Por Marcos Antonio Santos
Evento artístico e cultural ocorrerá nos dias 21 e 22 de março, integrando tradições ucranianas e germânicas com experiências sensoriais e sustentáveis
Nesta semana, os organizadores da OsterToledo – “Luz que Renova” 2026 se reuniram com o prefeito Mario Costenato, na sala do Gabinete da Prefeitura. Estiveram presentes, entre outros convidados, a presidente da Cooperativa de Artesãos de Toledo (Cooarte), Marilene Lessa de Lima, e o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Thiago D’Arisbo.
O evento será realizado nos dias 21 e 22 de março, no Parque Ecológico Diva Paim Barth (Lago Municipal), e trará muitas novidades para o público.
OsterToledo 2026 – “Luz que Renova”
O projeto cenográfico e cultural transforma a Vila Páscoa em um percurso artístico, sensorial e comunitário. Concebido e desenvolvido por Ana Maria Pappini, o evento integra tradições ucranianas e germânicas com uma linguagem visual contemporânea, priorizando sustentabilidade e participação comunitária.
Tema e conceito
O tema “Luz que Renova” simboliza renovação, esperança e a atmosfera acolhedora da Páscoa. A luz será usada como elemento cenográfico e emocional, transformando a Vila Páscoa em um ambiente poético e harmonioso.
Local e organização
Toda a ambientação, circulação e cenografia estarão concentradas na Vila Páscoa, garantindo organização, segurança e integração com o lago. O projeto valoriza tradições culturais, estética ucraniana e germânica e oferece novos cenários fotográficos para visitantes e turistas.
Diretrizes e objetivos
Integração total com a Vila Páscoa e seus caminhos
Cores tradicionais da Páscoa em harmonia com a paisagem
Iluminação suave e acolhedora, com destaque para o lago
Elementos simbólicos como ovos, flores e esculturas temáticas
Promoção de sustentabilidade com uso de PET, restauração de elementos e iluminação eficiente
Experiência do público
Visitantes poderão aproveitar caminhos seguros, áreas fotográficas renovadas, novas esculturas temáticas e espaços acolhedores para famílias.
Cozinha social
A produção das casquinhas depende do apoio da Cozinha Social da Prefeitura, responsável pelo preparo de lanches para o evento. Sem esse suporte, a confecção das casquinhas não será possível.
Árvore Osterbaum – símbolo do evento
A Árvore Osterbaum será uma árvore natural seca, revestida com crochê artesanal, representando tradição, sensibilidade e estética manual da Osterfest.
Altura estimada: 8 m
Elementos decorativos: 120 a 200 ovos decorados
Instalação: diretamente no solo, com berço escavado e compactação
Manutenção: revisão semanal e ajustes no crochê conforme umidade e vento
Paleta oficial: Vermelho cereja, azul profundo, amarelo ovo, verde oliva claro e branco
O conceito artístico da Osterbaum simboliza renascimento, memória ancestral e força da natureza, integrando tradições ucranianas e germânicas à temática “Luz que Renova”.

Projeto
O projeto da OsterToledo 2026 tem a direção artística, concepção e desenvolvimento de Ana Maria Pappini. A Gazeta de Toledo conversou com a artista sobre o evento e suas novidades.
Gazeta: O que a inspirou a criar os projetos para a OsterToledo 2026?
Ana Maria: A inspiração surgiu a partir do convite da Marilene, que expressou o desejo de expandir e qualificar esteticamente a festa. Embora a OsterToledo já existisse e celebrasse as tradições ucranianas e germânicas, percebi que havia espaço para aprofundar a experiência e criar algo mais sensível e memorável para a comunidade.
Ao aceitar o convite, senti a necessidade de mergulhar na essência dessas culturas — seus símbolos, suas cores, seus rituais — e pensar em como transformá-los em uma linguagem visual que fosse respeitosa, mas ao mesmo tempo contemporânea. A inspiração verdadeira nasceu do encontro entre memória e renovação: honrar as raízes culturais que formam nossa cidade, ao mesmo tempo em que criamos uma atmosfera luminosa, acolhedora e significativa para todos os públicos.
Cada elemento foi concebido para despertar pertencimento, emoção e a sensação de renascimento que a Páscoa simboliza. Meu objetivo foi que a comunidade se reconhecesse, se encantasse e vivenciasse a festa de forma intensa, com brilho, esperança e envolvimento emocional. É desse lugar — onde tradição e sensibilidade se encontram — que nasce a força inspiradora da OsterToledo 2026.
Gazeta: No papel tudo está bonito. Quando estiver montado, ficará ainda mais impactante?
Ana Maria: Sim, acredito que o impacto será muito maior no espaço real. No papel conseguimos visualizar estética e conceito, mas é no ambiente físico que a magia acontece. As proporções ganham vida, as cores dialogam com a luz natural e artificial, e o público se move entre os elementos, criando suas próprias conexões emocionais.
A OsterToledo sempre teve força cultural, mas nesta edição ampliada o ambiente físico vai potencializar ainda mais essa experiência. Tenho certeza de que, ao entrar no espaço, as pessoas sentirão algo que o desenho não consegue transmitir — a presença, a atmosfera e o encantamento que só o encontro entre arte, tradição e comunidade pode gerar.
Gazeta: Como foi o processo criativo para desenvolver peças que dialogassem com a identidade da OsterToledo?
Ana Maria: O processo começou com uma análise detalhada da identidade já consolidada da OsterToledo, ancorada nas tradições ucranianas e germânicas. Levantei os elementos visuais, simbólicos e cromáticos dessas culturas e das edições anteriores, sempre considerando a sustentabilidade, priorizando materiais reutilizáveis, de baixo impacto ambiental e técnicas responsáveis.
Minhas viagens e experiências em outras culturas também foram fundamentais. Elas trouxeram referências de formas, cores e modos de celebração que, cuidadosamente selecionadas, dialogam com a linguagem da festa sem descaracterizá-la, fortalecendo sua identidade e ao mesmo tempo oferecendo um toque contemporâneo.
A partir disso, estruturei um repertório técnico que orientou toda a criação: paletas de cores, padrões, iconografia e conceitos visuais que garantissem coerência cultural, unidade estética, legibilidade espacial e impacto sensorial. Cada elemento foi prototipado pensando em durabilidade, eficiência energética e integração harmoniosa aos espaços naturais e urbanos do evento.
Gazeta: Quais materiais e técnicas você escolheu para este projeto e por quê?
Ana Maria: A escolha dos materiais e técnicas teve como objetivo dar nova roupagem aos elementos já utilizados em edições anteriores, mantendo a identidade, mas ampliando impacto estético e simbólico. Algumas peças, como esculturas e ovos, serão revestidas com crochê produzido pela comunidade, fortalecendo o vínculo afetivo do público com a festa e valorizando o trabalho artesanal local.
Além disso, utilizei madeira, galhos secos, folhas e árvores secas, combinados com iluminação em LED de baixo impacto. Esses materiais permitem reduzir custos, ampliar a sustentabilidade e respeitar o meio ambiente, sem comprometer a qualidade estética e a expressividade das peças.
O resultado é um conjunto de obras que integra técnicas artesanais comunitárias, design contemporâneo e soluções ecologicamente responsáveis, reforçando a proposta de uma OsterToledo mais criativa, acolhedora e sustentável.
Gazeta: Que mensagem ou sensação você espera transmitir ao público por meio dessas obras?
Ana Maria: Espero envolver o público em uma sensação de encantamento delicado, como quem reencontra algo familiar, mas ao mesmo tempo surpreendentemente novo. Cada peça foi criada para que a tradição ucraniana e germânica não apenas seja vista, mas sentida — como uma memória que desperta, uma raiz que reconhece o próprio solo.
Desejo que as pessoas percebam a beleza do trabalho coletivo e artesanal: o crochê que aquece, os ovos feitos à mão, o gesto comunitário que faz a festa pulsar. E que também sintam a leveza da natureza presente nos materiais reciclados, nas folhas e galhos secos e na iluminação suave, que ilumina sem agredir o ambiente.
Quero que cada obra transmita a mesma mensagem: a Páscoa é renascimento, luz que retorna, esperança que se refaz. Que os visitantes caminhem pelo espaço como se atravessassem um poema visual, onde tradição, sustentabilidade e afeto se entrelaçam. Se, ao final, cada pessoa sair tocada — mesmo que discretamente — por uma emoção boa, uma lembrança doce ou uma vontade renovada de cuidar do que é nosso, então a narrativa da OsterToledo 2026 terá cumprido sua missão.






Fotos: ilustrações





