Por Marcos Antonio Santos

Os moradores do Jardim Bressan, em Toledo, estão cansados de esperar por uma solução para o Colégio Estadual Esperança Favaretto Covatti, que está abandonado há mais de dois anos. A estrutura do colégio está comprometida com problemas no solo, que não oferece resistência, o que vem causando rachaduras nas paredes das salas de aula e nos muros.  Os alunos, aproximadamente 250, foram transferidos para o CEEBJA, centro da cidade, o que vem dificultando a vida dos estudantes, principalmente os que estudam a noite, porque o local é longe do bairro.   

Nessa segunda-feira, 19, mais uma vez os pais de alunos se reuniram em frente ao colégio para protestar e pedir uma reposta das autoridades estaduais e municipais. O representante do Jardim Bressan, Thiago Silva comenta que eles vêm conversando com o Núcleo Regional de Educação, o município e com a diretora do colégio. “Alguém não quer que seja construído uma nova escola. Na prefeitura está tudo certo, e foi acertado a doação do terreno para a construção do novo colégio. Esse terreno, que fica ao lado do antigo Esperança Covatti, seria trocado com o estado pela área da atual escola. Aconteceu que do nada abandonaram, desistiram”, diz Thiago. A doação do terreno, onde se localiza o Centro Comunitário foi feita pela Associação dos Moradores do Bressan.

“Não precisa ser muito inteligente para ter um projeto para reformar o atual colégio. Porque se constrói condomínios em áreas de banhado. Hoje, a melhor opção, é que precisamos que as crianças estudem com segurança, e não fiquem embaixo de chuva, esperando o ônibus. Sendo reformado ou construído outro colégio, para nós o que importa são os alunos. Os problemas estruturais da escola já vinham de anos e foi passando o tempo, até que chegou um ponto que a Defesa Civil condenou o prédio e pediu para fechar. Educação é prioridade.”, afirma Thiago Silva.  

Ivalnilde Maria Glinglani, que mora no Cesar Park, disse que o filho que está no 5º ano, em 2024 poderia estudar no Esperança Covatti. “Eu tenho esperança que ele estude aqui, não podemos deixar perder o colégio. Se nada for feito, ele terá que estudar em um colégio longe de casa. A gente fica triste com essa situação, porque os alunos poderiam estar estudando perto de casa, tranquilo, com o auxílio dos pais, que estariam ativos na vida escolar dos filhos, assim fica mais difícil. Esperamos que os políticos encontrem uma alternativa para resolver o problema do Esperança Covatti”, diz Ivanilde Glinglani.  

Além da estrutura comprometida do colégio, o lugar está cercado por mato, lixo e total abandono. Por ter uma segurança frágil, o prédio já foi vandalizado e vidros quebrados das janelas são boa parte. Moradora do Jardim Bressan desde 1981, Maria Ivone Scain Juchen, que tem residência em frente ao colégio disse que durante o dia fica de olho, mas a noite é difícil saber se alguém está depredando o colégio. “Agora está mais calmo, porque a polícia está vindo aqui, mas antes estava complicado, os vidros na parte dos fundos estão todos quedrados. De madrugada não tem como cuidar. As paredes da segunda parte que foram construídas estão todas rachadas, tentaram arrumar algumas vezes, mas não adiantou. Disseram que o problema era o solo. Os muros também estão caindo, está perigoso.  Meus filhos estudaram no Esperança Covatti, quando ainda era escola primária, e hoje estão todos adultos”.

NRE QUER CONSTRUIR COLÉGIO PARA 1000 ALUNOS – Segundo o chefe do Núcleo Regional de Educação do município de Toledo, professor José Carlos Guimarães, a região do Bressan está crescendo muito e a perspectiva é de construir um novo colégio no bairro para atender perto de 1000 alunos. “O nosso objetivo é construir uma escola nova e estamos em tratativas com a Secretaria de Estado da Educação (SEED) e com a prefeitura de Toledo na busca de um espaço para construir uma escola nova. A região do Bressan está crescendo muito, logo vamos precisar de uma escola maior que o Covatti. Estamos trabalhando para fazer um colégio para atender mais de 1000 alunos”, diz.

Ele comenta que o NRE está obtendo uma verba juntamente com a SEED e ao Fundepar para fazer a demolição da parte que está comprometida “fazendo essa demolição, vamos utilizar o espaço para que os alunos possam esperar o ônibus em dias de chuva e sol. Hoje, é impossível em função do risco de acidentes.  Estamos trabalhando, e muito em breve conseguiremos dar uma condição melhor de atendimento, é isso que a comunidade merece”, afirma José Carlos.

De acordo com o chefe do NRE, já tem uma verba empenhada para a demolição do prédio e a construção de um novo colégio. “Já temos valores orçado, somente estamos esperando os trâmites legais que precisam passar por todo os departamentos da SEED e do Fundepar, então estamos somente aguardando esses trâmites”, diz o professor José Carlos Guimarães.

Thiago Silva disse que depois de uma reunião há quase um ano, ficou tudo acertado entre município e o estado a troca do terreno, que pertence ao Centro Comunitário, mas segundo ele, nada mudou. “Atualizando mesmo, a gente não conseguiu absolutamente nada. Porque o que foi feito até hoje, é somente de boca”.