 de fevereiro, às 8h.
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Marlene Silva – Secretária-geral do SerToledo
Tenho acompanhado os trabalhos da servidora pública Marlene Silva, atual secretária-geral do maior sindicato de Toledo, que agrega mais de 4 mil filiados entre ativos e não ativos. Ela vem se destacando como uma nova liderança, com seu nome aparecendo em todas as pesquisas de ‘consumo interno’ como uma excelente opção para o legislativo de Toledo.
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Qual caminho ela vai seguir?
Este ano teremos duas grandes movimentações eleitorais em Toledo, uma em 06 de outubro, para vereadores e prefeito, e outra para a escolha da nova direção do SerToledo. Não sabemos ainda qual delas Marlene Silva escolherá. Caso opte pelo 06 de outubro, ela se juntará a essa grande leva de mulheres na política toledana, e sairá vitoriosa, devido as grandes ações que favoreceram e valorizaram toda a classe dos servidores públicos de Toledo.
Dra Helena Nikel
Outro nome feminino em destaque é o da Dra Helena Nikel, que vem se despontando como uma grande opção para as próximas eleições. Atualmente ocupando um cargo na gestão municipal, seu carisma e alinhamento cristão poderão fortalecer ainda mais a presença feminina na política. Ela também se coloca como pré-candidata.
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Para onde vai?
Um dos meus “urubus” jurou, de garras cruzadas, que uma grande líder ligada a atual gestão, inclusive ao partido que elegeu o prefeito, nessa semana esteve visitando antigos “ninhos”, bem mais da esquerda que de “centro”. Aliás, a proposta feita a elevaria de nível político. Será que é o efeito daquela “péssima” troca de partido feita pelo atual gestor?
Caminhos da Ferroeste: “Reflexões sobre uma fria reunião”
Era uma tarde abafada em Toledo nesse dia 30 de janeiro, onde o calor do asfalto contrastava com a frieza de uma reunião que, apesar de esperada, parecia vazia de compromissos reais. Três anos haviam se passado desde a última vez que a cidade se reunira para discutir o tão sonhado projeto Ferroeste.
Em 2021, a esperança fervilhava na audiência pública realizada na Unioeste de Cascavel. Neuroci Antonio Frizzo, com seu então posto de secretário do Planejamento, e Leoclides Roso Bisognin, então presidente da Câmara, estiveram lá, como personagens de uma história que prometia revolucionar o cenário econômico local.
Naquela ocasião, as palavras ecoaram sobre licenças ambientais e modais secos, enquanto um projeto era apresentado, mas Toledo não encontrava seu espaço no mapa do “porto seco”. A solução, diziam, estava nas mãos dos municípios interessados, que precisavam arregaçar as mangas, elaborar projetos e buscar parcerias empresariais.
Saltamos para 2024, e o tempo parece ter escoado devagar. Uma nova reunião foi convocada, mas, para meu espanto, o brilho estava ausente. Na sala, não vimos os rostos das maiores empresas interessadas, aquelas que impulsionam a economia oestina e toledana. Onde estavam BRF, PRATI-DONADUZZI, BIOPARK, FRIMESA, LAR, C.VALE, COOPAGRIL e COPACOL? Suas cadeiras vazias ressoavam mais alto do que qualquer discurso.
O palco também parecia despido de entidades que deveriam ser as vozes do desenvolvimento econômico na região (o POD e a ACAMOP, silenciosos). A presença limitada de assessores de deputados do estado ecoava uma apatia desconcertante.
Em meio a esse encontro “vazio”, olho ao redor e vejo a cidade que se orgulha de ser a Capital Paranaense do Agronegócio. Onde estão os principais atores nessa trama? Essa ausência levanta preocupações que não podem ser ignoradas. A credibilidade de nossos gestores e entidades locais diretamente envolvidas parece, de alguma forma, comprometida.
O que aconteceu com o ímpeto inicial, com a promessa de transformação? Será que o sonho da Ferroeste está se perdendo nos trilhos enferrujados da burocracia e da falta de comprometimento?
Tendo muitas cadeiras vazias na reunião, a cidade espera, com ansiedade e apreensão, por respostas que ainda não chegaram.
Neste capítulo da saga Ferroeste, Toledo aguarda impaciente, enquanto o silêncio grita mais alto do que qualquer discurso vazio de uma reunião que deveria ter sido um marco para o desenvolvimento econômico e onde só se ouviu um repeteco do passado, atualizado por novos personagens.