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Especialista do Policlínica Hospital de Cascavel alerta para a importância de adotar hábitos saudáveis e evitar a perda óssea

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a osteoporose atinge cerca de 15 milhões de brasileiros; e no mundo o número supera 500 milhões de pessoas. Os dados expressivos chamam atenção para uma doença silenciosa e que muitas vezes não apresenta sintomas. “A osteoporose é uma doença sistêmica, ou seja, que ocorre no corpo inteiro. É progressiva e caracterizada pela diminuição da massa óssea, levando à fragilidade do osso e a um risco aumentado de fraturas. Geralmente é pouco sintomática, o que é um fator de atenção, já que se o paciente não sente muita dor ela geralmente se manifesta já com a fratura. Então, o paciente vem perdendo massa óssea com o tempo, tem uma fratura e aí vai descobrir que tem osteoporose”, explica o ortopedista do Policlínica Hospital de Cascavel, Gustavo Platzeck de Angelis.

Um fator que está diretamente relacionado à perda óssea é a menopausa, por isso, de acordo com a OMS, um terço das mulheres brancas (outra característica relacionada à propensão de adquirir a doença) que tem mais de 65 anos são portadoras de osteoporose e também se estima que até 50% das mulheres com mais de 75 anos venham a sofrer uma fratura relacionada à doença.

Tipos e causas da doença

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A osteoporose pode ser classificada em dois tipos: primária e secundária, divididas por fatores de origem da doença. “Quando ela é primária, não há uma causa definida e dizemos que ela é idiopática. Já quando é classificada como secundária é porque ela está relacionada a alguma patologia ou condição pré-existente. A mais frequente é a forma primária, que é dividida em dois tipos. O tipo 1, mais comum de todos, é a osteoporose pós-menopáusica que é bastante associada às fraturas da vértebra e do punho. E o tipo 2 que é a senil, relacionada ao envelhecimento do corpo e que aparece pela deficiência crônica do cálcio”, classifica o especialista.

Já o tipo secundário pode estar relacionado a outras doenças ou ao estilo de vida. “A osteoporose secundária também pode ser decorrente de processo inflamatório como artrite reumatóide, alterações do sistema endócrino como doença da tireoide, mieloma múltiplo. Ela pode ocorrer ainda por desuso, por exemplo, pacientes que têm paraplegia que não usam a musculatura. Outras possíveis causas podem ser o uso de substâncias como heparina, álcool e corticoides. Todas elas diminuem a absorção intestinal do cálcio, que leva à diminuição da formação óssea e à osteoporose”, alerta o médico.

Fatores de risco

Além das causas listadas acima, há ainda fatores de risco que influenciam a manifestação da osteoporose. Estes podem ser individuais ou ambientais. “São considerados fatores de risco individuais a história de casos de osteoporose na família, mulher branca, presença de escoliose, indivíduos magros, tipo constitucional pequeno e aparecimento prematuro de cabelos brancos. Já os fatores ambientais podem ser: consumo de álcool e cigarro que estão envolvidos na diminuição das células que formam o osso, a alta ingestão de cafeína que aumenta excreção de cálcio, o uso de anabolizantes, o sedentarismo, a má nutrição e uma dieta pobre em cálcio e rica em fibras, proteínas e sódio podem diminuir essa absorção de cálcio pelo organismo”, enumera.

Diagnóstico e tratamento

Por ser uma doença silenciosa, o diagnóstico leva em conta a história e os hábitos do paciente, aliados à exames. “Para diagnosticar a osteoporose fazemos a análise da vida do paciente e fatores de risco, realizamos o exame físico e solicitamos alguns exames laboratoriais complementares e o exame específico de densitometria óssea”, esclarece o ortopedista.

Pelos vários fatores e causas que podem estar relacionadas com a doença, o especialista alerta para a necessidade da prevenção. “A principal forma de tratamento é a prevenção. Porque depois que está instalada a gente raramente consegue restabelecer um esqueleto normal. O tratamento visa só evitar que o paciente tenha mais perda óssea, ou seja, que o quadro se agrave”, observa.

A prevenção está ligada à rotina de exercícios, ingestão de cálcio e hábitos que devem ser adotados para evitar quedas que possam causar fraturas ósseas. “A primeira recomendação é o consumo de cálcio. Um ser humano precisa cerca de 1.500 mg/dia, a principal fonte é o leite e derivados, mas ele também é encontrado em alguns vegetais como espinafre, agrião, brócolis, couve. Mas geralmente é difícil ter na dieta uma quantidade ideal, por isso é importante fazer a suplementação de cálcio associada para aumentar essa absorção e você não ter déficit. A suplementação do hormônio D também aumenta a absorção de cálcio no intestino, bem como as reposições hormonais quando necessário e medicamentos recomendados”, alerta.

Manter o corpo em movimento também é outra dica de ouro para evitar a doença. “É recomendado exercício aeróbico de baixo impacto como caminhada, por exemplo, que estimula a formação óssea, exercício com peso leve e de força também para melhorar a musculatura esquelética e os reflexos, ajudando a prevenir a queda. Outras recomendações com esses objetivos são o Tai Chi Chuan, que é uma arte marcial chinesa, natação e hidroginástica”, ressalta.

Para pacientes já diagnosticados com a doença, as recomendações vão além. “Orientamos sempre usar calçados com sola de borracha, apoio de muleta, evitar andar de meia, usar barra de proteção e apoio nos corredores e no banho, retirar tapetes de casa, não ter animal de estimação e utilizar luzes fotossensíveis nos corredores. Quando a pessoa entra no espaço a luz se acende e não tem risco de tropeçar em algum lugar e cair”, finaliza.

Fonte: Assessoria